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fragmento de definição (nada definido)

(...) não sou uma pedra, uma porta ou um pedaço de carne. E teimo em facear tudo aquilo que dizima os bons costumes. Ou me guardo de mim nos contatos insanos, noturnais sensações na noite escondidos, ou me guardo do mundo, sem conseguir me despir da noite. Porque esta está em mim, nasceu comigo... sou isso que sou, noite. Notívaga. O resto é adereço.

(...)

Toque-me apenas com mãos firmes, jamais bruscas. Pois por mais que a singeleza seja uma marca de meus gestos, posso atrever-me a provar aquilo que de mais escuro guardas – e te farei provar também. E não lamentarei se por esta razão te fizer sangrar, mesmo que sangre junto consigo.

(...)

Como o chá de jasmim que a boca inteira consome, consumo com a boca (e com olhos) os mais ligeiros gostos, densidade encarnada: palavras. Consumo palavras de todos os tipos – delicio-me com a arte que deflora a folha branca – aquela, que me encarava há segundos atrás. Com essa coisa bandida que nos rouba o sossego – palavra! Danço entre os versos que repudias: “Sem métrica”, “sem ritmo”, “sem sentido” – “não pode ser isso poesia”! Oh, petulância piogênica! Meus versos são livres e sem controle, vividos e sentidos tal como se vive uma obsessão! Os teus, prosódia insípida, nada dizem.

Cansei de ser prosaica (no sentido negativo da coisa), e nunca fui! Cansei de ter linhas sinuosas e temerárias, e nunca tive! Falo a ti sem entrelinhas, e somente nelas. Estes lampejos rápidos das coisas que sinto, registro aqui para que um dia tudo isso viva em alguém – e sou uma eterna condenada pela interpretação alheia – ou o mau uso dela mesma. Mesmo assim, acho valer a pena perturbar teu dia com fragmentos (pedaços) disso que sou:

(...)
ferve teu sangue
na boca que arde
te mata em sentidos
a pele e a mente
caem longe de ti
e te foge a palavra
(esta que roubo)
te condena a firmeza
e nada mais és,
exaustão entregue
sem mais máscaras (...)

(...)

Não tenho mais esta preocupação de ser aceita aqui (ou em qualquer lugar). Quero apenas ser a experiência que teus olhos guardam, mesmo que isso que sou (palavras e mais palavras – expurgadas!), não te leve a lugar nenhum. Só existem estes minutos passantes, perdidos ou não – com o resto, nada tenho a ver – é coisa da tua cabeça...

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segunda-feira, março 8, 2010 - 07:46

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Daisy_Lee82

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Comentários

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Re: fragmento de definição (nada definido)

ohhh ^^
genialidade é algo tão distante aqui de onde estou!

mesmo assim, honrada me sinto com seu carinho!

bjs na alma!

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Re: fragmento de definição (nada definido)

Não tenho mais esta preocupação de ser aceita aqui

è natural que não tenhas...Os génios não precisam de autorização.

Que bom é ter-te aqui no Waf

Ressalvo,

ferve teu sangue
na boca que arde
te mata em sentidos
a pele e a mente
caem longe de ti
e te foge a palavra
(esta que roubo)

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