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Sometimes always ( Hoje )

Hoje deixou de ser criança e transformou-se em mulher.

Amadureceu sob a chuva que lhe encharcou a alma.

Numa espera impetuosa de não saber esperar.

Na perda da inocência, confiscou corações avulsos, numa voragem de perdições constantes.

Sim, hoje o seu olhar doce, de criança, acinzentou-se num desespero de alma aprisionada.

Há amores efémeros na eternidade dos sentidos. Existem emoções sem nome, só porque não devem ser sentidas.

A chuva caía a direito. Afastou o guarda-chuva, o rosto a olhar o céu, a receber a água em jorros que salpicavam o corpo.

Sim, meu amor, o amor que dizias sentir, vejo-o agora a ir com a chuva nesta enxurrada de equívocos.

Sim meu amor, que não és meu; Só o amor, que não és tu ou não sou eu.

Caminha apressada, não quer que a encontrem assim, ali, cabelos em desalinho, escorridos pela chuva numa mistura de lágrimas evasivas.

Como ele. Ele que se esvai e se evade, evitando um confronto, de não saber o que lhe dizer.

Ele que ama sem saber o que é o amor.

Ele que acarinha, promete e protege.

Ele. O centro da vida dela. Desde aquele dia em que algo se agitou no peito. Em que os olhares de amigo passaram a ser vistos doutro ângulo. Obtuso? Agudo? Ou simplesmente recto.

Recto como a palma da minha mão na tua em tardes, que foram a soma de todas as noites.

Por inventar.
Segredo.

De que serve um segredo se não tivermos com quem o partilhar?

Sim, meu amor, meu querido, tanto que te digo, e o mais importante é o que nem adivinhas.

Escreve-lhe uma carta. A explicar a razão da ventania nos corpos que deixaram escapar as almas, sem lhes tocar.

Escreve-lhe uma carta (não um email) mas uma carta, com selo e tudo. Apenas tem que saber a morada.

Uma carta que não enviará.

Tantas moradas, tantas cartas, tantos amores súbitos de paixões ardentes. Paixões que se sobrepõem às anteriores.

Tanto amor para dar.

Onde estás, eu que te procuro e não te encontro, por estares tão dentro de mim?

Caminha decidida, nos passos que a conduzem.

O coração em ferida. A pele dorida. Alma perdida. Corpo encharcado.

Em chuva de lágrimas.

Para sempre, meu amor.

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quinta-feira, junho 17, 2010 - 01:51

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AnaMar

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