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VIDA (19)

 

O homem necessita de trabalhar para sobreviver, através do dinheiro que aufere em troca da sua prestação do seu serviço; o seu trabalho deve ser exercido com gosto e alegria, caso contrário o tempo que gasta nele, é um tempo de pesadelo e não rende, pondo em perigo a sua profissão e a sua dignidade; da parte do empregador deve haver uma atenção especial para os seus empregados, verificando qual deles não está inserido na sua vocação e antes de despedi – lo deve dialogar com ele e ver onde é que ele rende mais, evitando, assim uma mudança brusca na sua vida.

No mundo de hoje, os empregos são muito menos do que os trabalhadores e quando a oferta é maior do que a procura há sempre uma desvalorização numa das partes, por isso, é muito difícil neste mercado da sobrevivência fazermos aquilo que gostamos; no entanto, mesmo que obtenhamos um serviço que não se coaduna com o nosso gosto, devemos investir nele todo o nosso esforço e inteligência, sendo honestos para connosco e, nos dedicarmos de alma e coração em tudo o que fazemos; se assim não procedermos, apenas temos um trabalho para ganhar dinheiro  e não para nos dignificarmos; nunca nos devemos dar o nosso melhor apenas quando o nosso chefe está presente mas, sim em todo o tempo que temos, até dar o toco de saída, para que nos valorizemos moralmente também e ficarmos de consciência em paz e com um salário merecido.

O dinheiro apesar de ser o móbil principal de grandes atrocidades humanitários, também pode dar a felicidade, quando é ganho com justiça; além disso, o valor que recebemos por aquilo que produzimos, não é tudo na nossa vida de sobrevivência se não amarmos o que fazemos; para isto é preciso toda a nossa dedicação e eficácia, para merecermos a recompensa do valor pecuniário, em troca do nosso trabalho, que pode representar a nossa felicidade e o nosso grau de bem estar na vida e na sociedade em que estamos inseridos.

Por causa do dinheiro, nós o povo, costumamos dizer: se muito tens muito vales, se nada tens nada vales; é assim que a sociedade humana se divide em classe rica, classe média e a classe pobre; a mesma sociedade trata estas classes, em função do dinheiro que possui, o que é de lamentar, porque somos todos humanos e estamos no mesmo barco mas, é assim mesmo que é a sua mentalidade que funcionam em função das aparências.

Qualquer pessoa pode ter muito valor na sociedade mas, se ele se vestir com muita simplicidade, a importância que a sociedade lhe dá é muito reduzida; ao contrário, se uma besta humana aparecer bem vestida e especialmente se tiver muito dinheiro, toda a gente lhe tira o chapéu.

Um dia, um cavalheiro da alta sociedade, gostou duma mulher que andava na prostituição e casou com ela; tempos depois o cavalheiro da alta sociedade disse para a mulher que ele tirou da rua: olha, minha querida, vamos dar um passeio, e ela acedeu e lá foram de mãos dadas; quando passavam pela zona mais movimentada da cidade, os cumprimentos para ele e o beija – mão à sua esposa eram constantes e ela ficou vaidosa pela importância que aquela gente lhe dava; ele notou na sua vaidade e disse para a sua mulher: não te envaideças minha querida, eles apenas falam ao meu dinheiro.

Podia contar montes de histórias relacionadas com a importância ou não que a sociedade dá à aparência das pessoas e temos que viver com esta mentalidade.

A vida é como uma rua que pode ser comprida ou curta mas, chega sempre ao fim e não é o dinheiro que determina a sua longevidade mas, sim o cuidado que temos connosco; o homem ao longo dos temos, prefere o dinheiro à sua saúde, dando – lhe pouca importância, como se ela fosse inesgostável, o que interessa é ter os seus desejos realizados, esquecendo – se que um dia, quando chegar a velho, todo o dinheiro que ganhou gastando a saúde, passa a gastá – lo para ter alguma mas, já é tarde quando pensa no tempo que perdeu e não pensou mas, não aprende a lição que a vida lhe dá que, é preciso pensar muito antes da saúde começar a faltar.

Um pescador que era dono de um barco e muito trabalhador, quando ia ao mar e não pescava o que ele não queria de moldo algum era ser consolado pelos camaradas que lhe diziam: deixe lá mestre, melhores dias virão e o que é preciso é ter saúde.

Ele reagia sempre muito mal dizendo aos seus camaradas: deixem – me da mão, não me digam isso, eu quero lá saber da saúde, o que eu quero é dinheiro porque é com ele que eu alimento a minha mulher e os meus filhos.

Passados uns anos, quando ele envelheceu, faltou – lhe a saúde e acamou, o que passou a ser uma tortura para ele.

Um dia, quando recebeu a visita de um dos seus camaradas que o consolava nos dias maus, este disse – lhe: está a ver mestre, como a saúde faz falta?

O mestre responde: tens razão, e nisto começa a chorar, ergue as mãos para o céu e implora: meu Deus, dá – me saúde que eu te dou o meu barco, as redes e tudo.

O pescador não pensou e acordou muito tarde.

O homem quer chegar ao fim da rua, custe o que custar, sempre com o dinheiro como objectivo, esquecendo – se sempre da saúde, como se ela nunca faltasse; por isso, pode chegar ao fim da rua, pode ficar a meio ou então nem sequer chegou a viver uma ilusão, porque teve sempre na mente, em primeiro lugar, ganhar dinheiro a todo o custo, pondo em riso a sua própria vida. Há quem diga que o dinheiro não dá felicidade mas, também há quem respondem, só se for pouco, portanto, a sociedade humana têm muitas maneiras de pensar, todas elas merecem respeito e nunca se sabe quem tem razão, porque o tempo, é que vai decidir este ser ou não ser. Esta é a pura da realidade, na sociedade de hoje, sem ele nada somos e até podemos morrer de fome e de doença, porque está nas suas mãos o valor social do homem e não pela sua sabedoria. Claro que, quem tem muito dinheiro, este também nada lhe pode valer se a doença for irreversível e aqui, nem a maior fortuna do mundo lhe pode valer mas, o homem enquanto tem dinheiro e saúde nunca pensa que um ou outro lhe pode faltar.

