CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

FENOMENALISMO, FENÔMENO, FENOMENISMO – a Doutrina que afirma ser o Homem incapaz de conhecer “As Coisas em Si”, ou seja, sua Essência. Por conseguinte apenas os fenômenos é que lhes são possíveis de SEREM captados ou percebidos.
Difere do “FENOMENISMO” que diz ser a única Realidade, justamente, os Fenômenos; os quais NÃO seriam apenas a “casca” de uma Essência qualquer. O Fenomenismo é a Corrente Filosófica, atribuída principalmente a HUME (1711/1776), que categoricamente não admite a existência de nenhuma Substância ou Essência que sustente, ou que esteja “por traz” daquilo que se pode perceber. Para ele e adeptos a Realidade é formada apenas pelos Fenômenos e pelas Percepções que deles se tem. É o Materialismo* e o Objetivismo* em seu estado bruto.
O FENOMENALISMO replica dizendo que as “Coisas em Si” - NUMENOS – é que são, de fato, a verdadeira Realidade. Não são simples palavras vazias e sem sentido. A filosofia de KANT (1724/1804) é o melhor exemplo, senão a fonte mesmo, dessa tendência.
Doravante abordaremos o vocábulo Fenômeno, cuja importância na Filosofia é de grande monta:
FENÔMENO é uma palavra que vem do grego “PHAINOMENON, de PHAINESTHAI = aparecer.
Desde sua origem, essa palavra tem duplo sentido. Pode significar as idéias de “Aparecer com Brilho” ou somente “Aparecer”. Vulgarmente é usada para descrever um fato grandioso, espetacular, diferente, extraordinário etc., mas sobre esses aspectos nada diremos por não pertencerem ao escopo dessa obra.
De modo geral, em termos de filosofia, o Fenômeno é visto como algo passageiro, efêmero e até ilusório. Disso resulta o confronto entre as noções de SER e de PARECER. “O SER em SI” não pode ser percebido ou captado pelos Sentidos (tato, visão, audição ...). O que se pode captar é apenas a Aparência (a veste, a casca, o exterior) de aquele SER ou daquela Essência.
O termo Fenômeno adquire, então, o sentido genérico de ser tudo aquilo que se pode captar ou perceber pelos Sentidos e pela Razão (ou Raciocínio) Consciente; ou seja, quando o Individuo está acordado, em estado de vigília. O Fenômeno não é uma simples ilusão, uma fantasia intelectual; ao contrário, é base de todo Conhecimento (Empírico, oriundo das Experiências) possível sobre as Coisas que cercam o Homem.
Fenômeno é um termo que foi adotado pelas Ciências para designar um Processo, uma ação que acontece. Assim, a Física e a Química, por exemplo, chamam de Fenômeno as alterações que ocorrem no Estado de um corpo ou objeto. O movimento é um Fenômeno; a dilatação dos gases, outro; a digestão idem etc.
Em KANT (1724/1804), como já se citou, Fenômeno é um termo que tem um Sentido especifico e oposto ao sentido ou a noção do “NUMENO”, o qual designa a chamada “Coisa em Si” que é a Coisa em sua essência; para além da mera aparência ou exterioridade. O Fenômeno é o Objeto, ou aquilo, que aparece e que é percebido pelos Sentidos, os quais “conduzem” essa impressão (ou captação) até a Razão (ou Raciocínio, ou Consciência) que a processa conforme as suas capacidades naturais (conforme suas faculdades, nascidas com o Individuo) chamadas de “Formas (fôrmas) a Priori)", enquadrando-as conforme as “Categorias de Pensamento”. No capitulo dedicado ao Kantismo* voltaremos a esses conceitos. Contudo, aqui é importante anotar que Kant diferenciava o Fenômeno da Matéria; isto é, o Fenômeno é como um “composto” ou um ”agrupamento” daquilo que se recebe através das Impressões MAIS aquilo que a capacidade de conhecer pode oferecer. Que tira de si mesma. Em outros termos: é uma “SOMA” daquilo que se capta sobre um Objeto (material ou não, como o sentimento de Saudade, por exemplo, que pode ser compreendido) MAIS os (re) Conhecimentos que já se tinha sobre o mesmo, ou sobre seu similar, ou sobre o seu oposto. Essa “Soma” é, pois, o Fenômeno, enquanto que a Matéria é apenas o Objeto sobre o qual se percebeu algo.
Para Kant a diferenciação ou distinção entre Matéria e Fenômeno é de fundamental importância, pois através dela é possível resolver a antinomia, ou oposição, entre teses contraditórias, mas verdadeiras em alguma medida, como por exemplo, a questão entre Determinismo X Liberdade, que pode ser resolvida ao se considerar que:
1. O Homem como Fenômeno é determinado, programado, constrangido pelo Tempo, pelo Espaço, pela Lei de Causa e Efeito, pela Gravidade etc.
2. O Homem, como NUMENO, ou Essência, é livre de todas as prisões acima, já que em Essência ou em Espírito, ou em Consciência etc. não sofre com os grilhões da Matéria.
Por fim, abordaremos uma frase que é freqüente em alguns ramos da Filosofia: “salvar os fenômenos”.
Essa expressão indica o acréscimo de hipóteses complementares a uma Teoria para que a mesma possa explicar a contradição de alguns fatos que pareciam invalidá-la. O sábio Galileu, por exemplo, disse que “o Real (a Realidade) encarna o Matemático”; ou seja, mesmo parecendo irregular, a Realidade traz em si a regularidade da Matemática.

