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"A Peregrinação da poesia" Nona história do livro: "Estrelas Apagadas"

"A Peregrinação Da Poesia"

 


- Senta aqui; ao meu lado. Anda... Fecha os teus olhos e liberta-te na viagem que estou prestes para te dar. Anda... Anda beber desta fonte. – “Se gostas; é porque me dói”.
Anda ver a minha morte! Como se ultrapassa algum do infinito que, por aí se faz andar:
Um sorriso é quanto baste, para badalar nos vulneráveis, como todos o são.
Os dentes têm que estar afiados; juntamente com os olhos, secos; como raízes soltas, prisioneiras de um coração seco.

*


A minha aventura, acamada nos traços da poesia, envenenou-se de forma simples; para me livrar de qualquer coisa... Levantei o corpo debaixo do céu, enquanto amamentado, sobre o branco das pedras que a neve lambia com destreza.
Fora aquela estrela, que me ouvira crescer sobre dois palmos de terra; que, as rachaduras do granito deixavam em oferta, como um tributo da montanha... Rampa de vida que, chora poesia ao rebanho do pastor, num pedaço vermelho, fingido de verde; que se envenena de amor.
- Chamei o tempo na viagem que se livrou da idade, usando a criança que ressuscita na pele; para chegar ao destino, aonde possuí a saudade; de partir, para chegar, aonde chega, sem ter encontrado essa vontade.
- “Chora agora; no rasto palavreado, dissecado pelo sotaque, bêbado de emoção; depois dos beijos; dos abraços poéticos com desdém... Para um adeus enfadado, raro: Engraçado... Como uma chave passe, que restabelece a comunicação”.
A viagem iniciou-se com o destino das rodas que caminhavam para Norte, no canhoar dos corações. Os Homens arrefeceram; pelas suas obras: Em monumentos, se converteram; aquando, fundeados, sobre telas de cores vivas, que mortos ergueram.
Passados alguns ventos, que a pele enrugou e venceram, voltei ao caminho; escondido; onde as memórias do tempo se entrelaçaram e perderam: Não havia mais nada, além do vazio; nas ausências, do som, de todos os poemas que nasceram...
- Só a paixão, lívida, pulsa sombria; banal; na pose misteriosa, possuída, gótica, que, irrita os olhares; de pensamentos invadida. “Pisquei-lhe o olho e sorri; para me ir embora”. O silêncio voltou, novamente e, como uma anedota: Voltei a amar perdidamente.
Algures, no meio da terra, subi toda a encosta da serra com o simples prosaico de amar; “como uma lágrima que brota, adoece e morre, para todo o sempre: Cruel, fundida na agonia... Tão distante do olhar”...
Afeiçoado à escarpa montanhosa, precisei do colo do granito, que, gemia um rebento de paz; onde, o silêncio vinha comer e beber.
Larguei as mãos da Nação por uma aventura de Países alados. - Entre crenças e bandeiras de civilização... Carga que descarrega sem desgarrar, usando o dorso lavado... N`um ápice de nada, o vazio esclareceu-se, afundou-se; atirou-me de encontro às barreiras fechadas no firmamento... “Escureceu: Lavado por uma água que aconteceu”.
Naveguei sobre bandeiras ao vento largadas; sacudindo a poeira, puída, “ao espelho prometida” enrolando o nó, que cumprimenta o pescoço da gravata... Limpando o pó da casaca; como quem dá um aperto de mão... No dia a seguir, eu, já estava um pouco mais calmo: Afeiçoado às palavras que movimentavam a mó do moleiro: Moíam dentro de mim... Eu tinha que descansar; vinha sendo um escravo que servia o firmamento. – Vi o meu corpo transformar-se... Como um tributo de mim para comprar o tempo; enquanto, eu próprio, mastigava as palavras, para dar de comer ao contentamento: Alimentá-lo; que, anda vivo: Só para respirá-lo no vento e, festejá-lo nas páginas a que me castigo.
- O tempo cobrava: Bem feito!
... No corpo: Seus chicotes, iam cumprindo, `bem` os seus rastos, marcados no rosto: Do espelho.
Deixei-me levar por aquele espaço de tempo, permanecido no planalto vazio; onde, as fronteiras da imaginação se despenham, apaixonadas, com o conhecimento de entender escapar, pelo início da palavra.
- A originalidade seria esmagada... Árvore derrubada.
