CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

GENÉTICO

CAPITULO 2
OPERAÇÃO PARAÍSO

Brasil
Vitória
Espírito Santo
Ilha do Boi.
27 de Dezembro de 2008.
Horas: 21:47.

Dentro de uma sala repleta de computadores e equipamentos eletrônicos Bred Nyston acompanhava o trabalhava de Will Kellen.
Clicando no mouse Will abriu a foto de um menino de três anos com o nome de Piter. Sorridente, o garoto esbaldava felicidade. Seus cabelos loiros e olhos verdes deixavam-no mais parecido com a mãe do que com o pai.
Com o aumento de crimes e atentados terroristas lideres mundiais concordaram em ceder informações dos cidadãos de seus países para cadastra-los em um sistema gerenciado pela ONU conhecido como “CD”, Cadastro Mundial. O objetivo era identificar e localizar facilmente cada habitante da terra. O registro da entrada e saída de pessoas em cada cidade do mundo favorecia o sistema. Povos de todas as nações sentiam-se mais seguros sabendo que o governo estreitava a ação de mal feitores.
Will acessou o Cadastro Mundial. Comparou a foto de Piter Uzi com as de vários jovens.
Bred Nyston sorriu satisfeito com a chegada de Amanda Sunangam, Det e Owvort.
- Finalmente. Disse em inglês, pois todos eram americanos. - Espero boas notícias.
- Talvez isso te alegre. Amanda entregou um cartão de papel. - Presente do pesquisador.
- Excelente! Incluía no cartão cinco sequências de senhas escrita a caneta, cada uma composta por quatro letras e seis números. Abaixo destacava-se uma observação: Prazo final 31/12/2008. - Nosso amigo esta fazendo o serviço direito. E você Will, como esta se saindo?
- Mal, muito mal. São muitos. E o sistema faz um reconhecimento facial que eu não confio. Espere ai. Empolgado Kellen endireitou-se na cadeira. - Acho que o encontrei. Ampliou e ladeou as duas fotos. - Olha, é ele mesmo. Satisfeito apontou o dedo para o monitor. Relaxou aliviado ao ver o chefe assentindo a cabeça em concordância enquanto fazia uma ligação.
- O encontramos. Anunciou Bred no celular.
- Onde?
- Bairro Paraíso, Rio de Janeiro.
- Ótimo. Entrarei em contato com o secretário de segurança do Rio.

Brasil
Rio de Janeiro
Bairro Paraíso.
28 de Dezembro de 2008.

