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A Nova Arte

Estou parado no tempo
Não tenho janelas
Para ver o que acontece lá fora,
Mas sinto rostos hediondos.
Não estou só, pois vejo-me no espelho
Serei realmente eu?
Naquela imagem tétrica,
Sombria e sem expressão
Com medo de dormir
E não acordar
Exausto e parado no passado,
Com medo de amar
E não ser amado
Querendo morrer,
Mas com medo da morte.
Não vejo o sol nascente
E nem o poente,
Mas sinto um vem e vai do sol
E da lua.
Não consegui lembrar,
Então esqueci nesses dias minhas paixões
Por sentir dor,
Por sentir pena de mim!
Não quero abrir a porta,
Não quero ouvir gritos na janela,
Não quero ver olhos nas esquinas,
Não quero ver máscaras nos rostos.
Existe um quadro no fim do corredor
Meus passos são largos,
Mas nunca chego perto
Meu ser é impuro
Tão pobre
E tão covarde,
Taciturno
Que vive no ermo da loucura
Suplicando sem motivos de súplicas.
Rezo sem saber rezar.
O quadro está lá
A cada viagem
Tento tocá-lo e examiná-lo
Ele está incompleto, sem nitidez
Sem uma imagem de amor...
Não é cubismo
Nem impressionismo
O quadro completa-se lentamente
A cada século ganha uma cor
Será feito para imaginarmos o resto?
O mundo não acabou
O quadro também não está acabado
O quadro é confidente do mundo
É o diário do mundo.
O esmaecido ganha belas cores
A falsificação da realidade.
A guerra acontece do mesmo jeito que as lágrimas
A raiva recebe força do ódio.
O deserto está no mar
O mar está no deserto.
A luz está no sol
&
Os olhos não estão em nós.
Contemplo minha imaginação sem realidade e sem mentira,
Equilibrado
Tendendo a cair para um lado.
Não sei o significado da dor,
Mas sei que ela existe
Penetra-me pela carne a fúria alimentada pelo ódio,
Sem visão nem leves matizes.
O sangue corre há um século
O som retine sem hora para parar.
A flor nasce apesar de não sentir amor,
Mas eu sei que deve estar escondido em algum lugar,
Sei que está em algum lugar porque tenho vontade de chorar.
Mágoas querendo dar um tempo.
O fumo está no cigarro
O cigarro está na boca de pessoas certas
Que acham-se loucas por fugir da rotina.
O fingimento é o perfeito amigo – o mais perfeito amante.
Dance comigo!
Mas não tem ninguém aqui,
Você é linda apesar de não estar aqui...
Lindas rimas sem métrica
Belo estilo que não consigo seguir,
Pois ele é assim:
Livre como a imaginação
Como coisas sem sentido
Como esta juventude
Como esta decrepitude...
Não como pássaros – nem como o ar...
Coisas que acabam... Acabou! Acabou? Acab! Aça! Ac! A! A!

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quarta-feira, dezembro 16, 2009 - 21:52

Ministério da Poesia :

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FranciscoEspurio

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