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"O Impossível Não Existe" 2ª história do livro: "Estrelas Apagadas"

"O Impossível Não Existe"

Um relâmpago incendiou 0 céu; cruzou o firmamento e gritou, ao penetrar as entranhas da terra.
Os gritos, consecutivos, atingiram a conquista definitiva da mudança; para assistir a uma verdadeira mutação social, onde, no poleiro, se encosta ao consciente profundo; que, novamente, os trás de volta à sua condição original. “Vibração que crespa as ondas do mar, condensado pela vida e derramado pelo olhar.”
- Algo do Impossível o leva a fazer aquilo que o é; e fá-lo, simplesmente, como uma surdez comandada pelo espírito, inconsciente, mas, em consciência; como algo que, naturalmente tem de ser feito: Todos têm uma missão a cumprir; como algo que tem que ser feito para justificar a razão de ter vida e o tempo para aproveitá-la “ – É nesta vida que se fazem, quando com vida se pagam”. Para o Impossível, a morte e a vida, parecem, duas partes inconscientes, que fazem parte da consciência de ambas; vive uma, filtrada pela outra e, o fogo do amor, usa do corpo o molde para filtrar a distância; que transporta a página; assentando as palavras sobre um choque pasmódico, aonde, o coração trepa às janelas, para espreitar um pouco de si próprio... Que, os olhos não sabem ver o brilho da luz de uma vela, enquanto o pavio arde com ela.
Por vezes, Impossível parecia que chorava sozinho: O mundo ficava à parte, fora de si próprio; que, o mar se levantava agitando a crispação... Então, a lembrança acorda a emoção e a lembrança guia a luz, ofuscando o caminho, que se aperta; irregular, desnorteado, chamando há frente o semblante pendente...
(Não deveremos permitir que o coração agite o mar! Temos que observar e aprender as tempestades que nos fazem chorar.)

Impossível é um ser inacreditável; completamente impossível dentro do possível: Na sua luz, contém uma loucura espectacular, de viagens, de encontro ao fogo apagado com água fria; ‹ como quem carrega no há e empurra, para gua: Água; da fria. › Acreditou que fugia de si próprio, enquanto sossegava; acabando sempre por fugir: Ir; simplesmente como quem vai! Pensando que estava ali: que tocava no seu corpo. Aquele vento, que o acompanhava, esbaforava-se no seu rosto, acariciando-lhe os cabelos, longos; sempre que dentro de si se inspirava; “pensava que percorria as suas passadas com os seus próprios fundamentos, mas, acabava sempre, também, por descobrir que, não serviu de nada; porque, não era ele que o caminho marcava; apenas os passos marcam a caminhada. Então, quando acreditava, fugia de si; deixava o reflexo da luz, com todas as estrelas que o alcançavam... Fugia: Levava-se: Na sua meditação; para um lugar doce e calmo, aonde, a mente, poderia repousar e os pés, não marcavam; nem de mais nada precisava; que as areias já marcam sozinhas as lamas que se lhes seguem, para apoiar; quando o aplauso esquece a jornada. ” “ Coloca-se diante de si próprio e ali está: lembrando que vem de lá detrás, atrás de si próprio; na pequenez do imenso que desejava ser, ou, ser sem o saber; para chegar as três e quinze e o galo cantar a alvorada; como quem se vai sem palavras e quando chega: A boca vem fechada: Respirava pelo nariz, como o faz na madrugada; abria os olhos via-se-lhe a raiz; quando chorava ao nascente: A festa que a lua apagava. ”
“ De novo se ouviu o galo cantar. Como um sino que badala, toando, pelos vales iluminados, como um tino protegido que, espera a luz que a madrugada vencer. - Ficou a ouvi-lo cantar: Lá fora, parecia nevar: Um branco exagerado por de baixo do horizonte; aonde o azul se agarra; entontecendo a Alma: Numa explosão de primavera rasgada; onde, seus tentáculos incendeiam... Labaredas que procuram o interruptor, para acender o seu reflexo no mar! “- Até parece que se encontra assim, para morrer... Um bom `pedaços onde descansar...” – Disse o espelho, virado para o lado: Para o infinito do crepúsculo; que avisa a página que vai virar:
Entristece o céu, para engolir o dia que nasceu louvado pelo olhar...