O rádio relógio no quarto de Max despertou acordando-o do sono. Bocejou. Sentado espreguiçou-se. Passou a mão no rosto e sentiu a barba, isso o deixava irritado, queria ter o rosto liso como a maioria dos jovens de sua idade. A seis meses completara dezessete. Um período difícil. A franja pendendo no rosto dava-lhe um certo orgulho. Desejava que os cabelos crescessem tão rápido quanto a barba. Por enquanto, contentava-se com ele até os ombros. Depois que começou a andar com a tribo de roqueiros da sua escola resolver adotar o estilo.
Olhou seus muitos troféus de luta em um suporte no canto da parede. Despreocupado focou o relógio em cima do umbral da porta. Marcava 08:15 da manhã.
- Ah não! Estou atrasado.
Indignado jogou o lençol para o lado e pulou da cama as presas. Cantou durante o banho rápido. Vestiu sua roupa preferida: uma calça jeans desbotada, uma camisa preta de algodão e um sapato preto. Bebeu um copo de leite gelado para o bolo descer.
Comia com uma mão e com a outra trancou a porta. Observou as muitas câmeras. Filmavam as ruas e as entradas de todas as casas no bairro. Desceu os três degraus da sua casa. Caminhou despreocupado pela rua. Sua curiosidade despertou com o sorriso sarcástico de um homem sujo e mal vestido sentado na esquina. Risos sem motivos levou Max a crer que se tratava de um mendigo doido. Talvez estivesse feliz por conseguir entrar no bairro Paraíso. Os seguranças do bairro impediam a entrada de pedintes para evitar constrangimento aos moradores privilegiados. Assim eram considerados. Alberto dos Santos, respeitado dono do bairro, impôs regras. Antes, quando o bairro era uma favela, ninguém se interessava por ele. Alberto orgulhava-se por ter nascido e crescido naquela favela. Ainda criança entrou para o tráfico. A medida que crescia em estatura crescia como traficante. Em 1995 a policia federal o considerava o traficante mais poderoso do Brasil. Sem provas, sem prisão. Ganhou o título de empresario mais sucedido no ramo de transporte. No ano de 2.000 Alberto decidiu mudar a favela. Comprou todas as casas do bairro e começou a construir moradias luxuosas. Autorizado pelo secretário de segurança instalou câmeras nas ruas e montou um forte esquema de segurança. A imprensa adorava publicar notícias sobre a construção do bairro Paraíso. Uns criticavam, outros elogiavam. Quatro políticos apoiaram e encomendaram suas casas. Finalizado o bairro, reconheceram que era luxuoso e seguro para se morar. Foram muitos os pedidos para compra. Alberto juntamente com seus funcionários estudou a ficha de cada candidato a morador e escolheu um a um.
Um grupo de policiais do Bope surgiu da rua lateral comandados pelo capitão Roger Fontes.
- Vai! Vai! Vai! Gritou Roger.
Max parou surpreso. A perplexidade estampou sua face quando os policiais se aproximaram. Formaram um círculo em sua volta. O mendigo aproximou-se e recebeu colete e armas de seus colegas. Relatou o que conseguiu descobrir até aquele momento. Ganhou os elogios do capitão e assumiu sua função como soldado do Bope. Roger mediu Max dos pés a cabeça e o encarou severamente.
- Qual é seu nome?
- Max Everton Figueroa.
- CI! Pediu Roger com arrogância.
CI é um cartão magnético que permiti a leitura do cadastro das pessoas feito pelo ministério da justiça. Ansioso Max entregou seu cartão. Roger pegou um PDA (computador de mão) e colocou o cartão em uma entrada ao lado. A imagem do rosto de Max apareceu no visor. O capitão clicou na opção menu no canto da tela. Depois na opção dados apareceu o nome completo de Max, Nº de CPF, Nº identificação. Mais abaixo estava escrito "COMPROMISSO COM A JUSTIÇA".
- Pode ir. Entregou o CI para Max. Virou-se para os seis policiais. - Vamos!
Continuaram com o mesmo tratamento com outros moradores. Max apressou-se. Olhando para trás curvou a rua aliviado. Parou impactado. Deparou-se com uma barreira feita por policiais Federais, do Bope, e da Civil divisão Narcóticos. Carros bloqueavam as ruas. Policiais Civis encostados atrás do muro puxaram Max pela camisa.
- Anda logo!
O empurraram para o lado das viaturas. Max caminhou com as mãos na cabeça. Próximo as viaturas, várias pessoas davam seus cartões de identificações, outras foram conferidas no leitor facial, outras eram interrogadas. Max observou três policiais pressionando um casal.
- Não minta pra mim! Berrou o policial e deu um tapa no rapaz.
- Não sei onde ele esta. Falou o rapaz quase chorando.
O policial deu outro tapa nele.
- Você andava com ele!
- Sou apenas usuário.
- Mentira! Deu outro tapa.
- Ei cara. Ele fala a verdade. Defendeu a namorada do suspeito.
- Cale a boca bandida! Vai chegar sua vez.
