CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A morte de Sofia 1. ª parte
Eu sempre pensei que eu acabaria me suicidando, nunca pensei que morreria em decorrência de um acidente de carro. Mas a vida e a morte sempre nos surpreendem e as coisas nunca são como esperamos. As coisas são como são. Várias vezes, estive à beira do suicídio, mas ou acontecia algo ou eu desistia. Será que existe livre-arbítrio ou haverá um destino à nossa espera? Por que tentei me matar tantas vezes? Por um motivo simples e seco: por não aguentar mais minha vida. Se eu dissesse a alguém minha intenção, diriam: mas você é jovem, tem toda a vida pela frente. Justamente por isto eu queria me matar. Eu não queria toda uma vida pela frente se isto significasse uma vida sem graça, vazia e sem emoções.
Agora, estou flutuando no vazio. Tudo que vejo é a escuridão. Há pouco tempo, eu podia ver as pessoas se amontoando em torno do carro que eu dirigia e meu corpo gravemente ferido. Não demorei a compreender que morrera. E foi tudo muito rápido. Eu somente vi o carro vindo na contramão e, logo depois, vi-me ao volante, com um grande corte na testa, o rosto caído sobre o volante, os olhos fechados. Não me assustei ao ver que finalmente acontecera o que eu tanto procurara para mim: a morte, a libertação absoluta, para sempre longe da minha família. Não haveria mais amarras nem teria mais que acordar e ver logo a cara do meu pai nem aguentar suas conversas monótonas e suas críticas cruéis.
Talvez eu deva me apresentar. Meu nome é Sofia. Meu pai me deu este nome. Não sei por que ele me deu um nome que significa "sabedoria" se as palavras preferidas dele para me definir sempre foram "burra", "idiota" e "pateta". Agora que morri, estou livre dele. E não pretendo voltar como espírito para assombrar nem a a ele nem a ninguém da minha família. Quero apenas não vê-los nunca mais.
Se sofrerão com minha morte? Não sei e nem quero saber. Pouco me importa que sofram com minha partida se ninguém sofreu com o fato de eu ter vivido uma vida infeliz que agora deixo para trás. O que verei agora? Uma caveira com uma foice ou um anjo? Haverá céu, inferno? Deus existe? Não sei. Morte não traz paz, nem conhecimento. Morri e continuo tão ignorante como sempre fui em vida.
Para que me entendam um pouco, vou contar a história da minha vida até o momento da minha morte. Assim, entenderão porque eu queria mesmo morrer.
Neste momento, eu lembro do meu corpo morto. Exceto pelo corte na testa, eu parecia adormecida e em paz.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2046 leituras
other contents of Atenéia
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Para o que vivemos | 0 | 1.892 | 10/26/2016 - 16:13 | Português | |
Poesia/Meditação | Os ecos da alma | 0 | 1.533 | 10/25/2016 - 23:04 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Sua vida | 0 | 1.983 | 10/21/2016 - 16:49 | Português | |
Poesia/Tristeza | Não me faça sentir assim | 0 | 8.455 | 10/18/2016 - 21:57 | Português | |
Poesia/Geral | Afasta-te | 0 | 2.118 | 10/04/2016 - 14:08 | Português | |
Poesia/Geral | Até quando | 0 | 2.597 | 10/04/2016 - 14:05 | Português | |
Poesia/Geral | Meu corpo não lhe pertence | 0 | 1.607 | 09/30/2016 - 20:04 | Português | |
Poesia/Desilusão | You don't love me | 0 | 3.865 | 09/30/2016 - 19:59 | inglês | |
Poesia/Meditação | Give me strength | 0 | 4.507 | 09/13/2016 - 19:36 | inglês | |
Poesia/Meditação | O que fazer | 0 | 1.760 | 09/12/2016 - 14:18 | Português | |
Poesia/Geral | Aqueles olhos | 0 | 1.521 | 09/12/2016 - 14:15 | Português | |
Críticas/Livros | Uma tragédia monumental | 0 | 5.246 | 09/03/2016 - 12:48 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Meu grito silencioso | 0 | 1.177 | 09/03/2016 - 12:21 | Português | |
Poesia/Gótico | All my fears | 0 | 3.483 | 09/03/2016 - 12:16 | inglês | |
Poesia/Gótico | Filho da lua cheia | 0 | 2.616 | 09/03/2016 - 12:12 | Português | |
Poesia/Gótico | Solidão eterna | 0 | 1.723 | 09/03/2016 - 12:09 | Português | |
Poesia/Meditação | When will my life begin | 0 | 3.466 | 08/31/2016 - 21:15 | inglês | |
Prosas/Pensamentos | Diferença | 0 | 1.048 | 08/28/2016 - 10:40 | Português | |
Críticas/Livros | Desejos e frustrações | 0 | 4.960 | 08/28/2016 - 10:38 | Português | |
Poesia/Meditação | We need a true love | 0 | 3.154 | 08/28/2016 - 10:19 | inglês | |
Poesia/Haikai | Aves | 0 | 2.790 | 08/26/2016 - 19:05 | Português | |
Poesia/Meditação | Precisamos de liberdade | 0 | 2.011 | 08/26/2016 - 19:04 | Português | |
Poesia/Meditação | Um sentido | 0 | 1.192 | 08/26/2016 - 19:00 | Português | |
Poesia/Desilusão | Don't call me anymore | 0 | 4.726 | 08/22/2016 - 14:37 | inglês | |
Prosas/Pensamentos | A ilusão da paixão | 0 | 2.266 | 08/16/2016 - 13:50 | Português |
Add comment