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Tempo Parado

Ainda faltavam duas intermináveis horas para o dia de trabalho acabar, Paula já não aguentava mais, olhava, voltava a olhar e repetia novamente o gesto em direcção ao relógio que parecia permanecer parado, parado mesmo não mas lento, muito lento, muitíssimo…
Pedia paz, sossego, um canto para se esconder do mundo, o barulho do fax lhe incomodava, nem sequer para o lado olhava enquanto sua colega o via, por dentro calada rezava, rezava para que o maldito fax não fosse para si, que não surgissem chamadas, nada nem ninguém, para que pudesse ficar calada, que não lhe dirigissem palavra, enquanto ela agonizava, nas horas que não passavam.
Havia por acaso, por mero acaso naquele escritório, naquele dia, sossego, silêncio, silencio suficiente para ouvir os pardais do outro lado da janela, fechada, trancada, como ela estava, tanto na tristeza latente que tentava não pensar como dentro de si própria não deixando que olhassem, perguntassem lhe falassem.
Uma porta abriu-se, assustou-se, por nada, apenas por estar seu corpo ali mas sem a sua alma, longe, distante, em viagem, viagem de quem dorme, viagem de quem esta a sonhar, sem sonhar, como quem tomou um hipnótico ou como se estivesse hipnotizada, na verdade hipnotizada estava pelo relógio, quase parado, lento, muito lento, muitíssimo lento, como se de tortura se tratasse, como se houvesse uma conjunção astral que fizesse o tempo ampliar-se entre um segundo e outro, o tempo não passava e ela cada vez mais nervosa ficava e o telefone novamente tocava, ela rezava, rezava para que a chamada não fosse para si, para permanecer calada, estática, em sonho acordada a fugir do pesadelo que vivia dentro se sua vida amargurada.

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segunda-feira, maio 12, 2008 - 16:26

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Veiga

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Re: Tempo Parado

Texto bem escrito em dom da palavra!

:-)

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