Um agente da polícia civil apontou a arma para Max e o conduziu ate um grupo de policiais embaixo de uma tenda, onde Durval, delegado Federal encarregado da Operação, conversava com dois delegados civis e um major da PM. Em um notebook estudavam o mapa do bairro. Planejavam meios de evitarem fugas. Ao lado formava-se cinco filas pelos moradores do bairro. O policial civil encaminhou Max para o final de uma. O jovem resmungou insatisfeito por está atrasado para o serviço.
- O que disse? Perguntou o policial.
- Não posso demorar, se não vou acabar perdendo o emprego.
- Problema é seu. Fique calado, e espere como todo mundo.
- Idiota. Falou baixo por entre os dentes. O policial voltou e o encarou.
- Repete! Repete o que você disse! Vamos. Pra eu quebra sua cara. Como resposta Max virou o rosto evitando embate. - Vamos. Mostre que é corajoso.
Os gritos do policial chamaram atenção de seus superiores. Durval notou o constrangimento do jovem.
- Mande ele aqui pra mim. Deixa que eu cuido disso.
- Vai. O policial empurrou Max.
- Tudo bem meu jovem?
- Tudo.
- Desculpe a perturbação, mas a operação é para o bem dos moradores do bairro.
- Estou atrasado.
- Só preciso fazer mais uma confirmação, depois te libero.
- Certo.
- Tony, verifique.
Tony, agente Federal, apontou um leitor facial para o rosto de Max. O aparelho emitiu um raio que escaneou a face do jovem fazendo com que sua foto e os dados civis aparecessem no monitor. Data de Nascimento: 04/07/1991 Idade: 17 anos. Nacionalidade: Brasileiro. Cidade de Nascimento: Rio de Janeiro - RJ. Estado Civil: Solteiro. Escolaridade: Ensino Médio Concluído. Trabalho: Auxiliar bancário. Funções Extra curriculares: Campeão Brasileiro de caráter, judô, jiu-jítsu e tae-kwon-do. Praticante de atletismo e tiro desportivo. Dividas: Compra em três vezes no cartão de crédito, ainda pendentes. Antecedentes policiais: Nada consta. Antecedentes eleitorais: Nada consta. Justiça Estadual: Nada consta. Justiça Federal: Nada consta.
- Esta limpo. Afirmou Tony.
- Parabéns. É um cidadão brasileiro exemplar. Elogiou Durval sarcasticamente. - Pode ir.
Max saiu ao mesmo tempo em que quatro sedans pretos escoltados por quatro motos super-esportes chegaram. Bred Nyston desceu do primeiro sedan. Segurava um papel. Aproximou-se de Durval.
- Como anda o planejamento da operação? Perguntou Bred com um português fluente acompanhado do seu sotaque americano.
- Começamos a busca.
- Um novo nome pra lista.
Pegando a folha Durval logo reconheceu que se tratava de um mandato de busca. Um choque impetuoso o impactou quando viu a foto de Max e os mesmos dados apresentados pelo leitor facial, com alteração no item Justiça Estadual, que agora dizia que Max é Procurado.
- De onde veio essa ordem?
- Dos seus superiores.
- Ninguém me comunicou nada. Entregou o mandato para Tony. - Certifique-se.
- Agora mesmo.
Entrando no sistema de segurança pública Tony abriu os dados de Max em seu notebook e viu os mesmos da folha.
- Confere senhor.
- Não pode ser. Durval não queria acreditar. Sua face retratou espanto.
- O que foi? Perguntou Bred preocupado e imaginando o pior.
- Segundos atrás ele estava limpo.
- Onde ele esta?
- O liberamos.
- Brasileiros. Resmungou em inglês.
Deu dois tapas no teto do primeiro sedan. Entendendo o sinal saíram três homens trajados de terno e gravatas pretos. Usavam óculos escuros.
- Ele ainda deve esta no bairro. Tragam-no para mim. Ordenou em inglês.
Os homens assentiram a cabeça afirmativamente. Em seguida correram. A perplexidade tomou Durval. Três homens treinados e armados para pegarem um jovem de dezessete anos o preocupou. Pensou no que o garoto teria feito para provocar tão grande interesse aos agentes americanos. Segundo sua observação e experiência policial Durval estava certo de que Max não apresentava um perfil criminoso. Provou isso na paciência usada para aturar o policial que o constrangeu. Essa lembrança despertou a curiosidade no delegado. Sua certeza em relação o mandato dissipou-se. Queria tirar suas dúvidas. Hesitou em falar com Bred. Pensando rápido, chegou a uma solução a qual julgou melhor. Fez uma ligação.
- Ligando para chefe? Perguntou Bred com um tom irônico.
Durval virou as costas e saiu de perto para que Bred não ouvisse a conversa.
- Secretário, os agentes americanos trouxeram um mandato, eu acho que...
- Max é o principal motivo da operação Paraíso. Declarou Júlio Arantes, secretário de segurança do Rio de Janeiro. - Algo mais?
- Não senhor.
- Bom trabalho.
- Obrigado.
Desligaram.
- É bom que tire todas suas dúvidas. Disse Bred.
Caminhou para o lado do último sedam. O homem sentado no banco carona abaixou um pouco o vidro, apenas uma parte do seu cabelo preto apareceu.
- Chegamos um pouco tarde. Lamentou Bred.
- Eles é que começaram cedo. Disse o desconhecido.
- Meus homens são treinados, vão traze-lo.
- Você sabe que não.
Fechou o vidro do carro.

