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O Silêncio da Campina
Anabela esticou os braços para cima, escutando as vértebras estalarem ao sentirem-se repuxadas. Dormira durante toda a tarde na campina do avô, tão descansada quanto lhe era possível. Era um dia de Primavera quente, mas nublado, o que impedira o Sol de incomodá-la. Não gostava do Sol. Aquele seu brilho inoportuno transformaria o seu descanso numa sauna infernal, chamando a si chilreares que não desejava. Ainda bem que ele se extinguira naquele dia.
Voltou a deixar-se cair sobre a relva macia no planalto e inspirou fundo aquele ar que a rodeava por todos e quaisquer lados. Que lhe dizia ele? Nada. Falava-lhe em silêncio sobre o "silêncio". Contava-lhe a sua história silenciosa, e sem sonoridade. Pois era ali que ele habitava em toda a sua plenitude. Nada era, para ele, o cantar das aves, pois espantara-as com um espantalho mudo e carcomido pelas térmitas que eram as suas brisas deprimentes. Os insectos, esses fugiram com os seus predadores. O que assustara as aves, assustara-os também, aura pesada e sem remorso, de atmosfera seca e insípida. E que maravilha era aquele silêncio! Podia gritar, e nem a si própria se ouvia! Ele consumia a sua voz avidamente, com fome dela. Pois, lá bem no fundo, amava-a. Amava os sons que não podia deter. Amava-a a ela, a única que o suportava, pois também o amava, ele que não a deixava escutar-se de tanto a querer ouvir. Ele que lhe ronronava aos ouvidos, e a consumia.
Ele, aquele silêncio da campina.
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