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A Jornada de Sarah (mistério/erótico) capítulo 1

Capítulo 1 - O Despertar

 

Sarah despertou! Abriu os olhos lentamente, atacados pela claridade diurna. Estava deitada na berma de um passeio, rente à estrada e as forças pareciam ter sumido. Quando os seus olhos se habituaram à luz natural, a sombra humana que se debruçava lateralmente sobre si ganhava forma e tons. Era uma mulher, linda mas desconhecida, aparentava ter entre 25 a 35 anos, mas podiam ser menos, como também podiam ser um pouco mais, estava difícil de adivinhar.

- Estás bem? Sentes-te bem? - questionou a mulher.

Sarah, um pouco abalada, olhou em redor antes de responder e, ao voltar a direcionar-se para a mulher, disse:

- Não sei, que se passou?

- Não sei – respondeu a mulher. – Parecias desmaiada.

- Pois... Há quanto tempo? – começava a questionar-se Sarah.

- Não faço ideia.

Sarah começou a levantar-se, sendo apoiada pela mulher para que se pudesse erguer. Surge então uma sombra humana um pouco distante na sua direção que a fez ficar paralisada no início do seu movimento vertical. À medida que se aproximava, a sua forma deixava transparecer tronco de homem. Após essa percepção, Sarah focou-se na cara, esperando que a sombra desaparecesse, procurando descobrir se o conhecia. Conforme a escuridão foi-se atenuando na face, um rosto começava a desenhar-se mas sem ninguém conhecido a quem atribui-lo. Sarah não o conhecia. No entanto, ficou maravilhada ao deparar-se com um ser masculino quase perfeito fisicamente. Pelo menos, para o seu gosto, aquele sujeito que se aproximava cada vez mais, num passo acertado, confiante, mas ao mesmo tempo, apressado, preocupado, tinha todos os traços preferidos de Sarah: corpo de modelo ligeiramente musculado com uma tonificação perfeita que saltava à vista dada a t-shirt apertada que se agarrava ao seu tronco e braços, traços faciais divinos com olhos com tons ligeiramente claros (talvez castanhos claros ou verdes) que se desembrulhavam conforme se ia aproximando, cabelo preto com corte curto, um nariz perfeito e uns lábios nem finos nem grossos, suculentos. Sarah sentia-se atraída! E quando ele se aproximou, estendeu o braço e com a sua mão esquerda, impulsionou o cotovelo de Sarah a elevar todo o seu lado direito, a par do esquerdo que era puxado a custo pela estranha mulher.

Sarah, baralhada, questionou como se chamavam. Quando a mulher respondeu, Sarah entendeu ter percebido Su ou Sue. Não percebeu bem porque o homem ao responder o seu nome, a impediu de continuar. Poderia ser Su de Susana, mas dada a apresentação feita, Sarah fixou-a como Sue. Após ela responder, supostamente, “Sue”, ouviu-se ele a interpelá-la, respondendo “Cons...”, mas foi interrompido por uma luz branca que aclarou todo o local como que cegando-os. Sentiram essa claridade estranha durante poucos segundos, de olhos fechados dada tal intensidade. Quando sentiram que a misteriosa luz branca desvaneceu e já não sentiam tal pressão da claridade sobre as suas pálpebras, reabriram os olhos lentamente, como que preocupados com o que iriam ver, a ponto de não quererem ver. Mas estava tudo igual. Pelo menos, parecia. Olharam-se, como que à procura de respostas, mas o rosto de cada um só transmitia uma pergunta, o que tinha sido aquilo. Sem terem como explicar esse fenómeno, Sarah tentou voltar à conversa que tinha sido abruptamente interrompida.

Sarah: Desculpa, Cons??

- Cons - repetiu ele, confirmando, como quem tivesse sido interrompido na hora H de uma revelação.

Mas Sarah, intrigada com esse nome, ainda insistiu.

Sarah: Cons de Constantino?? De Constâncio?

- Diz-me tu! - respondeu ele misteriosamente.