Também não fazia mal: Tudo o que ele dissesse não passava de mentira: Julgam-se por eles próprios; ouvia-os piar ao fundo da escadaria, como se, os olhos deles viessem esgravatar na sua porta. Levantou-se, Pendurou uma toalha na chave, cobrindo assim a fechadura; ligeiramente, desviou a cortina, bordada de camelos rendados; os tecidos uniam parte da visão de um deserto que, através das vidraças, o sol derretia, anunciando, com todo o pressentimento de que este dia, iria trazer a todos um bom dia – chuva é bom! – Exclamou no seu silêncio convertido.

Passadas duas horas a olhar o manuscrito, descobriu o branco restado na página: Rasgou os cantos da boca até às orelhas; com os olhos em brasa, colocou um ponto final; como quem pára e se senta num banco de jardim a olhar o vazio: - Walking hard... Walking on... – Começando um novo parágrafo na sua vida: Como que, parada: Apenas, a pena, pega no corpo; para fazer o desenho do impacto consciente, numa forma afundada, fundida, inconscientemente fundada. “ Talvez que… “ – Era uma vez... – Há muito, muito tempo: Aonde o errado, de qualquer forma, é admitido e, sempre, em qualquer das formas, as coisas certas, a verdade cala a boca: Cala-te!
– Tenta reconhecer, no espelho, a imagem que se transforma: Lutava, enterrado; enterrado nas marés, até ao pescoço; seus olhos, viravam e reviravam, como que, distribuindo flashes de luz em todas as direcções do seu interior: - Fecha os olhos e nem sequer sabe o que é que está a ver; abre os olhos, como que possuído por uma vitória qualquer, enquanto derrama sua glória: - Não consigo virar a casaca da língua! Parecendo que, ela, se agarra a todo o conhecimento; aquele que floresceu e semeou o pânico entre as flores; aquele que faz dos cheiros paladares e se transforma em vento... Que sopra ao núcleo da vida para empurrar os tempos do coração. “ A língua conhecia todo o lugar por onde se ocupava; recolhia-se; mas, sempre a transpirar! Que a tarefa vinha de dentro: Todo o sonho a adorar ao céu, enquanto o seu azul foi perfeito; puro: Todas as renascenças encarnaram nele; (no Impossível) depois, o vento atalhou, malhando o céu de vermelho: Salpicando a crispação que a tempestade lhe carregou e, o espectáculo chegou.
«Porque não vens ao meu funeral e choras verdadeiras lágrimas para mim!»
- O grito ficou dentro do ouvido, até ao acordar de todos os sentidos: Unidos, como um só, para tirar do céu a violência que “ele” anda a sofrer... tem música nos olhos e não quer fazer mais nada; nada faz; mas, a música come os sonhos e os sonhos são música dos pecados que se abrem sem querer fazer mais nada. São esses! Os espelhos... O pecado que existe em si; como: “ Uma flor solitária chamando seus vasos vermelhos” enquanto espera as roupas do seu jardim.
(Não leias como quem lê; mas sim: Como quem fala.)
