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A Viagem

O texto abaixo, é uma adaptação de um e-mail, que eu enviei a uma amiga, a propósito de “esta nossa vida”. Ela deu-lhe o formato de crónica, o título de "A Viagem", e sugeriu-me, que o publicasse, aqui.
Eu agradeço-lhe a consideração, e o carinho, fazendo-lhe a vontade.

Gostaria muito, que ela assumisse, com clareza, a sua quota-parte de responsabilidade, que tem neste texto, e na sua publicação, assumindo a essa sua responsabilidade, estando certo, de que ela saberá, como o fazer. Porém, eu tenho que dar, a ela, a liberdade de optar por fazê-lo, ou não.

Espero, sinceramente, que ela entenda fazê-lo.

A viagem

Não deixes que a cabeça comande o teu coração, com a frieza que lhe é atribuída, como sendo uma qualidade, que não o é, necessariamente.
Apenas, o racional é tido como sendo o certo, quando, tantas vezes, nada há de errado, realmente, no que nos pede o coração.
Nada há de errado, senão nas vivências presentes, que geram mal-estar, porém, este medo de mudar (que acaba por ser, apenas, um receio de um sofrimento), pois se estamos já submetidos a ele, temos horror a que aumente, o que gera uma tremenda insegurança.
Repara, quanto de absurdo há nisto!
Estas atitudes, que tendemos a classificá-las como coerentes, nada têm de coerência, porquanto, o objectivo primeiro do indivíduo, na vida, é a felicidade, através da realização pessoal, e ninguém pode atingir a felicidade espartilhando os seus sentimentos, reprimindo as suas vontades, primeiras!
Este receio gera uma atitude, que vai prendendo as pessoas em situações de dor, de sufoco, de angústia, por ver a sua vida indo-se; esfumando, e que por causa deste medo, muitas vezes estas situações acabam por se arrastar a sua vida inteira.
Se não deixarmos, que isto aconteça, certamente, teremos enormes possibilidades de regressar a uma linha de vivência leve, alegre, sadia.
Há uma série de factores na vida de cada pessoa, que precisam ser, sempre, muito bem pensados, pois ninguém existe isolado no mundo, e a interligação, com as outras pessoas é imensa e carece ser responsável. Mas não podemos fazer, disto, uma âncora para o "navio". Esta vertente de nossa vida, que são as responsabilidades adquiridas, são a carga, e não a âncora. A carga, que temos à nossa responsabilidade, e temos que a levar a bom porto.
Assim, por vezes, para continuar a nossa viagem precisamos olhar a bagagem, que se acumulou, e seleccioná-la, pois muita já não tem serventia alguma (bem pelo contrário), deitar essa pela borda fora, tratar, e acondicionar melhor a que tem realmente de valor, mesmo, para a salvaguardarmos melhor e garantir, que a levaremos aos portos certos, nas melhores condições, possíveis, e, de igual modo, para nos facultar maior liberdade de movimento, para estarmos e "sermos" algo, no mundo. Também, para criar espaço, para que a carga a entrar no próximo porto (que pode ser de natureza diversa), sem estarmo-nos a preocupar demasiado, com a carga, que o navio vizinho carregou, ou descarregou.
Isto, por vezes, torna-se difícil e gera a insegurança!
Há que ter presente, também, que a cada escala, que se faz na vida, mais difícil se vai tornando escolher o que se carregar, porque vamo-nos tornando mais selectivos, com o passar do tempo.
Ter medo de arriscar ser feliz, é quase como assinar um contracto de permanência, numa situação de infelicidade gerada, pois cria uma inibição a evoluir.
O tempo passa e, às tantas, olha-se para trás, e vê-se uma vida vivida, numa frustração permanente, que aumenta a cada dia.
Nesta viagem, que é a vida, há que ter a sapiência de levar a carga certa, ao porto certo. Porém, há que ter o cuidado de fazer embarcar outra, que nos será preciosa, pois, senão, às tantas, acabamos por nos dar conta que deixamos o nosso navio esvaziar-se irremediavelmente, e, então começamos a nos questionar, sobre o interesse de continuar nossa viagem, por este mundo, pois esta parece perder, a cada dia, a sua razão de ser.
Nós temos obrigação de dar do nosso melhor aos outros, mas se nos descuidamos de nós, acabamos por perder a capacidade, de vivermos a nossa vida, e a de facilitar aos nossos entes, mais queridos, a nossa contribuição, na maioria das vezes, realmente, indispensável, para que sejam felizes.

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domingo, maio 9, 2010 - 18:27

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apsferreira

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Comentários

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Re: A Viagem

Nesta viagem, que é a vida, há que ter a sapiência de levar a carga certa, ao porto certo. Porém, há que ter o cuidado de fazer embarcar outra, que nos será preciosa, pois, senão, às tantas, acabamos por nos dar conta que deixamos o nosso navio esvaziar-se irremediavelmente, e, então começamos a nos questionar, sobre o interesse de continuar nossa viagem

Gostei de o ler neste texto. São assim estes encontros de palavras que nos levam por viagens, onde os encontros são calorosos

beijo

Matilde D'ônix

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Re: A Viagem

Palavras sábias Amigo! Por onde andaste)? ;-)

beijinho aos dois

Carla

imagem de Fatima-Rodrigues

Re: A Viagem

Albano, é evidente que me declaro 'culpada' neste caso! :-D

Essas palavras mereciam ser lidas por todos, são preciosas, ainda bem que assim também o entendeste

Beijos cheios de carinho e admiração

até sempre meu amigo

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