CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Rousseau e o Romantismo - Parte XVI - A Liberdade Natural


 

Antes de tudo será preciso observar que o termo “liberdade” no contexto de “Estado de Natureza” apresenta um significado diferente daquele que geralmente lhe é atribuído; isto é, o poder de decidir, de optar entre algumas alternativas, de fazer algo ou não etc.

Aqui, o termo significa essencialmente a ação que o indivíduo fazia com o objetivo de satisfazer alguma necessidade, que, à época, eram apenas as do corpo físico. Diz-se “livre” pelo fato do homem não estar aprisionado a nenhuma convenção, a nenhum outro interesse que não fosse o seu imediato.

Na realidade, o homem não era livre no sentido atual, pois vivia eternamente sob o jugo das necessidades corpóreas e sob a ameaça constante de outros homens e doutros Seres, ficando, portanto, restrito a espaços isolados e às condições climáticas e de tempo.

E como a espécie humana era extremamente pequena em quantidade, o isolamento do indivíduo era facilitado, diminuindo assim o risco de ser atacado. Ademais a sua embrutecida mentalidade não lhe cobrava qualquer responsabilidade sobre outrem, exceto, talvez, pelo seu grupo familiar.

Dessa sorte, a sua “liberdade” dependia diretamente do isolamento que fosse capaz de manter ou da força física de que dispusesse. Nas palavras do filosofo:

“O homem realmente livre faz tudo que lhe agrada e convém, basta apenas obter os meios e adquirir força suficiente para realizar os seus desejos”.

Obviamente que não existiam regras, leis ou instituições que freassem a usurpação, a violência etc., contudo, isso não se constituía em grave problema devido ao já citado isolamento em que se vivia e, também, pela autossuficiência adquirida por cada um. Sem motivos para se aglomerarem os homens viviam “livres” em seus espaços.

E, talvez, vivessem felizes, pois para Rousseau, ao contrário de Hobbes e de outros pensadores, o “homem complementava a natureza” e, portanto, ela não lhe era adversa, inexistindo, pois, interesse ou necessidade de se superar o “Estado Natural”.

Porém, o desenvolvimento da mente humana foi aos poucos introduzindo novas vontades e novos desejos na alma do homem e seguindo à incipiente capacidade de abstração, de imaginação, chegou o desejo de interagir com semelhantes e se passou a construir agrupamentos e a se viver outro tipo de “liberdade”, a chamada “Liberdade Civil”, da qual falaremos adiante.

Antes, porém, será oportuno abrirmos espaço para pensarmos como se deu a transição entre esses dois tipos.

Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Primavera de 2014.

Submited by

quarta-feira, novembro 12, 2014 - 14:46

Prosas :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 7 anos 28 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Títuloícone de ordenação Respostas Views Last Post Língua
Poesia/Geral Aedo 1 2.577 03/20/2011 - 15:16 Português
Poesia/Tristeza Agosto 2 1.844 07/21/2010 - 06:35 Português
Poesia/Geral Água 3 1.164 01/06/2011 - 13:46 Português
Poesia/Geral Águas de Tom 1 1.645 03/24/2012 - 18:21 Português
Poesia/Amor Ainda 0 1.349 03/23/2011 - 12:45 Português
Poesia/Geral Ainda Não 0 572 02/07/2012 - 20:15 Português
Prosas/Outros Alain BADIOU - Filósofos Modernos e Contemporâneos 0 1.379 07/26/2012 - 12:54 Português
Poesia/Amor Alameda 0 1.570 12/24/2011 - 13:43 Português
Poesia/Amor Alameda 2 1.564 08/26/2012 - 23:40 Português
Poesia/Fantasia Alaúde 0 793 01/02/2013 - 13:31 Português
Prosas/Outros ALCESTE, Gluck - Óperas, guia para iniciantes 0 999 08/14/2015 - 14:26 Português
Prosas/Outros Alfred BINET e o Teste de QI - Psicologia, a ciência da alma 0 1.970 04/22/2014 - 21:09 Português
Prosas/Outros Alfred North WHITEHEAD - Filósofos Modernos e Contemporâneos 0 1.893 07/07/2012 - 21:09 Português
Poesia/Geral Alucinações 0 643 03/12/2012 - 11:46 Português
Poesia/Tristeza Alvo-Branco-Alvo 1 1.385 07/31/2010 - 20:45 Português
Poesia/Amor Amanhecer 0 1.387 09/11/2014 - 01:30 Português
Poesia/Amor Amar 1 1.712 08/08/2009 - 13:59 Português
Poesia/Amor Amar-te 1 1.199 06/07/2011 - 13:46 Português
Poesia/Geral Ame-o ou Deixe-o 0 941 12/31/2012 - 13:18 Português
Poesia/Geral Ameixeira 0 1.249 11/14/2011 - 14:30 Português
Poesia/Geral Amor e Quixote 2 1.318 03/12/2010 - 18:08 Português
Poesia/Amor Amor na Maturidade 5 1.358 11/09/2009 - 04:56 Português
Poesia/Tristeza Amor Quebrado 4 2.793 12/04/2009 - 23:42 Português
Poesia/Tristeza Amores Acabados 0 957 11/19/2011 - 01:32 Português
Poesia/Amor Amores e Diminutivos 3 1.063 03/17/2010 - 13:32 Português