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CAMPO ESPERANZA

Oculta por el monte impenetrable
compañera del río y de la pirca
y custodiada por los místicos nogales,
crece de modo silencioso y lento
una poética esperanza.
Se llega por la huella centenaria
que marcan sobre rocas de granito
los años que transcurren peregrinos
con pesadas herraduras en sus cascos,
testigos de historias herrumbradas
del gauchaje y del antiguo señorío.
Hoy he visto en el blanco de una garza
otras veces en patos o en bandurrias
que visitan curiosos el terruño,
su interés por darle sus consejos
o tal vez sus deseos venturosos
orientados al sol de la mañana.
Allí crecen despacito, poco a poco,
sin apuros, como el cerro plañidero,
gestando desde el ser de la semilla
con el riego que el riacho le regala,
una huerta a campo abierto, a la intemperie
y a su lado, el amparo del tibio invernadero.

 

Publicado en "De soles y de escarchas" 2004

 

Submited by

segunda-feira, maio 23, 2011 - 17:19

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Wences

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