CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

O espírito da arte. E os fantasmas do tempo.

O espírito da arte.
E os fantasmas do tempo.

Impossibilidade de achar uma escala absoluta para determinar o valor de uma obra de arte. Valor relativo da beleza e da feiura. Origem dos nossos sentimentos estéticos. Origem das nossas ilusões sobre o valor absoluto das obras de arte. A arte não tem por fim reproduzir fielmente a natureza. A obras de arte exprimem os sentimentos, crenças e necessidades de uma época, e transformam-se com ela. … a arte como prazer, a arte como expressão e a arte como conhecimento,  pois as questões referentes à arte são tão antigas quanto a própria origem da filosofia. Mas tudo isto conservará em alto grau carácter insular. Isso resulta do facto de elas representarem a efusão natural dum cérebro um tanto excêntrico e que compunha dominado por uma espécie de obsessão.  No entanto, o princípio da falseabilidade não é critério único para dar garantia ao processo de pesquisa científica, já que a própria teoria da falseabilidade pode ser aplicada a si mesma, o belo pode ser um dos atributos da arte, mas não é o único, tampouco o mais importante. O feio também pode ser arte. Além disso, existem proposições em que o princípio não é aplicável. A interação ambiente/organismo gera informação e esta causa mudanças no comportamento do organismo, que por sua vez causa alterações em seu ambiente, processo equivalente ao do feedback estudado na teoria da informação. Desta situação decorrem dois fatos: 1) Não existem valores absolutos e eternamente válidos para todos as espécies de seres que existem e existiram; e 2) Muito menos valores humanos válidos para toda a natureza, inclusive a humana.  A primeira dificuldade apontada concerne à questão da comensurabilidade. Isso porque quando duas coisas - objetos, pessoas, fenômenos - são comparadas, presume-se que se possa medi-las em igualdade de condição (suposição, muitas das vezes, errônea). É difícil imaginar hoje a possibilidade de, em algumas páginas, definir o pintor ou a pintura, o artista ou a arte da vida moderna, pós-moderna, contemporânea, ou como se queira chamar-lhe. Isto é, dirigir-se à actuali-dade, que sentimos como cada vez mais complexa, e traçar-lhe o retrato, a essa actualidade que temos cada vez mais dificuldade em convocar como realidade, em dizer como experiência, ou sequer em configurar como nome.  Não há como mensurar qualquer fenômeno estando fora da história ou da sociedade… se a razão busca uma soberania irrestrita sobre a natureza, ela coloca o humano contra si, do mesmo modo que a natureza o faz quando exerce uma dominação total. Neste último caso, o homem seria um selvagem; no primeiro, um bárbaro.  É preciso um singular poder de observação para tornar sensíveis tais particularidades de matéria.  Uma vez presumida a impossibilidade de apreender por inteiro a realidade objetiva, a capacidade de “prestar atenção” (em um número reduzido de estímulos) passa a ser considerada condição de uma subjetividade plena. Trata-se antes de um episódio desseeterno movimento pendular que faz com que a um período de frivolidade suceda um período severo, a um período de liberdade um período de disciplina,  mas hoje uma data de gurus universitários, todos a darem-se ares de iluminados para os centenares de alunos que vão dormir a sua marijuana ouvindo-lhes os sermões psicanalíticos, estruturalistas, etc… Tal maneira de ver não teria suficientemente em consideração a complexidade das coisas. É importante perceber que muito daquilo que tendemos a encarar como “natural”, principalmente no que diz respeito aos valores, costuma ser muito mais uma mescla obscura de orientações morais cujo delineamento e defesa podem ser encontrados em muitos pensadores. Embora tais armaduras simbólicas sejam eminentemente invisíveis, elas possuem também uma parte visível – aquela parte que nós representamos com objetos e imagens. E tais representações, é claro, não se dirigem apenas aos outros mas também a nós mesmos, ajudando-nos a ajustarmos, embelezarmos e afirmarmos o direito de utilização de nossas armaduras.  Grosso modo, se antes uma representação aludia a algo “em si”, como referencial objetivo, passou-se a entendê-la como algo que foi visto por alguém, em sua particularidade e em meio a instâncias dispersas. E o que caracteriza a pulsão é sua plasticidade, de modo que ela pode ser investida em objetos muito diversos, de formas muito diversas. Mas, como é fácil observar, a experiência imaginária do humano, este ser mergulhado no simbólico, é muito diversa da experiência imaginária do animal, no qual se pressupõe simplesmente que certas imagens os impelem (instintivamente) para ações específicas, como no caso das imagens que atraem sexualmente.  Trata-se, é preciso reconhecer, de uma questão difícil de responder, em parte devido ao grau de enraizamento de tal ideia em nossa cultura, que faz com ela permeie, em formas bastante variadas, uma infinidade de representações.