Owvort e Det saíram de dentro do carro. Trajavam ternos e óculos escuros. Owvort era branco, olhos e cabelos castanhos, tinha o porte médio. Det era loiro, olhos azuis e porte médio.
- Tragam-no para mim.
Correram. Chegando no primeiro beco nada encontraram. Seguiram para o próximo, estava vazio. O terceiro também.
- Escolhe um. Falou Owvort em inglês e entrou no último.
Det voltou correndo. Passou pelo beco do meio as pressas. Repentinamente derrapou ao parar. Havia mudado de idéia. Voltou e entrou no segundo beco. No último Owvort terminou de percorre-lo e curvou a direita. Saiu numa rua cheia de barracas de feirantes. Passou a caminhar rápido. Tirou a foto de Max de dentro do bolso do terno.
- Você viu esse garoto? Perguntou em Português ao primeiro feirante.
- Não, não. Nunca o vi. Respondeu o velho depois de ter analisado a foto bastante pensativo.
Owvort não ficou convencido com a resposta do velho. Parou na próxima barraca.
- Você o viu? Perguntou.
- Nunca. Respondeu a senhora.
A resposta do terceiro foi a mesma. Owvort encaminhou-se para o próximo feirante, mas sua atenção mudou de rumo. Percebeu a frente maçãs e uvas caídas no chão na beira da banca quebrada. O jovem feirante por nome Felipe retraiu-se com a chegada de Owvort. O agente observou a barraca. Reparou o jovem evitando-o. Encaminhou-se para o lado da barraca e surpreendeu-se ao encontrar os três agentes que saíram atrás de Max caídos no chão.
- Cada a pessoa que fez isso?
- Fugiu. Foi pra lá. Apontou para a saída da rua.
Owvort parou de ir na direção indicada quando ouviu uma discursão vindo de trás da barraca.
- Vai ter que pagar. Cobrou Valdet.
- Eu não tive culpa. Explicou Max.
- Teve sim. Quem mandou trazer aqueles idiotas pra cá?
- Não os conheço.
- Mas estavam atrás de você. Vai ter que pagar. Se acha que estou errada cobra deles.
- Cobra você.
- Não os conheço. Você sim. Se não me pagar, vou contar tudo para seus pais. Vão ficar sabendo o que você anda aprontando.
- Aaaah! Ta bom. Eu pago. Deixa eu trabalhar, se eu perde o emprego, ai que estou perdido.
Cautelosamente Owvort seguiu as vozes vindas de trás da tenda. Felipe percebeu.
- Max, Cuidado! Estão atrás de você!
- Eu mereço. Reclamou Max. Procurou um meio de escapar quando Owvort surgiu a sua frente.
- Não se preocupe. Eu vim te ajudar.
- Eu só quero chegar a tempo pro trabalho.
- Tudo acabara bem. Caminhou na direção de Max.
A insegurança desconfortou Max quando Owvort caminhou em sua direção. Hesitou olhando para os lados.
- Pare ai! Se não eu...
- Tudo bem, não precisa ficar com medo. Disse parando.
- É isso ai Max, não da mole se não ele te leva. Aconselhou Valdet. - Eu vou chamar a polícia.
- O meu chefe quer te fazer umas perguntas. Justificou Owvort.
A multidão de problemas daquele dia abalou os nervos de Max. Já estava saturado. Pensou em desferir um soco no homem emparedado a sua frente e sair correndo. Achou que seria uma imprudência. Sorriu gentilmente para Owvort.
- Perguntas! Tudo bem, eu vou.
- Garoto esperto.
- Max, eu já chamei a polícia. Avisou Valdet vendo-os saindo do beco.
- Eu sou da polícia minha senhora. Max esta bem comigo.
Pousou a mão no ombro do jovem como se tivesse passando confiança. Max desprezou a intimidade de Owvort. O encarou com repugnância. Agora não precisa mais fingir. Reconhecia a dificuldade de sair de trás da tenda, como conseguiu, podia seguir o seu trajeto. Pegou a mão de Owvort e a torceu levando-o ao chão aos gritos. Aproveitando o momento saiu em disparada.
- É isso ai Max! Gritou Valdet. - Vai trabalhar. Você precisa me pagar.
- Mãe, que isso?
- É mesmo. Ta me devendo.
Usando seu comunicador Owvort avisou Det. Levantou-se e saiu no encalço de Max.
- Mas ele não teve culpa. Defendeu Felipe.
- E quem pagara pelos prejuízos.
- Os homens de terno.