A vibração atravessou o universo do seu mundo e disse: - É aliado do espelho... Guarda-os; porque é lá que os vejo assim! - Depois caiu; fulminada por um reflexo; que a sugou; para o interior do espelho... Como uma luz de loucura que o aguardava: “ A explosão do amor confia a obediência que caminha, apertada, por um corredor de seres iluminados; apresentando-se nas vibrações de um sino a badalar: Toques suaves, melodiosos; como que, anunciando a essência de um Templo imaginário, no seu coração; aonde, as apresentações são consoantes de cada ser humano: Suas próprias vibrações para com as coisas; o mundo; o universo; para com o amor e o amor em si próprio. Para abrir essas portas: Só o verdadeiro amor prevalece; todo o outro é como, flores de um jardim proibido; que, as luzes se apagam: Aprisionadas nos corpos que têm para sustentar; enquanto se entretêm com as barrigas ao sol... A obediência encolhe seu rosto, esquivando-se para não cegar; que, seu amo é possessivo: Pensando-se Lorde e, sim senhor! Traja a ganância: “ Julgando-se um julgador ” enquanto cisca o olhar dos outros, com as traves que não o deixam enxergar. As emoções iam e voltavam, irritadas; vinham cantando de alegria e vinham, cheias de lágrimas, ou, iradas, atiradas ao largo que as pudesse aproveitar. Também, o causador do pânico entre as flores... “ Procura a imaginação de transformar as coisas que procuram a obra dos sonhos: A esperança foi espalhada por todos os caminhos, germinando uma brisa verde em cada flor ” Vindo de manso, acariciando os pés marcados para a caminhada; “ seus passos, segredados, para não o acordar; que, quantos foram cruzados, os caminhos, para o encontrar.
Guardava-os, através do espelho; mas, não os via, apenas os pressentia; sem a respiração; como vultos do inconsciente: Impossíveis, de alguma forma, serem vistos. Impossível chamava-lhes: (Os viajantes) silenciosos: Apenas estavam ali, não podia dizer a quantidade de energia que preenchia todo o pequeno quarto; sabia que, permanecia em todo o espaço, preenchendo tudo, enchendo todo o vazio, ao ponto de, por vezes, ficar tão espesso que lhe nublava toda a memória, consciente de si. Quando o nevoeiro se dissipava, as coisas continuavam o seu rumo, como se nem sequer tivessem parado: A rua, os carros, os andamentos, as consciências aprisionadas; escondidas, disfarçadas; o dia, a noite; tudo era o mesmo e continuava a ser, sem que algo se modificasse.
Apenas o tempo dividia, com a passagem, as diferenças; gravadas em monumentos de pedra fria, ou, erguidas ao vazio; largo pela humanidade; como estátuas, que, por lembranças, o tempo vai derrubar; mas, a natureza, o tempo conserva: Conserva e renova.
Por fim, aquela presença permanente aumentava: Quando próximo dos seres humanos; eram as presenças de cada qual! Não queria que estivessem esperando por ele; quando saía de casa, libertam-no; libertando-o; mas, não o largavam: Caminhavam na sua frente, desviando-o para onde, ele, (O IMPOSSIVEL) não queria ir; então, levavam-no para certos lugares que, (ele) desanimava; por não querer alcançar: (Não queria assaltar, logo de vez, ao primeiro lugar): Desistia; conformava-se, vencido perante todas as coisas. Assim, respeitava o mundo e abrigava-se fechado em quatro paredes, limitado à própria reclusão durante semanas a fio; quando saía à liberdade, era, para com o suor do corpo, sustentar a reclusão e dentro dela, no seu silêncio, travar uma grande batalha: Entre o seu ser e o seu querer encontrá-lo: Haveria de encontrar dentro de si, o seu (eu) mais profundo; desde o ponto mais mínimo da inferioridade; desde o sensitivo mais próximo do nascimento, até à supremacia de permanecer num vazio silênciôso; pairando entre o reflexo da morte e a luz da vida; tão rápido quanto a própria luz, estava de volta ao mundo num corpito frágil onde, o próprio ar que o rodeava o castigava: Arrefecendo-lhe o ambiente...
