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Para... I

Querida mãe,

Perdoa-me. Perdoa-me pelos meus ataques, pelas tuas noites sem dormir, perdoa-me. Não me arrependo nada do que fiz nem do que irei fazer, no entanto, a unica coisa de que me arrependo é de te ter magoado tanto assim. Por favor, tenta perceber. Esta vida tem demasiado sofrimento para mim. Eu sou uma pessoa que precisa de alegria, precisa de acreditar que tudo está bem, mesmo quando não está. E isso não estava a acontecer. Não é culpa tua. Por favor, fica bem, não te deites abaixo por minha causa. Se não, sentir-me-ei ainda pior. Se quiseres saber como me sentia, basta ir ao meu blog (ana-fm.blogs.sapo.pt). Lá estará tudo explicado. Os meus ataques de raiva, os meus ataques de pânico, as minhas crises de depressão. Este mundo é demasiado mau para mim. Eu não aguento ver tanto sofrimento e viver calada. Não consigo.
Por favor, diz ao ruben que eu gosto muito dele e que ele têm é de ser forte e não se desleixar nos estudos. (Continuo a dizer que ele deve de deixar de jogar ps quando há escola... mas pronto...). Diz ao pai, que apesar de tudo o que ele me fez, de toda a dor que me causou, que eu nao estou magoada. Já não.
Mãe, porque é que não percebeste? Eu dei-te dicas. O meu mau-humor constante, o meu estado apático. Porque não percbeste? Porque é que não me obrigaste a ir a um psicólogo? Porque é que não percebeste? Eu so queria sentir que alguém se preocupava comigo. E no entanto, depois de estar um pouco contente, achaste que eu já estava bem. E voltaste ao que eras. A ralhar e tudo. Mãe, essa altura foi a pior para mim. Eu deixei de confiar em ti, no momento em que tu te meteste a ultima vez entre mim e aquele avestruz. Odeio sentir-me uma obra de caridade. Odeio pensar que todos têm pena de mim. E tu, foste pedir para ele não falar mais para mim. EU é que tenho de decidir isso. Não és tu. Apesar de te afectar, o assunto era meu e só meu. Não tinhas nada de que te meter. Deixei de te contar os meus problemas a partir daí. Como confiar numa pessoa que nos diz uma coisa e depois pelas costas faz outra. Eu odeio ser tratada como uma criança. Porra! Eu cresci demasiado depressa, por isso, agora aceita que sou mais velha do que aparento.
Mãe, nunca te esqueças que eu te adoro e que sempre gostei de ti. Mãe há só uma no mundo.

 

Atenciosamente,
Ana F.M.
 

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terça-feira, março 8, 2011 - 21:34

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