- Eu é que não vou cobra-los. Sei que Max não vai me bater, então repassei o prejuízo pra ele. Além do mais, ele é amigo de Charles.
- Max não é bandido?
- É amigo de Charles, então é um deles.
Felipe esticou o pescoço para ver Det que passou correndo.
- A diversão acabou, volte ao trabalho. Valdet deu um tapa em Felipe.
Vez ou outra Max olhava para trás. Corria desesperado desviando-se das muitas pessoas na rua. Sua maior preocupação era a aproximação de Owvort. Muitas idéias passaram em sua mente como fleches. Procurava uma maneira de conseguir distância. Chutou o pé de uma banca quebrando-a. Os tomates espalharam-se no chão. As pessoas assustaram-se. Agindo por extinto aglomeraram-se. Ficaram a frente de Owvort como um obstáculo impedindo-o. Det o alcançou.
- Cadê ele?
- Lá na frente.
- Vai ficar ai esperando? Vamos.
Brutamente Det arremeteu-se contra as pessoas abrindo caminho. Owvort o seguiu.
- Sai da frente! Sai da frente!
Passaram pela multidão. Correram com a atenção redobrada.
- Espere ai, acho que vi ele. Disse Owvort.
Entraram por trás de uma barraca e o viram de costas agachado no canto da parede. - É ele! Confirmou. O reconheceu pelas roupas e o cabelo.
Det puxa-o pela camisa.
- Qual é brother?
- Droga! Não é ele. Reclamou Owvort.
- É droga sim brother. Quer dá uma bola? Ofereceu a erva.
- Sai pra lá seu idiota. Det o empurrou.
- Relaxa.
- Você viu ele? Perguntou Owvort mostrando a foto de Max.
- Max? É claro.
- Aonde?
- Ontem numa boate.
- Acho melhor você parar de fumar isso, esta sem celebro.
Det e Owvort atentaram aos gritos de pessoas. Reclamavam dizendo que estavam sendo empurradas.
- É ele. Vamos. Chamou Owvort.
Enxergaram Max correndo entre as pessoas. Dona Valdet cobrou novamente só para ele não esquecer. Ouviu as cobranças até sumir da rua. Deixando a rua, Det e Owvort ficaram em duvidam em que lado seguir. Do lado esquerdo um homem parado olhava para trás. Entenderam que a correria de Max chamou a atenção do homem.
- Por ali. Orientou Det.
Entraram no primeiro beco a frente. Finalizou a cem metros dando prosseguimento a um outro a direita. Depois de trinta metros uma curva a esquerda os levou a uma rua onde no meio uma grade de nove metros de altura a bloqueava. Parado do outro lado Max ofegava. Sentindo-se mais seguro observo-os. Seguiu despreocupado. O fluxo de carro na avenida principal anunciava o horário comercial. Um grito e o som de passadas pesadas assombraram Max. Virou-se desacreditado. Det e Owvort corriam de encontro a grade. Owvort começou a andar pela parede ficando a cinco metros do chão. Saltou. Com os pés bateu em cima da barra superior da grade, dali pousou agachado no chão. Det veio atrás. Bateu com os pés na parede e subiu cinco passos. Pegou impulso e pulou para cima da grade. Apoiou com as mãos, jogou as pernas de lado e passou.
Impressionado Max encarou os dois inimigos por uns instantes, até que eles sacaram suas pistolas nove milimetro. Iniciou uma corrida frenética. Pessoas caminhavam sobre a calçada da avenida principal. Uns iam pro trabalho, outras para escola. Vez ou outra Max conseguia desvia, no entanto a maioria ganhava empurrão seguido do pedido de desculpadas. Alguns reclamavam dizendo que o dia começava mal. Se soubessem o que Max passara ate ali, sessariam as queixas. Det e Owvort chegaram na avenida. Mal conseguiam enxergar Max no meio daquele monte de gente. Correndo efetuaram disparos para o alto gritando para as pessoas abrirem caminho. A maioria encolheu nas paredes permitindo os perseguidores avistarem Max. Atiraram contra ele. A adrenalina correu nas veias do jovem. O ônibus tão esperado surgiu na avenida. Chegando no ponto Max sinalizou desesperado. O ônibus deu seta para encostar. Tiros fizeram o motorista mudar de idéia. Escondido atrás do abrigo Max continuou sinalizando euforicamente. Os passageiros curiosos correram para as janelas.