“ Então, a brisa suou, como uma voz suave, caminhando na sua frente: A vibração teve um efeito diferente, neste mundo, “ aonde as páginas do livro ainda estão de branco andrajado”. Aquele som, fez eco na sua cabeça e as palavras circularam livres por muito tempo; mordendo-lhe os neurónios, violentando-os, chicoteando o seu inconsciente; como que, virando-o do avesso com as imagens que viviam do lado de fora de si próprio.
“ Diante da sua face vive um anjo que, por si, de si prepara o seu caminho; o mesmo anjo, preparando o mesmo caminho de todos os anjos castigados; desvitalizados; “ os mesmos que ficaram pela idade esquecidos ” “ crianças aprisionadas dentro de adultos” como em cápsulas de entretimento; “ adultos com suas crianças, aprisionados por outros adultos”... Organizações de sanguessugas esvoaçaram e caíram do céu com suas asas queimadas! Chegaram ao mundo! Multiplicaram-se, misturados com as filhas dos homens e ocuparam a Terra, sujeitando-a; fizeram-se dons, virtuosamente, coroaram-se de diamantes, juntamente com suas vestes; em bacias de ouro fino derramaram partículas, empoeiradas, do suor seco, esforçado pelo manejar do fio que rasga a carne e desperdiça assim o sangue, ainda quente... “Que, passou a hábito e começou a construir muros: Muralhas de sangue lavaram a Terra e ainda lavram silenciosas; no abafo morno do deserto; onde o céu parece cair estrelado...
Diante de cada face, há um anjo, que, do seu (eu) para a frente, tivera o caminho preparado: Na frente de cada qual está o caminho que para trás tivera deixado; quando atrás de cada, estão boas sementes: Foram as boas sementes que percorreram o caminho do anjo que, agora o prepara na sua frente; quando atrás, o caminho ficou vazio: É o caminho dos outros que prepara o mesmo caminho, até encontrar o caminho que preparou, preparado pelo anjo que prepara o caminho; quando florir a semente, o caminho semeado está marcado no mesmo caminho que leva aos buracos e abismos; pois que, lá na frente, se encontra o limite; o topo da procura; a conquista; é aqui que o carreiro estreita: No rompante; aonde outros valores se levantam... “ É aqui o momento, em que o anjo falha; porque quisera observar; sentira a dúvida entre si próprio e os valores materiais que deixaria para trás”... “ As flores de pássaros arranjam-se de uma maneira diferente da das flores de insectos: Não se perfumam.”
A fidelidade torna-se ciumenta; quando, lá atrás, tudo se torna mais fácil... Na frente, o estreito apaga-se e tem que se perder para se ganhar, amargamente, ganha-se; como a queremos: De uma só vez... Talvês! Mas, nunca de qualquer maneira. Entretanto, as crianças ficaram para trás, esquecidas; perdendo o brilho da inocência; mas, essas crianças têm uma etapa e nada mais as conquista: Quando seus carrascos o tempo comerem, para salvar o corpo e envelhecerem; logo perceberão que, lá na frente, já não existe mais nada a não ser a morte: A etapa desvanece; é lá para trás que todos querem acabar; percebendo a criança... Quando acaba nos olhos, que se encerram em cada campo, tornando-se na água – pura que a vida bem soube regar. ”
“ – Preparem-se as crianças, pois que, são únicas e brincam, como jardins de lírios, plantados de vento, vestindo tempo.”
Apoderara-se de todo um estado, sentindo-se presente; cuspido por um mundo e largado num outro sem defesas, para tudo de novo aprender e limpar o que deixou para trás, das outras vezes; porque era essa a razão do caminho: Purificar-se.