Sarah estranhou a resposta, tanto como o nome, mas a sua preocupação com o seu despertar invulgar, fez com que se focalizasse no mais importante.

Sarah: Algum de vocês sabe o que se passou?

Ambos acenaram que não, com posturas faciais de estranheza. Sarah começou a lembrar-se de algo. De repente, sobressaltou-se.

Sarah: Eu lembro-me de um barulho, um estrondo!

Sue: Como assim? - questionava Sue enquanto Cons mantinha a postura facial de estranheza, mas mantendo sempre a sua elegância.

Sarah: Não sei! Espera, lembro-me de algo, eu estava... - e de repente parou de falar.

Sarah não tinha ideia do que se tinha passado, mas a certeza que se apoderou de Sarah é que estava acompanhada pelo namorado. Sarah sentiu-se desconfortável a contar isso, estando perante um homem que parecia saído de um sonho seu. Mas Sarah recompos-se e decidiu partilhar aquilo de que se lembrava.

Sarah: Estava com o meu namorado a atravessar a rua. O que será que aconteceu com ele? Como é que eu estou aqui?

Cons: Como é que te deixaram aqui?

Sue: Sentes-te bem? Pareces ilesa.

Sarah: Parece que estou bem, sim!

Cons: Terá sido um sonho? Se calhar o teu namorado não estava contigo.

Sarah, perante tantas dúvidas, as quais aumentavam com a presença dos dois em vez de diminuirem, decidiu olhar à sua volta e tentar desvendar. Avistava edifícios sobre os quais não se focou, procurava respostas fáceis. Procurava encontrar o seu namorado no vazio que sentia em seu redor. Ao não ver algo que a satisfizesse, voltou-se novamente para quem a acompanhava e reiniciou o questionário interrompido por si mesma.

Sarah: Vocês não viram nada? Chegaram aqui há quanto tempo?

Cons: Chegámos quando tu acordaste! - resposta que foi acompanhada de um aceno positivo de Sue.

Sarah então interrogou-se se eles não formariam um casal.

Sarah: Vocês namoram? Andam juntos?

Sue e Cons trocaram um olhar como quem se interrogasse também e voltaram-se para Sarah com um aceno negativo, chegando Sue a murmurar um não. Sarah achou estranho, mas eles não pareciam conhecer-se quando olharam um para o outro antes de responderem. Sarah dividia o seu pensamento entre perceber o que se tinha passado e a preocupação em perceber até que ponto Cons poderia estar disponível. Sarah estava dividida entre o namorado, sobre o qual pouco ainda se lembrava, e entre aquele pedaço de Deus grego que não deixava Sarah concentrar-se. Sarah focalizou-se, finalmente, em tentar apenas perceber o que se passava. E, antes que dizesse algo, Sue voltou à carga.

Sue: Porque somos as únicas pessoas aqui?

Sarah já se tinha apercebido mas ainda não se tinha concentrado precisamente nesse aspecto. E então, começaram a surgir questões, umas atrás das outras.

Sarah: Vocês também estavam desmaiados?

Sue e Cons voltaram a olhar um para o outro e voltaram a negar. Sarah começou a estranhar aquela troca de olhares intrigante entre os dois.

Sarah: Porque é que vocês estão aqui e não há mais ninguém?

Sue: Diz-nos tu! - respondeu prontamente, considerando Sarah que tivesse sido uma pequena afronta dada a pergunta.

Cons: Focalizemo-nos! - impôs-se Cons – Estavas com o teu namorado e então? Onde está ele? Pelo menos, ele deveria estar aqui, certo?

Sarah: Não sei – respondeu, preocupada e olhou novamente em seu redor.

Sarah começava a preocupar-se com o namorado. Foi então que olhou para o pulso.

Sarah: Não tenho o meu relógio!

