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A minha Cela

Se o Universo é tão grande porque me sinto tão apertado?
Pareço estar no Brasil num caixote abarrotado
Mas a semelhança é apenas na lotação
Não vejo grades ou vedações
Fujo e arranco os meus inexistentes grilhões
Mas continuo sempre com a mesma sensação
De estar sem espaço numa cela do tamanho do mundo
De estar no alto de um buraco sem fundo
Sou o rato mas não vejo o gato
Como se ele fosse do tamanho de uma invisível comichão
Devo ser antes um fotão
Mesmo entre as duas fendas daquela experiência
O estar aqui, ali, em lugar nenhum ou em todo o lado
É essa incerteza que dá a tudo mais consistência
Do que a minha própria existência
Não deixo de estar enclausurado
Num deserto que não tem uma única barreira
Mas tem areia...
Muita areia nos meus olhos...

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terça-feira, fevereiro 9, 2010 - 00:05

Ministério da Poesia :

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jayrtom

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