CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Testamento
Não há muito o que deixar para os vivos enquanto, entre eles, estive sempre morto. Fiz meu testamento há algum tempo e tenho a impressão que cada bem me foi levado sem que eu mesmo percebesse.
Deserdei meu coração ao mundo e, sobretudo, a mim mesmo. Foi há muito tempo quando o mesmo se soube longe das festas das ramas. Tirei-o do trabalho físico de pulsar quando o descentralizei de toda energia, convergindo-a ao pensamento. Desde então, em cada segundo ele desintegra como se ao pó já tivesse voltado. Vez ou outra o mesmo pó retorna às mio-paredes e o petrificam.
Hoje, neste testamento, pretendo a ele um herdeiro, porém minha humildade não clamaria por um ourives, tampouco escultores ultrassensíveis que enaltecem amores exagerados. Não os tive, mesmo que exagerados os sentissem. Petrificado e empoado, dôo-o às mãos de um escavador qualquer. Que este faça bom proveito e novos sulcos, que talvez sirvam para que neles cative-se algo ou alguém.
Como eu havia escrito, não há muito o que doar, já que deixei de viver e ambicionar o mundo das matérias. Aliás, não, totalmente deixados de lado, quero os meus cigarros. O tabaco, meu maior companheiro, deve estar comigo no momento em que de seu mundo eu fizer parte. Meu pulmão, pressinto, daqui das trevas, será mais belo e menos julgado.
De meu bem, o mundo já está cheio. Não sei se “doá-los” seria a palavra correta, já que me existem em abundância os pensamentos: deixo-os em bytes ou em folha; deixo-os em voz, em semblantes, em sorrisos e em algumas quase indecifráveis sensações; deixo-os vivo, enquanto deles jazo…
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1891 leituras
other contents of Nyrleon
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditação | Nada | 2 | 713 | 03/26/2010 - 18:18 | Português | |
Poesia/Geral | Nau Destoada | 2 | 630 | 03/25/2010 - 22:15 | Português | |
Poesia/Soneto | À Flor Que Não Cheira Poesia | 1 | 805 | 03/25/2010 - 19:44 | Português | |
Poesia/Soneto | A Perda de Um Amor | 2 | 654 | 03/25/2010 - 19:43 | Português | |
Poesia/Geral | Burburinho | 1 | 801 | 03/17/2010 - 11:52 | Português | |
Poesia/Geral | Realidade Utópica | 3 | 410 | 03/14/2010 - 14:02 | Português | |
Poesia/Soneto | Eu Poema | 1 | 691 | 03/10/2010 - 10:31 | Português | |
Poesia/Geral | Uma Bexiga | 3 | 659 | 03/10/2010 - 07:28 | Português | |
Poesia/Soneto | Morto-Vivo | 4 | 368 | 03/03/2010 - 15:10 | Português | |
Poesia/Soneto | Feição | 4 | 587 | 03/03/2010 - 13:29 | Português | |
Poesia/Soneto | Por Que Sorrir? | 4 | 522 | 03/03/2010 - 06:37 | Português | |
Poesia/Geral | Espumas | 2 | 1.559 | 02/27/2010 - 04:00 | Português | |
Poesia/Soneto | O Beijo à Flor | 3 | 726 | 02/25/2010 - 14:04 | Português | |
Poesia/Geral | Poema Morto | 4 | 697 | 02/20/2010 - 02:15 | Português | |
Poesia/Soneto | Vida Náufraga | 1 | 915 | 02/20/2010 - 01:19 | Português | |
Poesia/Haikai | Evoé | 1 | 703 | 02/20/2010 - 01:15 | Português | |
Poesia/Soneto | Deixar-se Ir | 2 | 524 | 02/10/2010 - 10:58 | Português | |
Prosas/Outros | Onça | 1 | 1.316 | 02/07/2010 - 23:05 | Português | |
Poesia/Geral | Embriaguez | 4 | 408 | 02/07/2010 - 17:27 | Português | |
Poesia/Soneto | A Prostituta | 2 | 608 | 01/29/2010 - 20:34 | Português | |
Poesia/Geral | Cantarola | 2 | 553 | 01/27/2010 - 20:35 | Português | |
Poesia/Soneto | Conselhos | 2 | 391 | 01/27/2010 - 14:57 | Português | |
Poesia/Geral | Nos Álveos da Veia | 1 | 618 | 01/26/2010 - 20:57 | Português | |
Poesia/Soneto | O Amor Acaba? | 4 | 417 | 01/26/2010 - 05:14 | Português | |
Poesia/Soneto | Céu do Mar | 3 | 604 | 01/26/2010 - 03:19 | Português |
Add comment