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O sublime como princípio (o nome do hoje, escrito pelas mãos do amanhã)

I

Um dia ele me ensinou o verdadeiro valor da arte de arquitetar,
Segurou minha mão com força e puxou-me para o passado do imaginar,
Enquanto ele dirigia o veículo da história movido pela palavra.
Viajei sem pensar em retornar, queria ficar preso no seu “falar”.

Ele passou a ser o meu Vitrúvio da utilidade, beleza e solidez,
Percebi que seu corpo agora não era mais de carne,
E sim pedras das grandes catedrais góticas.
Percebi que em suas veias não circulava sangue
E sim o tempo em seus séculos desde o monumento megalítico,
Da idade do bronze – Stonehenge,
(O círculo de pedra) até o pós-moderno Parc de La Villette.
Percebi poesia transformar-se no concreto do apalpar,
Seu corpo é a arquitetura e a arquitetura é o seu corpo.

Penso se isto tem limites...
Ele é a metamorfose das obras do passado transformada no presente
É presságio do futuro no fechar e abrir dos olhos.

Demoramos muito tempo no tempo do piscar de pálpebras
Para atravessar a Muralha da China,
Aproveitando para ver Jesus em seu esplendor...
“Maravilhas” do mundo não é arquitetura
A arquitetura é “maravilhas” do mundo.

Para criar arcos, torres e sustentar o brasão – seu nome,
Seu deus agora torna-se a inteligência.
O nome do hoje, escrito pelas mãos do amanhã.

II

Lembro-me do dia em que ele me ensinou a enxergar,
A enxergar as coisas não da maneira que estamos acostumados a olhar,
E sim de uma óptica elevada.
A partir daí, meu corpo, minha carne uniram-se a minha alma
Transformaram-se no globo ocular além da percepção.
Ele explicou-me que certas coisas não são entendidas de imediato
Que seres comuns só compreendem a lógica.

Neste dia caminhávamos pelas ruínas da antiga estação
Eu só via tijolos e telhas num estado degradado de vegetação
Fascinei-me com suas palavras faladas em tom ascendente.

Se a tarde é tarde
Se o dia é dia
Se a noite é noite
Então, tudo é vida.

O homem desenha as coisas,
Desenha usando o lápis da natureza,
Desenha usando as cores do prisma,
Desenha gerando vida através da vida,
Desenha com sentimentos “sentidos” através dos sentidos.

Tudo parece empírico, mas só para os simples humanos.
Aqui estamos nós, onde deveríamos estar.

Não olhe para a velha rotunda,
Feche os seus olhos,
Deixe ela te olhar.
O que você sente quando ela passa a fitar-te?
Vejo que ela é mais sábia porque está em outra perspectiva.
Sou insignificante perante tal grandeza.
Ela está oculta, mas sabe transmitir sua beleza em metamorfose,
E aprendo com ela.

Aprendi que usamos a arquitetura para criar poesia,
Mas aprendi mais do que isto:
Que usamos a poesia para arquitetar
E que este tipo de poesia não é a poesia do ler,
E sim a poesia do olhar.

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quarta-feira, dezembro 16, 2009 - 23:30

Ministério da Poesia :

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FranciscoEspurio

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