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O TEMPO E ALMA

         O tempo “fechou”: nuvens carregadas e escuras passeiam pelo negro céu. Relâmpagos com raios gigantescos rasgam o espaço infinito na noite, encobriu-se o brilho cintilante das estrelas e dos astros.
         Observo o tempo dessa forma e comparo com alguns momentos da nossa vida. Aqueles momentos em que nossa alma está escura, uma angústia no peito, sensação de “peso”, de que nada tem sentido, de que tudo é difícil, aquela “náusea” existencial. Sofremos durante toda a vida: estudamos, trabalhamos, lutamos por nossos ideais maiores, brigamos por espaço em tudo. Mais também não lembramos, às vezes, que existem coisas muito importantes; como por exemplo: brincar quando somos crianças, passear com nossos filhos, quando eles aparecem, conversar com amigos (mas amigos de verdade), visitar nossos parentes ou telefonar para eles, independente de que eles nos ajudem ou não; o importante é lembrar que essas coisas são necessárias, não sei por que temos tantas dificuldades para cumprir essas obrigações.
         O tempo “fechou”: agora cai uma chuva fininha e monótona. Daquelas que fazem a gente ficar preso em casa, olhando pela vidraça da janela para os automóveis e os transeuntes que passam. Ou lendo um bom livro (para quem gosta de lê). Olhando para a rua podemos vê as pessoas, com sua pressa eterna, mesmo num dia de chuva. Para que tanta pressa se o futuro é a morte? Existe esse ditado! Mas se a morte não for o fim? Mas não há prova disso. Então volto àquele estágio: “peso no peito” e angústia. Tempo “fechado”: alma “fechada”.
         O tempo “fechou”: Agora preparo um bom jantar para saborear com um bom vinho. O vinho ajuda a esquentar o nosso corpo. Quando a gente está com frio é assim, bebemos para aquecer. O tempo está “fechado”, mas minha alma agora está “aberta”, pois penso nas pessoas que não podem jantar, nem beber um bom vinho; então aquela sensação de “peso” e angústia desaparece por um momento, pois lembro que tenho essas coisas. Na verdade tenho essas coisas boas e mais outras que outros não têm, como por exemplo: um emprego, um automóvel, uma residência para fazer um jantar e um litro de vinho para beber. Ainda posso, também, quando o frio da noite aumentar me aquecer num bom quarto, e dormir no conforto. Mais depois minha alma entristece, pois ainda não tenho outras coisas. Queria ser rico, ser famoso, ter objetos caros, ser amigo de pessoas importantes e muitas outras coisas que poucas pessoas têm. Porque poucos são os que possuem tudo e muitos os que não possuem nada. É a nossa eterna ambição. Amanhã, quando o tempo “abrir” novamente, talvez meu espírito melhore, pois o tempo regula nossa alma. Quando o tempo “fecha”, nossa alma entristece, quando ele “abre” volta a paz de espírito, a sensação de alegria. Digo sensação porque tudo é assim: tristeza e alegria, ódio e amor, discórdia e paz, arrogância e simplicidade, medo e coragem; tudo são passagens, nada é real, absoluto, tudo é relativo.
         O tempo “abriu”: tudo voltou ao normal, estou alegre, posso fazer muitas coisas agora: como ir a um passeio - poderia colher flores se eu tivesse um jardim, mas as pessoas acham que jardim é uma coisa desnecessária -, andar pela rua sem destino, ou até mesmo visitar um amigo ou parente, falar sobre coisas boas e ruins. E depois posso voltar para casa mais tranqüilo. Mais o tempo é “traiçoeiro”, ele pode “fechar” novamente. E então terei que ficar sozinho mais uma vez. Minha alma voltará a “pesar”, a angústia retornará, pois o tempo é assim: quando menos esperamos ele “fecha” e com ele nossa alma também.

 

 

 

 

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quarta-feira, março 9, 2011 - 22:02

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JANILSON BARROS DO AMARAL

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