Ter dignidade ao nascer, viver e morrer, infelizmente passa sempre pelo dinheiro mas, só nas sociedades muito evoluídas, porque afinal, também há outras que, ainda são felizes e não precisam do dinheiro, vivendo em harmonia com a natureza porque esta lhes dá tudo, o que é preciso é que elas a procurem. A rua destas sociedades que não precisam do dinheiro para serem felizes, também é a mesma que das sociedades civilizadas, só que chegam ao fim dela sem o auxílio do dinheiro, com uma dignidade muito própria e regendo as suas vidas pelas leis da natureza e também têm felicidade e vontade de viver.

Chegar ao fim da rua não é fácil, requer muito trabalho, muita luta, muita persistência  e muita determinação, caminhando sempre com muito equilíbrio e dignidade, porque os obstáculos são muitos e perigosos e ao mínimo descuido, podemos ter a rua barrada e o avanço pode estar comprometido ou impossível, para chegar ao fim.

Tal como na selva, onde não existem regras a não ser as impostas pelos mais fortes, existem animais muito poderosos, que se destacam pela sua força; na sociedade humana não é pela força física mas sim pela força económica que se impõem e estão sempre à espreita de atacar as presas mais débeis, para dominar e exercer o seu poder. Portanto, existem algumas semelhanças entre a selva dos animais irracionais e a selva humana, onde a premeditação é uma constante para atacar, tendo a vantagem de usar a inteligência que a natureza lhes concedeu.

Constantemente estes animais poderosos da sociedade humana lutam entre si, provocando lutas sangrentas mas, quem acaba sempre por sair mal destas contendas impiedosas, são sempre os animais mais fracos que dependem deles; tal como na selva, os animais da sociedade humana também armam ciladas para caçar as suas presas mais fracas, não com o intuito de as comer mas, simplesmente de as aniquilar para eles se poderem impôr e dominar, ao passo que os outros animais selvagens apenas o fazem para sobreviver e nunca por premeditação e por prazer.

As revoltas dos animais humanos mais fracos só acontecem, quando o sofrimento de que são alvos já provocaram feridas difíceis de sarar e, portanto, a única forma que têm é unirem - se em força e lutar contra os mais poderosos até à morte se for preciso, porque o sofrimento contínuo, para eles é muito pior do que morrer porque esta fase não é um sofrimento mas sim o fim de todos os sofrimentos e mais vale morrer por uma causa com dignidade, do que ser humilhado toda a vida.

Tal como na selva, estes animais humanos dominantes, quando se sentem ameaçados, usam todas as armas ao seu alcance, para poder derrotar os opositores, lutando também até à morte mas, aqui, nesta contende de gigantes, não são só estes a perder, perdem todos, fortes e fracos mas, os fracos são os que mais sofrem, porque os outros têm sempre reservas económicas para tentar recomeçar tudo de novo.

Tal como na selva, os animais da selva humana mais poderosos, comem sempre a melhor parte dos animais caçados e estes comem os restos mas, os animais dominantes e os dominados, não podem viver uns sem os outros, porque se houvesse apenas uma das classes, a violência ainda seria pior e a natureza sabe o que faz; no entanto as diferenças sociais é que clamam por justiça da parte dos mais fracos mas, nem sempre ela age com imparcialidade, inclinando - se mais vezes para o lado mais forte; assim não se pode chamar justiça quando os inocentes são culpados.

Estas classes dos poderosos e dos dependentes, têm de tolerar - se, embora com ameaças pelo meio, porque a sobrevivência dos dominados depende dos dominantes, e a grandeza económica destes, dos dominados, porque são a mão de obra criadora da riqueza dos dominantes, portanto, ambas as partes estão condenadas a viverem juntas; se for com tolerância, boa vontade e lealdade, a vida é harmoniosa para os dois lados.

Estes animais humanos têm sociedades diferentes e modos de vida muito desiguais e normalmente os dominantes, não aceitam de bom grado os dominados e ambos se distinguem pelos seus comportamentos nas mesmas sociedades; ambas apenas são iguais no nascer e no morrer e aqui a natureza não discrimina ninguém, o princípio e o fim é igual para todos.

Enquanto vida, os dominantes, levam uma vida social de poder e condizente com os seus estatutos, enquanto os dominados, lutam para sobreviver, com o mínimo de dignidade, vivendo também de acordo com os seus estatutos de dominados - dependentes.

Vendo bem, ambos são dependentes uns dos outros, porque uns dependem do trabalho e outros dependem do dinheiro que recebem; os animais humanos dependentes, por vezes também não têm um bom comportamento na prestação do seu trabalho, porque fingem que o fazem e, portanto, a recompensa é imerecida, assim como os dominantes, por vezes, também não pagam o justo valor a quem lhes é fiel e honesto e, por vezes, nem uma palavra de incentivo que, a todos agrada. Ambos se enganam a si próprios na conduta das suas vidas.

Estas diferenças que existem entre estes humanos de categoria social diferente, observando bem, não diferem muito dos animais selvagens, porque as reacções de uns, equivalem - se à reacções dos outros e quer queiramos quer não, apenas somos diferentes na inteligência e a lei do mais forte continua a imperar em qualquer sociedade.

 

 

 

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quarta-feira, julho 13, 2016 - 08:55

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José Custódio Estêvão

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