- Os dois homens de terno estão atrás do jovem. Disse o motorista. - Fiquem longe da janela. É perigoso.
- Ah, é por causa dele. Entendeu um homem com capacete de operário.
- Não para não motorista. Continua. Aconselhou um jovem cabeludo cheio de tatuagem.
- Ajude ele motorista, podia ser seu filho. Pediu uma senhora com o filho do lado.
- É arriscado. Falaram. - Se ajudarmos, vão querer nos matar.
Ouvindo mais disparos o motorista apavorou-se. Querendo distância dos problemas acelerou fundo.
- Ah não! Reclamou Max. Querendo ser notado pelo motorista do ônibus passando a sua frente sacudiu a mão desesperadamente. - Aqui, aqui! Pare! Por favor. Os disparos obrigaram-no a recolher o braço. - Volte aqui, eu tenho que trabalhar.
Lembrou-se da previsão meteorológica garantindo que não ia chover. Enganaram-se, pois ali relampeava fogo, trovejava tiros e chovia balas. Det e Owvort não pararam nem para recarregarem suas armas. Descartaram o pente vazio e substituíram por um novo. Aproveitando o clima precioso sem chuvas de balas Max correu atrás do ônibus. Ladeou a porta.
- Abre!
- Não poço!
Tiros quebraram o vidro traseiro do ônibus. O desespero pegou carona e jogou os passageiros para o chão. Max desferiu socos na porta.
- Estão atrás de mim!
- Desculpe, mas eu não posso te ajudar!
- É só abrir a porta!
- É perigoso, tem crianças no ônibus!
O cabeludo aproximou-se do motorista.
- Não abre motor. Ele tem que pagar pelo que fez.
- Eu não fiz nada!
- O que me diz desses homens de terno atrás de você? Projéteis tiniram penetrando a lataria do ônibus. Os passageiros gritaram amedrontados. - Acelera motor!
Um sentimento de culpa tomou Max. Sua consciência lhe disse para não colocar aquelas pessoas em perigo. Distanciou-se da porta do ônibus. Seus inimigos o alvejaram. O risco de vida recaiu sobre ele. Três projéteis riscaram o chão próximo ao seu pé. Pensou se teria feito a coisa certa deixando o ônibus partir. Poderia ter arrombado a porta e entrado. Um pouco tarde para se arrepender. Uma nova chance surgiu com a parada do ônibus no sinal vermelho. Cinco metros percorridos sem tiros. Estranho. Entendeu que as munições de Det e Owvort haviam acabado. Os dois guardaram suas armas e concentraram-se na perseguição. Aumentaram sobremaneira a velocidade. Ladearam Max. Det o puxou pelo braço. Max desvencilhou e adiantou uns passos. Owvort grudou na gola da camisa. Max desferiu socos inúteis para trás. Resistiu os puxões e teve sua camisa rasgada. Cessou suas reclamações quando o sinal se abriu. O ônibus arrancou. Cinquenta metros distanciavam-no do ônibus. As circunstâncias exigiam mais esforços de sua parte.
- É o jeito. Aaaah!
Saltou no porta-malas de um dos carros estacionado na beira da calçada. Do teto pulou para o próximo da fileira, e para o outro, e assim foram sete carros ate ladear o ônibus. Sem medir o perigo, pulou audaciosamente para o teto do ônibus. Debruçado, apoiou com os pés na janela. O cabeludo impediu Max de entrar pela janela.
- Não pode entrar! Fique longe! Max subiu para o teto. O doidão andou desnorteado de um lado para o outro. - Fique longe! Fique longe! Vá embora! Desesperado puxou os cabelos. - Onde você ta?! Eles vão nos pegar! Vá embora! Colocou a cabeça para fora da janela. - Apareça!
- Estou aqui. Max entrou pelo outro lado. Os passageiros espantaram-se, exceto um garotinho.
“Legal!”
- Aaaah! Aaaah! Gritou o doidão. - Vá embora! Vá embora! Encolheu na poltrona. - Desculpe, eu não fiz por mal. Eu só queria proteger todo mundo.
- Cale a boca! Max o desmaiou com um soco.
- Faz de novo. Pediu o garotinho.
- Ta bom. Disse Max. - Mas vamos ter que esperar ele acorda.
- Deixe o rapaz filho. A mãe do garotinho o puxou.
Dos vidros quebrados restaram uns pedaços. Os passageiros foram para os fundos do ônibus e observaram Det e Owvort reduzindo a velocidade. Max Suspirou aliviado.
- Agora eu vou pro trabalho.