Sarah apercebeu-se, então, que não tinha nada consigo, só o vestuário simples, calças de ganga e uma camisola fresca, típica de tempo Primaveril, e uns ténis confortáveis que não se recordava de ter calçado. Gostava da forma como estava vestida, era como se se lhe ajustassem ao corpo, como se não existissem roupas vestidas. Mas isso era secundário, Sarah não tinha consigo a sua mala. Por isso, não tinha carteira, nada.

Sarah: Fui roubada! - insurgiu-se – e ele, onde estará?

Cons: Já começa a ser muito preocupante!

Sarah: Tenho que procurá-lo! - assumia como prioridade.

Sue: Vamos contigo, vamos ajudar-te! - disponibilizou-se.

Cons: E por onde começamos?

Sarah precisou de um momento para reflectir. Respirou fundo e deixou-se mergulhar em pensamentos. Não sabia do seu namorado, que a acompanhava antes de, supostamente, ser atropelada. Namorado com quem tinha uma relação óptima. Apesar de estar há algum tempo numa relação séria com ele, continuava apaixonada. Existia uma paixão e entrega mútua que não apagava a chama. Eram incapazes de trair-se um ao outro, pelo menos, assim era o pensamento de Sarah. Mas Sarah repensou e quase que se sentiu mal por questionar a fidelidade do seu namorado. Eles eram feitos um para o outro. Estava ali, perante um ser masculino quase perfeito e, mesmo assim, tinha certeza que eles iriam continuar juntos. Mas a questão inicial voltou a apoderar-se dela, desviando-a desses pensamentos, onde estaria ele.

Sarah: Que horas são?

Cons: Não tenho.

Sue: Também não.

Sarah: Temos que saber as horas. Tenho que saber o que se passa.

Cons: Será melhor irmos à procura!?

Sue: Tem que ser, Sarah! Aqui não há nada.

Sarah: Vamos!

E começaram uma caminhada à descoberta do que se passava. Após alguns metros, um certo fenómeno iniciava novamente, uma luz branca muito forte apareceu de repente e cobriu toda a zona tornando impossível manterem os olhos abertos. Uma luz que emanava claridade total. Com as mãos à frente dos olhos fechados, assim se mantiveram os três durante segundos. Tudo novamente igual, mas desta vez, ficaram mais preocupados. Não tinham relógios para controlar quantos segundos tinham passado ao certo, pois já era uma questão que se colocava. E, foi então, que a dúvida surgiu.

Sarah: Que foi isto? Extra-terrestres? - lançou para o ar, preocupada, mas a quem essa questão era a única resposta possível para o sucedido.

Sue: Pois, não me ocorre outra explicação.

Cons: Calma, não podemos tirar conclusões precipitadas. Continuamos aqui.

Sarah: A questão é, se sempre estivemos aqui ou fomos levados e deixados no mesmo sítio novamente!?

Sue: Pois, e não temos relógios para sabermos...

Cons: Vamos tentar perceber se sentimos alguma diferença...

Sue: Sarah, estás na mesma? Sentes-te diferente?

Sarah: Até agora sinto-me igual. E vocês?

Sue e Cons responderam acenando a cabeça ao mesmo tempo, um aceno com alguma dúvida consciente, pois não tinham forma de comprovar se estavam iguais ou não. Algo podia ter sido feito.

Sarah: Flores! Eu tinha umas flores comigo, ele tinha-me comprado. - referindo-se ao namorado. - e elas também desapareceram. Lembro-me de que eram rosas vermelhas, lindas!

E olhou em redor, procurando ao longe, na zona que abandonaram, se a sua vista conseguia alcançar alguns pontos vermelhos espalhados pelo chão. Mas desistiu.

Um aperto começava a sentir-se no coração de Sarah, começava a juntar algumas peças do que se tinha passado, mas tudo era tão esquisito que nada se podia encaixar dentro da sua pacata realidade passada. Sarah tinha que agir. Cada vez mais se ia recordando do amor que sentia pelo namorado e isso apertava-lhe o coração, alternado com a preocupação sobre o que se passava.

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segunda-feira, fevereiro 27, 2012 - 01:54

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Jude J Fox Maddison

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