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A Jornada de Sarah (mistério/erótico) capítulo 2

Capítulo 2 - Dúvidas que se multiplicam

Sarah decidiu que devia testar Sue e Cons. Havia algo que não batia certo. Afinal, de onde tinham surgido eles quando não existia mais ninguém à vista na rua.

Sarah: Onde estavam vocês antes de eu acordar? - insistiu novamente.

Sue: Ao pé de ti, pelos vistos...

Cons: Sim, isso aí.

Sarah manteve um olhar de desconfiança. As respostas que procurava neles só lhe faziam ficar com mais dúvidas. Decidiu deixar o questionário para mais tarde. Começou a andar em frente e Sue e Cons continuaram a segui-la. Sem se aperceber, Sarah acabou por ir dar ao local de trabalho do namorado, um escritório de rés-do-chão. Mas, tal como na rua, o escritório estava vazio, nenhuma pessoa se avistava das janelas que permitiam espreitar as divisões onde habitualmente estavam ele e os seus colegas de trabalho.

Sue: Está vazio! - exclamou desapontada, mas ciente que, face à estranheza do acontecido, dificilmente iria encontrar algo. Desviou o olhar que lançou para dentro da habitação e virou-se para os seus acompanhantes.

Sarah: O que se passa? - questionou cada vez mais preocupada.

Cons: Continuemos, havemos de chegar a algum lado onde possamos começar a obter respostas.

Sarah começou a preocupar-se de forma exaltada e recordou-se dos filmes de terror que via com o namorado, começando a lembrar-se de muitas possibilidades presentes nos mesmos e isso não ajudava. Foi então que começaram a ouvir um som grave, um tipo de ronco estranho e assustador, que se ia assemelhando a um corta-relvas mas que se ia moldando de forma cada vez mais assustadora e aproximando-se. Sarah arrepiou-se de baixo a cima. Olhou para Sue e Cons, apercebendo-se que também estranharam aquele som, mas talvez de forma mais indiferente.

Sarah: Estão a ouvir o mesmo que eu, não estão?

Sue: Sim, claro!

Sarah olhou para Cons para perceber o quanto este som o afectava e acabou por perceber que ambos começavam a estar preocupados da mesma forma. O som aproximava-se e era tempo de decidir ficar para descobrir ou fugir na direção oposta. E, ao mesmo tempo que Sarah se questionava, Sue alertou "temos mesmo que fugir". E começaram a correr.

Sarah conseguia acompanhar Cons, questionando-se se era por ele não estar a querer deixá-las para trás ou porque, de facto, podia estar a conseguir correr tanto como ele. Mas Sue também os acompanhava. Bastou questionar-se para ver Cons correr mais rápido conforme o som se aproximava e afastar-se na dianteira.

Sarah tentou correr mais depressa e, de repente, sentiu uma comichão na perna direita. Como estava a correr tentando fugir do som que se aproximava, não teve tempo para arregaçar as calças e ver qual a causa daquela comichão. Sentiu então uma pequena dor aguda na zona da comichão. Seria algum insecto? O que é certo é que, apesar da dor ter sido muito bem tolerada, sentiu-a, permitindo-lhe chegar à conclusão que o que estava a acontecer não era um sonho.

Ao concentrar-se na fuga, deparou-se com algo estranho a algumas dezenas de metros à sua frente, num caminho cuja única direcção era em frente. Existia uma falha enorme, aparentando ter cerca de 5 a 6 metros de comprimento com a largura da estrada.

Com o som a aproximar-se por trás de forma constante, não poderiam parar. Sarah focou-se então naquilo que Cons iria fazer. Cons seguia mais à frente e não parou... saltou... Sarah, que continuava a correr, ficou alarmada, e o seu cérebro passou a funcionar a mil à hora. Um rasgo de pensamento atravessou a sua cabeça com a dúvida sobre o que ia acontecer e como ia fazer para não ficar à mercê daquele horrendo som que, com o medo, começava a assumir uma forma sonora muito mais assustadora.

Tinha o buraco a aproximar-se com cada passo de corrida que dava. Ao seu lado, sem hesitar, continuava Sue. Cons esticava a perna da frente num impulso de salto que parecia demorar horas a terminar. Era como se o tempo tivesse parado naquele momento crítico. E conforme Sarah se aproximava do buraco, começando a notar a escuridão que dele se apoderava, via Cons a começar a descer no seu movimento. O mais estranho é que parecia que Cons estava a alcançar o outro lado. Sarah não parou de correr. Quando faltavam uns passos para chegar ao buraco, viu Cons aterrar no reinício da estrada, como que sem dificuldade. Sem pensar mais, Sarah impulsionou-se sobre a perna que não tinha comichão e tentou levantar e esticar a que a importunava, o máximo possível. Questionava-se sobre o facto de Cons ter conseguido saltar aquele enorme buraco. Seria por ser homem? Por ser atleta? Seria humano?