Impossível, não se lembrava de nada; não sabia que vivia aqui neste lugar da Terra; a consciência das coisas presentes “ dos vultos que o acompanham, trouxeram o personagem a viver a vida que o impossível vivia: O desgraçado fazia uma viagem tão rápida que, a cada dia era apenas mais um dia; deixando andar: “ Para hoje dá; amanhã!? Deus dará.” Hoje o homem abria as mãos e largava sorrisos por todo o lado, amanhã: As mãos abertas começavam a sangrar; as chagas abriam e as mãos gretavam-lhe de fome e lágrimas amargas: Tinha de começar a bulir, para se livrar das coisas do corpo e, para quebrar o ócio, exercitava os músculos da mente: Tinha de estar em forma para a batalha mental que se travava em ataques frontais. Então, guardá-los através do espelho, impediria que chegassem até si, através das suas costas.
Chegou a duvidar de si próprio, dentro de um mundo onde as consciências se reúnem e se batalham em nome do amor; enquanto, procurava, dentro de si, o seu (eu) superior; lembrando-se que, o poderia encontrar num lugar culto, onde as pessoas se cultivam moderadamente: Poderia ser que se encontrasse numa universidade qualquer, no mundo; ou, num colégio superior! “ Imaginava como seria o seu (eu) superior: Talvez, todo intelectual... Com óculos caídos, na ponta do nariz, com os olhos agarrados às lentes: Num esforço, enorme, para as segurar, de um precipício de reflexos mentais; ou, então... Não! “ Um ser superior - tem de ser superior - por isso, a superioridade.” Depois, uma visão ocupava todo o seu ser e via a superioridade de alguns seres que conhecia e não queria que fosse dessa forma que o seu ser superior se apresentasse; pois, para a pessoa que era: A superioridade era imaginária e muitas personagens reais, vivem, as suas vidas, como se, estivessem sonhando; tudo o que lhes acontece é inesperado e faz parte do próprio sonho; depois, vão para a rua, olhar para eles próprios, através das montras, dos comércios e esquecem-se que estão em casa: Ficam a bajular o reflexo dos seus corpos, através de espelhos imaginários, portando-se, como se fossem os senhores fulanos tais; vivendo, imaginando o que querem ver e vão-no vendo, consoante o constroem, até que, abrem os olhos e estão velhos; tanto: um cansaço enorme, de tudo; a vida pesa dentro do corpo: Pois que, nunca saiu de lá e sabe, quando as portas começam a abrir, que, todos os caminhos vão dar lá: Ao desconhecido; porque, não é falado, mas é sábio... “ No passado, estão os nossos sonhos: É para lá que todos olham, quando já não vêem mais nada na sua frente, a não ser aquilo
Que mais temem: A morte; negra, desconhecida; “ Já lhe vi o rosto; mas, muito rápido: Logo tive de lhe fugir; então...‘ O melhor: É não ligar para ela; ou, ama-la muito e fazer de conta que a esquece’ e de que, nunca se vai lembrar do Impossível e se, por acaso, em algum lugar se encontrarem: Já se conhecem; porque, ainda é cedo e, normalmente, quando chega: Alguma coisa vai levar.
Tudo estava bem, entre o Impossível e a morte: Cada um cumpre a sua missão, nunca se podendo enfrentar um ao outro, porque, os dois são a mesma coisa; que o é a vida; quando chegar, talvez se entreguem de coração sem saber aonde se encontrarem.”
... Parou de pensar; dissipou-se todo o nevoeiro e, lentamente, o filme da sua vida começou a rebobinar: Pontuações começaram a aparecer e a marcar a amargura no seu próprio rosto.
Depois, sentiu vergonha, de algumas das obras dos homens: “ Que, a si, também, um pouco do seu sangue pertence”: Deixando que o seu rosto se cobrisse de luto, ao `véu; que, o homem, no céu, tinha rasgado. Espreitou as pontas, como cabelos ao vento e teve outra visão; só que, agora: Da esquerda para a direita. Uma voz retirou-lhe a imagem para lhe dar a vibração... Então, deixou que apenas o `Senhor pudesse contemplar o seu rosto e, o resto que se passasse até atingir a hora da expansão: Escondendo-se, até ao dia em que o Impossível perdesse a vergonha e mostrasse ao mundo aquilo que, ele, não sabia que andava a ver.