Submited by

segunda-feira, agosto 1, 2016 - 23:46

Prosas :

Average: 5 (7 votes)

JoelFortunato

imagem de JoelFortunato
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 4 anos 20 semanas
Membro desde: 12/28/2012
Conteúdos:
Pontos: 10011

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of JoelFortunato

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Fotos/Artes Razonable descanso 0 5.698 11/25/2019 - 01:13 Espanhol
Fotos/Artes Meditar circular 0 4.051 11/25/2019 - 01:11 Espanhol
Fotos/Artes Pasión marinera 0 4.328 11/25/2019 - 01:09 Espanhol
Fotos/Artes Mirando la incertidumbre 0 3.735 11/25/2019 - 01:07 Espanhol
Fotos/Artes Colores deliciosos 0 4.125 11/25/2019 - 01:05 Espanhol
Fotos/Artes La luz azul del Buda 0 4.482 11/25/2019 - 01:02 Espanhol
Fotos/Artes Solamente imagina 0 4.143 11/25/2019 - 01:00 Espanhol
Fotos/Artes Palpitante suavidad 0 3.315 11/25/2019 - 00:56 Espanhol
Fotos/Artes Mirar reflexivo 0 3.755 11/25/2019 - 00:54 Espanhol
Fotos/Artes Pasión saludable 0 3.857 11/25/2019 - 00:52 Espanhol
Poesia/Amor Floreando 0 5.505 11/24/2019 - 00:07 Espanhol
Poesia/Meditação El veneno dulce 0 1.925 11/24/2019 - 00:01 Espanhol
Poesia/Amor Besándose 0 2.540 11/23/2019 - 23:53 Espanhol
Poesia/Meditação Entre escaramuza y escarceo 0 2.176 11/22/2019 - 02:40 Espanhol
Poesia/Fantasia Desmesurado vilipendio 0 2.533 11/18/2019 - 20:07 Espanhol
Poesia/Fantasia Halago anegadizo 0 2.474 11/18/2019 - 20:00 Espanhol
Poesia/Geral Animadversiones 0 5.060 11/18/2019 - 19:55 Espanhol
Poesia/Geral Razonablemente indulgente 0 2.238 11/17/2019 - 06:48 Espanhol
Poesia/Tristeza Eros llora 0 2.012 11/17/2019 - 06:42 Espanhol
Poesia/Desilusão Amor de cuna cruel 0 2.114 11/17/2019 - 06:36 Espanhol
Poesia/Geral Invectiva sinuosa 0 2.150 11/14/2019 - 20:13 Espanhol
Poesia/Fantasia Zangoloteo zalamero 0 2.850 11/14/2019 - 20:05 Espanhol
Poesia/Geral Tortuosa testarudez 0 2.039 11/14/2019 - 20:01 Espanhol
Fotos/Artes Lectura con esperanza 0 4.167 11/11/2019 - 18:07 Espanhol
Fotos/Artes Suavidad en flor 0 3.695 11/11/2019 - 18:05 Espanhol