Três helicópteros sobrevoaram o bairro Paraíso. Bred corrigia Durval indicando alguns pontos no mapa. Orientava segundo sua experiência e conhecimentos táticos. Opinou como seria um ataque mais eficaz na captura de Charles Almeida dos Santos. Durval sorriu.
- Sei. Acredito que julga seus homens melhores do que os nossos.
- Certamente. São superiores tanto em treinamentos como em prática.
- Precisam fazer um novo treinamento. Como capturar garotos.
Durval indicou com a cabeça mostrando Det e Owvort retornando. Os oficiais e delegados brasileiros riram. Det e Owvort aproximaram-se. Bred meneou a cabeça decepcionado.
- Vocês me envergonham! Falou em inglês.
- Ele é muito ágil. Respondeu Owvort em inglês.
- É apenas um garoto. Det e Owvort abaixaram suas cabeças. - Vão.
Entraram no carro. Bred encostou na última porta. O vidro foi abaixado.
- Ele fugiu.
- Agora sabe onde encontra-lo.
- Eu vou pega-lo.
- Só temos três dias.
O carro deixou o local escoltado por outros dois e quatro motos. Os polícias trouxeram os primeiros prisioneiros. Cadastraram-nos no sistema.
Roger Fontes e mais dois soldados escoltavam dois homens encapuzados com as mãos algemadas para trás.
- Tomamos o bairro. Declarou Roger. - Estão todos presos.
- Onde esta Charles? Roger tirou o capuz de um dos presos revelando ser Charles Almeida dos Santos, chefe do tráfico. - Ótimo. Falou Durval impressionado.
- Cumpri minha missão. Falou Roger empurrando Charles para Durval. - Tome conta de suas crianças.
O rosto de Charles apresentava hematomas, e sua boca sangrava.
- O que houve com ele? Perguntou Durval curioso.
- Eu me entreguei pacificamente, e esse desgraçado me bateu sem motivos. Vai pagar caro por isso.
- Cale sua boca seu merda. Roger pôs o capuz novamente em Charles.
- Quem é o outro.
- Diego dos Santos, apelidado de orelha. Primo e braço direito de Charles.
- Parabéns Roger. Fez um ótimo trabalho. Elogiou o major do Bope.
- Obrigado senhor.
Bred aproximou-se. Estudou Charles.
- Reconheça americano, conseguimos. Falou Durval.
- Nem sempre vocês conseguem o que querem. Mas eu sempre consigo. Tenho outros meios.
- Não entendo o que querem com Max. Ele parece ser um garoto correto.
- Nem tudo é o que parece. O garoto pode te surpreender. Se soubesse por que estou atrás dele, me entenderia.
- Disse certo. Nem tudo é o que aparenta ser, e de fato, pessoas podem nos surpreender.
- Se tiver notícias de Max, não hesite em me avisar. Quando ele voltar, algeme-o. Eu virei pessoalmente busca-lo.
- Pode deixar.
- Quem o mané? Perguntou Roger após a retirada de Bred.
- Americanos. Fazem parte de uma agência de inteligência chamada Cinco Gênios, ou como gostam de ser chamados, G5.
- O que eles querem?
- Também queria saber.

Submited by

domingo, junho 6, 2010 - 21:11
No votes yet

Elizandro

imagem de Elizandro
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 23 semanas
Membro desde: 06/06/2010
Conteúdos:
Pontos: 3

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Elizandro

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Prosas/Ficção Cientifica GENÉTICO 0 263 11/19/2010 - 00:05 Português