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O abraço que machuca
O abraço que machuca
De todos os abraços possíveis o que machuca é justamente o que não podemos dar, é o que marca que fica na lembrança.
Neste janeiro surreal, 231 abraços foram substituídos por lagrimas, que por hora parece não ter mais fim. Os sorrisos e as palavras silenciaram-se diante do incompreensível, nosso peito está apertado, nossas mãos não conseguem encontrar o apoio necessário para se manter em pé.
Não foram apenas desconhecidos, amigos ou familiares, que nos deixaram sem ação hoje, foi a dor e a falta do abraço que conforta, o abraço da volta, que nos faz sentir mais amados, mais felizes e com lagrimas nos olhos.
A noite surgiu com a alegria que somente os jovens tem, com todos os planos e paixões possíveis e o sol nos trouxe os tons laranjas meio vermelhos que somente grandes perdas o fazem ter.
E assim se arranca um pedaço do futuro, se proíbe tantos sorriso que estavam por vir, tanta vida presente em um simples momento se fez partir sem avisar, sem falar e sem um ultimo abraço.
Momentos assim nos fazem menos homens,nos tornam mais frágeis, momentos assim nos mostram de uma forma muito cruel o quão sutis somos e que todo o segundo, pode ser o momento certo para demonstrarmos nosso amor.
Quisera eu ter forças suficientes para abraçar todas as famílias que tiveram suas perdas, mas este abraço não posso dar, e esse é o abraço que mais machuca o da impotência,diante dos fatos, diante da vida e frente a morte tão inesperada.
Esta noite que se apresenta não terá a alegria o calor e a fantasia de outras tantas, estes novos dias certamente faltaram motivos para sorrir. Faltará o ultimo abraço aquele da da volta e o da partida.
Pablo Danielli
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