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A atmosfera prende-me, não consigo descolar os olhos, durmo a sono solto, perdi o apetite por tudo o que não seja o teu amor. Tantos rostos, galanteios, envolvimentos frustrados, beijos técnicos, de experimentação, de brincadeira… Tento ignorar o impulso de me mexer incessantemente pelos corredores, preciso de ficar quieta, é como se levasse uma flagrância solta no cabelo, espalho-me e disperso-me diariamente para não ter de me confrontar com o ponto unificador: contigo. És só tu que agitas o ar nas minhas asas e me dás finalmente a sensação de estar no topo, apesar da aventura ainda mal ter começado e não ter feito praticamente nada. Contigo sinto-me uma celebridade sem ter ainda realizado nada de notável, uma princesa ou apenas uma estrela no teu Céu porque sei que te intrigo, te perturbo, te roubo o sono e que à tua maneira me queres ver e te preocupas apesar de não o demonstrares muito; e que gostas de mim. É uma relação mútua, malgrado as dúvidas e a longitude dos nossos corpos. Sinto-me como se estivesse num hotel, longínquo e fechado, impessoal e frio, carregado de sombras que me assustam. Movo-me na cadeira, nervosamente, assisto ao filme da minha vida e percebo que todo este tempo tenho estado a ser enganada e me tentaram vender um produto que considero uma ilusão falaciosa, que não é para mim. Sinto-me pronta para sair daqui mas as portas não se abrem, por mais que bata nas portadas e faça por sair. Opto então por transformar o hotel em algo diferente, feito de pedras preciosas: topázios, diamantes, safiras, esmeraldas; de que não se consegue tirar o olhar. Viso ser como uma ónix que assume a cor do ambiente em redor, misteriosa e sorrateiramente; um reflexo da personalidade que acaba por lhe consignar forma. Nas gruas que subimos diariamente podemos acabar por tropeçar e estatelarmo-nos lá em baixo, quando brincamos com o fogo podemos queimar as mãos, ao sermos agressivos com o que está à nossa volta podemos quebrar a nossa própria cara. Não vivemos num ensaio, é todos os dias um espectáculo, em que conta tudo para a prova final. Podem haver coreografias, danças, conjecturas, teorias mas tudo acaba por sumir quando surge a emoção verdadeira em que tudo é permitido, em que podemos ir a qualquer lado da nossa imaginação, mesmo ao que é obsceno, aterrorizante ou vergonhoso; somos o milagre dessa fantasia. É aí que surge a improvisação, movemos e pensamos. Somos energia pura, apesar de raras vezes nos apercebermos disso porque controlamos demais e não deixamos simplesmente saír; reprimimos. Tu és a minha terapia, fazes tudo desaparecer, quando estás comigo preenches todo o espaço, o meu campo visual não é mais nada, as colinas e serras, rios e prédios passam para último plano, tudo se esbate ao vislumbrar nitidamente o que compõe a tua anatomia. Converto-me então numa partícula microscópica e não sou mais nada senão pensar e sentir-te, num total estado de graça.
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