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o enforcado

As notícias deprimem-nos. Há quem se refugie na literatura. Entre musil e clarice lispector hei-de encontrar algum consolo. E até nas histórias que eu própria invento.

Aqui na aldeia pendurou-se mais um. Tocam os sinos a rebate e a conversa na padaria, bem cedinho, gira à volta de quem morreu. Não , não foi nenhum destes idosos trabalhadores-ou -trabalhadoras- até- morrer. Um homem de trinta anos. Um desgosto de amor, dívidas, a crise, ou as crises.
Pendurou-se no forro da casa que andava a pintar. Dois filhos pequenos, ela não o queria.

Aqui, já o tio dele, ali ,naquela oliveira um, na azinheira maior, o outro.

E perguntam-me porque é que nas minhas histórias há quase sempre morte, a mim , que ando há tempos envolvida numa narrativa em que procuro “ a gota de água” - o exacto momento em que se escolhe desistir. Então eu respondo com outra pergunta, mas conheces alguma história aonde não se morra? Trata-se apenas disto – nascer e morrer. Não existe mais nada para além disto. Antes ou depois da história acabar, morre-se sempre.


Continuo na companhia de O homem sem qualidades, provavelmente, mais um amor para a vida – da página 166 recolho para vós, estas palavras –“… temos de reconhecer que uma pessoa que pense, ainda que pouco, se arrisca a cair naquilo a que se pode chamar uma companhia muito caótica” . Prometo progredir no caos até à vitória final (impossível será fazer uma síntese desta densidade de caminhos que nos explicam o homem moderno ou pós –moderno, que sei eu?) , encantada, já cheguei à pag. 470. Ajudada pela tradução, prefácio e notas. Obrigada, professor João Barrento!

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sexta-feira, setembro 16, 2011 - 16:54

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maria joão carrilho

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Comentários

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a morte

eis um tema incontornável e não existe romance ou novela em que a morte
não marque presença - já nascimentos parecem dispensáveis (curiosa a nossa
forma de estar na vida).

CuriosaMente é também um tema que me é caro. Recordo que há tempos, num outro site, alguém me questionava: " Sempre a morte... Fico na dúvida se a busca ou se a teme?!"
A questão fica no ar, por que deve fazer parte do nosso adn.

Prazer em lê-la!

Um abraç0o desde as Caldas!

Abilio Henriques

imagem de maria joão carrilho

morte

Incontornável, tem razão . Nada é perene. Mas há dias mais de morte que outros . E épocas em que é preciso matar para voltar à vida.

Obrigada pelo comentário!

Um abraço

mjoão

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