Submited by

segunda-feira, fevereiro 15, 2010 - 14:09

Prosas :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 8 anos 33 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Geral A Dor 0 3.176 12/11/2015 - 14:27 Português
Poesia/Geral Quem dera 0 3.914 12/08/2015 - 19:30 Português
Poesia/Amor A Gueixa 0 3.070 11/25/2015 - 14:49 Português
Prosas/Outros Kant e o Idealismo alemão 0 10.654 11/21/2015 - 21:44 Português
Poesia/Geral Vidas 0 3.079 11/08/2015 - 14:57 Português
Poesia/Amor Tempos 0 1.248 11/07/2015 - 14:21 Português
Poesia/Geral Nihil 0 2.864 11/05/2015 - 14:43 Português
Poesia/Amor A Moça e o Luar 0 3.185 11/02/2015 - 15:05 Português
Poesia/Tristeza A Atriz 0 3.623 10/24/2015 - 13:37 Português
Prosas/Outros Lula, Dilma, Cunha e a "Banalidade do Mal" 0 7.232 10/22/2015 - 00:32 Português
Poesia/Dedicado Mestres 0 2.974 10/15/2015 - 14:24 Português
Poesia/Dedicado As Cores de Frida 0 2.923 10/12/2015 - 16:24 Português
Poesia/Amor Crepúsculo 0 3.078 10/08/2015 - 15:23 Português
Poesia/Amor A Inquietude 0 3.596 09/20/2015 - 16:44 Português
Poesia/Tristeza A Canção de Budapeste 0 4.050 09/18/2015 - 15:13 Português
Prosas/Outros AS BODAS DE FÍGARO - Óperas, guia para iniciantes. 0 7.242 09/18/2015 - 01:10 Português
Poesia/Geral Húngara 0 2.769 09/12/2015 - 17:07 Português
Prosas/Outros ORLANDO FURIOSO, Vivaldi - Óperas, guia para iniciantes 0 3.514 09/10/2015 - 21:39 Português
Poesia/Tristeza O Menino Morto 0 2.237 09/03/2015 - 15:23 Português
Prosas/Outros FIDÉLIO, Beethoven - Óperas, guia para iniciantes 0 5.747 09/03/2015 - 14:36 Português
Prosas/Outros DR. FAUSTO, Gounod - Óperas, guia para iniciantes 0 4.192 09/01/2015 - 14:37 Português
Prosas/Outros NORMA, Bellini - Óperas, guia para iniciantes 0 4.020 08/27/2015 - 21:27 Português
Prosas/Outros OTELO, Verdi - Óperas, guia para iniciantes. 0 4.792 08/24/2015 - 21:14 Português
Poesia/Dedicado A Canção de Roma 0 3.428 08/23/2015 - 17:37 Português
Prosas/Outros TURANDOT, Puccini - Óperas, guia para iniciantes 0 4.659 08/21/2015 - 00:43 Português