Voltou a sair de si próprio; vádio; na má companhia dos ‘ viajantes ’ e, as traquinices não paravam de acontecer; começando a sentir o inferno na alma; como se, ele, fosse o culpado de tudo o que acontecia; pois que, quando pensava que estava a fazer o bem, era o mal que fazia: “ A sociedade revoltava-se e vinha ao seu encontro com as forquilhas e os machados, manejando suas mãos calejadas... Lembrava as árvores: Indefesas ao bando de assalariados inconscientes, no vago consciente, que entra pelo pinhal, retraçando todo o meio ambiente: Para alimentar um mundo, derrubava-se outro. As coisas das obras começaram a enevoar-se e a mudar as suas cores, perdendo o brilho e a simplicidade, sufocando; para emergir de uma forma gananciosa; com as suas formas distorcidas; um significante; insignificante valor, agarrado às comodidades populacionais: De confortos, em massas exageradas e festas e alegria inconsciente, aonde, a única cor com valor era a do dinheiro; a que ao próprio umbigo se dirige pelas linhas dos canais mais fracos, que incendeiam no fogo dos seus corações sentindo-se realizados.
Apesar da inconsciência: Começo por atear fogo á terra, que, em direcção ao céu se ergue, no amor dos nossos corações e arde; ardendo, ardendo em cada um de nós, nos gestos; que queime todas as nossas culpas com a justiça dos justos; “se, por acaso, se encontrar algum”; para com os outros: Será, por certo, injusto para consigo próprio. Assim, como já alguém o foi e, todos que o sejam; o serão: Não há justo que seja justo... Então... Que a justiça conduza os nossos passos e que, o fogo espalhado pela terra, não se apague! Jamais.
Impossível evaporara-se em si próprio e quando deu por si já não estava cá; ‘ lá: Dentro do corpo; ’ então, furioso, saiu de casa, como um galgo ansioso: Olhava para um lado e para o outro, como que, procurando algum sinal que o céu escorresse em seu favor e o denunciasse.
Sabe-se aqui, que, o Impossível andava a sonhar: Apenas sentia vontade de se expandir; de correr, correr... Correu e correu; correu tanto que, o vento sibilava nas suas orelhas, parecendo: Corta ventos, para estabilizar o nariz no ar; sempre farejando... Aonde é que andaria ele próprio? O que é que acontecera a si? Que ele próprio não estava lá! Voltou a correr, ao retorno e, quando chegou a casa: Não tinha, sequer, saído de lá: Agarrado ao papel; vazio, como se fosse um mapa, com espaços em branco para preencher... Certificando-se, percebeu, que, realmente, não estava em casa; voltou a sair; pensando: “ Se eu não estou em casa, o meu corpo físico preenche-se do nevoeiro, que se espalha pela terra!” Lembrou que, possivelmente, levitaria por de cima de si próprio: Passeando, tranquilamente, sem se preocupar consigo mesmo, alimentando-se, horas a fio, num paraíso de pradarias, com todos os frutos para alimento. Apontou na direcção das chamas e, por de cima do nevoeiro: Passeava, ‘ ele,’ por um jardim secreto, pisando todas as flores, como algodão; passando sem as magoar. O sol sorria, reflectindo a felicidade depositada numa gota; que, poderia ser um mar de lágrimas preparado para desabar, algum coração magoado pelo fogo falso, que, lhe queimasse as vísceras; inundando, de paz, as calmarias do mar: Esperar que o verdadeiro amor sobreviva ao naufrágio que se avizinha, nas derradeiras cores que alimentam o dia-a-dia de todas as coisas de que nos lembramos e das que, não sabemos que existem; mas, certamente, saberemos que, de certa forma: Elas estão lá; e, o impossível não existe

FIM
 

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segunda-feira, dezembro 20, 2010 - 01:40

Ministério da Poesia :

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