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Lembro-me

Lembro-me
Como se sonhasse,
Dos dias começarem num sorriso.
Na inocência
Daquele tom suave de carícia.
De entrelaçar os dedos no cabelo,
De me rir, sem sequer gostar, ao sentir a barba farta no peito.

Lembro-me dos Verões e dos corta-vento,
Do som que a borracha fazia nos braços,
Das sandálias,
Dos pique-niques,
Da salado, do pimento e do pepino.
Do carro laranja.
Lembro-me das roupas artesanais de malhas,
De camisolas de lã.
Das calças de bombazina, das galochas e dos botins.

Lembro-me como se fosse um sonho,
Dos aniversários, dos risos
E das cores vivas e garridas que hoje são sépia queimado do tempo.

Lembro-me
Das bagagens e das cidades
De pés descalços e tacos de madeira,
Das casas novas e novas moradas e dos punhos cerrados.
Lembro-me da primeira morte ( e todas as outras),
Do carnaval, da guerra, do bairro…
Lembro-me das grades, das chaves, dos muros,
Do couro nas costas e de portas fechadas.

Lembro-me,
Como se de um sonho se tratasse,
De voltar como se nunca tivesse ido.
Dos adeus aos cabelos grisalhos
De um acordar de notícias,
De querer chorar e não sair,
De não querer e não conseguir parar.

Lembro-me da carta
Maldita carta…
Lembro-me da noite,
Do fumo e do álcool.
Do sangue no reboco
Das sombras e das estrelas.

Lembro-me de me perder no caminho que tanto conhecia,
Da faca
Da raiva
E do rancor de boca seca.

Hoje, lembro-me como se sonhasse
E tento fazer do hoje um sonho…
Hoje,
Lembro-me de tudo o que queria esquecer.

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segunda-feira, março 1, 2010 - 20:10

Ministério da Poesia :

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Moon_T

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