Na noite sem fim

Na noite sem fim do desterro imposto pelo Destino, palmilho a escuridão de uma noite de Lua Nova. Incendeia-se a alma numa almejada esperança, esvai-se a vida no arremedo do vegetal em que se constituiu o sonho. O vazio instala-se num cruzeiro de latas amassadas pela fome de paz. E nada consigo que o preencha, neste tempo de solidão e longitude...
Recrio a vida, mas não sei dela; recrio o sonho, mas revivo o pesadelo; recrio a esperança, mas amparo a tristeza.
Tudo fica igual, cada vez mais igual. No vazio do nada absoluto.