Sarah estava a passar por cima do buraco. Durante o movimento ascendente do salto, reparou que ao seu lado, Sue a acompanhava no acto. Olhou para baixo, pois a curiosidade não a largava. Sue era muito curiosa. Sempre foi. Mas ainda não lhe chegavam exemplos dessa curiosidade no passado. Agora, sentia que a curiosidade fazia parte da sua forma de ser e estar. E olhar de cima para aquele buraco era inevitável. No entanto, tudo o que viu foi escuridão. Uma escuridão onde estava prestes a mergulhar. À sua frente tinha parado Cons, que se tinha voltado para trás, após aterrar, ficando atento ao voo das duas mulheres na sua direcção, preparando-se para esticar os dois braços e agarrar cada uma das duas e puxá-las caso chegassem perto de si. Num movimento muito rápido, teve que se posicionar de lado para o buraco, deixando a sua postura frontal, para que deixasse passar Sarah e Sue. Sarah aterrou à sua frente e Sue por trás. Ele, com a perna direita mais perto do buraco, de lado para este, via Sarah aterrar e finalizar um salto impensável à sua frente, em que atrás de si ocorria a aterragem de Sue. Ambas tinham conseguido saltar aquela comprida falha no asfalto. E conseguiram-no sem ajuda. Sarah estava pasmada consigo mesma.

Sarah começou a questionar-se se não teriam sido injectados com algo que os fizesse capazes de coisas inviáveis aos seres humanos. Mas esse pensamento escapou-se com o aproximar contínuo do som que não se deixava ficar para trás.

Cons: Vamos! Continuem a correr!

Sarah concentrou-se no arranque e retomou a corrida. Sempre em frente. Apercebeu-se que estava a correr numa estrada, onde as laterais não tinham imagem, parecia um infinito. Só se via a estrada em frente. Enquanto corria, agarrou-se ao pensamento anterior. Seria ela capaz de feitos antes inalcançáveis?

Subitamente, o som parou. Segundos depois, apercebendo-se e reduzindo a passada, Sarah, Sue e Cons olharam para trás onde avistaram um corredor de asfalto que tinham acabado de percorrer, cujo horizonte se esfumava num cinzento ondulado. Apesar de não se sentir cansada, Sarah pensou em repousar, como que se o seu cérebro estivesse programado para tal decisão após uma corrida daquelas.

Sarah: Descansamos?

Sue: Como entenderes.

Sarah quis explorar a descoberta. Pensou, então, em saltar para ver até onde se conseguiria elevar. Nesse preciso momento, Cons abaixou-se e, através de um impulso sem grande preparação, saltou cerca de dois metros. O espanto apoderava-se do rosto de Sarah. Não só pelo salto, mas pela iniciativa de Cons. Ela tinha pensado em saltar e Cons saltou. Face a toda a situação estranha, sobre a qual não surgiam respostas, apenas mais dúvidas, Sarah pensou em deixar-se levar pela sua criatividade. E se eles fizessem sempre o que ela pensava? Já várias vezes tinham colocado questões que surgiam na mente de Sarah antes de esta as divulgar. E se eles obedecessem ao pensamento de Sarah? Enquanto a sua mente deambulava nessas suposições, Sue e Cons estavam parados, a olhar para Sarah, esperando o que estivesse para vir. E os pensamentos de Sarah mergulhavam em desejos escondidos. Sarah deixou escapar um pequeno sorriso, preparava-se para testar ao máximo a sua teoria.

Sarah começou a andar procurando chegar a um local mais apropriado. Sue e Cons acompanharam-na calados, como quem percebesse que algo estaria para acontecer, algo que viesse de Sarah. Chegaram a um ponto da estrada, onde do lado esquerdo se situava uma pequena cabana. Com aquele feitio redondo a fazer lembrar os iglos, mas esta feita de madeira, tinha uma pequena porta virada especificamente para a estrada. Sarah, sem mencionar uma palavra, caminhou até ela e abriu-a. Ficou deslumbrada. No centro da cabana, mesmo no meio, havia uma cama maior que a de um casal, de formato redondo. Só a cama ocupava quase um terço do espaço. Ao fundo, um armário da altura da pequena habitação, daqueles de pendurar roupa. Encontrava-se fechado. Do lado direito não havia nada. Do lado esquerdo, uma cadeira. Sarah deu dois passos para a esquerda desimpedindo a entrada e disse para Sue e Cons entrarem.

Sarah: Parece, de certa forma, acolhedor. Sentem-se aí na cama.

Enquanto Sue e Cons se deslocavam para a cama com apenas três passos, Sarah sentou-se na cadeira que estava do lado esquerdo, ficando de frente para a cama. Sue e Cons, já sentados lado a lado na cama, deslocaram-se lateralmente, sem nunca deixarem de estar sentados na cama, e ficaram a olhar para Sarah de frente.

Sarah, curiosa, voltou a insistir numa pergunta, tentando limar arestas antes de iniciar o que pretendia.

Sarah: Vocês são, de alguma forma, amantes?

Sue e Cons voltaram a olhar entre si e, virando a face novamente para Sarah, fizeram aquele já típico gesto facial de negação com estranheza de quem não se conhecia, nem a si próprios, nesse âmbito.

Sarah olhou novamente ambos de alto a baixo. Desta vez, centrou as suas atenções em Sue, cuja fisionomia ainda não tinha sido alvo da sua atenção. Corte de cabelo médio, nem curto nem muito longo, corpo elegante, aparentava ter peito copa C de tamanho 34, umas ancas ligeiras e umas pernas que, escondidas pelas calças semi-justas, não lhe pareciam ter peso a mais.

Sarah começou a deleitar-se nos seus pensamentos. E começou a presenciar duas marionetas ao seu dispor na sua frente.

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segunda-feira, fevereiro 27, 2012 - 01:01

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Jude J Fox Maddison

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