O ser Humano, anda muito ocupado a fugir do mundo; ou seja: A limpar o caminho da vida... O fim dos pássaros e de mais alguma coisa.
- Pouco digo pelo meio da palavra;
Apenas uma porta aberta, ou, uma viagem calada,
Ou, umas gotas de sangue, em tintas disfarçadas
Espalhadas pelo papel, como lágrimas fluorescentes
Iluminando o rosto, aonde, todas as luzes estão apagadas.
Na continuidade das lembranças: Viajei entre quatro paredes de ferro armado; o sol aquecia de amarelo a terra lavrada e o céu abria a única saída do mundo ocupado. No meu ser, uma lágrima pendia... Um mar embravecia; igual ao mundo que em mim se abria...
Cristalizada, a lágrima brilhava: Parecendo um transparente que, para outro trabalhava. Então, aquele Universo estremeceu, sacudiu a lágrima, que se evaporou; os ventos lançaram suas iras: Todo o mundo se moveu; o mar aqueceu, fervilhou e também se evaporou; numa correria perdida; que, se suicida; pelos leitos talhados no rosto, ressequido; que as línguas do tempo comeram; deixando-lhos cansados: Os olhos desperdiçados.
- Pedi ao momento, viciado, uma ideia vaga, que me inspirasse a luz e me tirasse daquela anedota; em que, até ao pescoço estava enterrado. Tentei mexer-me: Emergir; mas, a anedota era um filamento de ignorantes, que, logo pendiam para ocupar cada movimento, que lhes abrisse as goelas; por um espaço vazio, do meu espaço; o espaço no cantinho da liberdade, que, mais parecia fugir de mim. Então, todas as anedotas se juntaram, para me atacar; ruidosamente. “Estava enterrado até ao fim do corpo; apenas me lembrava respirar”... Aquando esvaziasse meu peito: Haveria, as anedotas, de esse pedaço de fôlego me roubar... Precisava de, pelas minhas goelas, largar um fogo; que as obrigasse, dos meus ossos, a descolar: Rasgando minha carne, para se libertar.
Entretanto, ou nada: Algumas palavras, mantenho-as no meu coração e escondo-as; no segredo: Cortando a vida em peças, para completar uma adivinha; ao complemento, ao qual chamamos destino. – Olhei o meu espaço e senti uma afeição de carinho enorme; como se, eu, o tivesse abandonado, assim: Vazio: Com todas as coisas no mesmo lugar...
Lentamente, volto há vida: Tudo ficou como era devido.
A revolta ainda me incomoda: Ainda me dóiem essas terras; como uma doença agarrada nos meus ossos: Perfurando, neles, fundações que ocupam o orgulho, a honra do Homem; que, já por si, sabe, que, na sua Pátria... Na Pátria que lhe toca: Agita uma bandeira branca como silhueta de dor. Aquele branco de cor, que incendeia a vida. Água viva. Do céu. De amor.
Meus olhos se tornaram húmidos, lágrimas confrontadas na doação primícia, clandestina, privilegiando a mesma dimensão, revelada ao abraço do abismo.
Procurei; procurei e não encontrei terra fértil, que, frutificasse do meu sémen. Intuí o princípio e o fim e compreendi: Eu próprio, terminando em mim.
Sem entusiasmo, aceitei relações apáticas, formais, aceitando, também, o silêncio com que o desejo adoecia e morria; ou, na verdade, nunca existira. Represando a paixão, escondendo-a dentro de mim; medo de deixá-la aflorar; porque, tinha encontro marcado com a loucura, insana: Cristalizando o amor da carne, para mais tarde; ao longo da minha vida. Sepultei meus sonhos nas páginas brancas e, sem pudores, consumi a essência, a fragrância do meu caminho; como se, essa: Fosse a conclusão do meu destino.
- Cavalguei um raio-de-luar, sobre as margens do amor; a vida embriagou-me de si própria, entre, brancuras de luzes e eventos escapados do céu; vestindo a melodia das harpas; na imaginação, caída, de asa rasgada no meu jardim.
Entonteço nas bordas desse amor, louco; esperando, loucamente, que, o seu perfume me alcance... Mas; não ultrapassa o cheiro do suor: Acelerando meu sangue; quero aspirá-lo; bebê-lo e, tenho-o apenas nos meus olhos.


FIM
 

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segunda-feira, dezembro 20, 2010 - 03:20

Ministério da Poesia :

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antonioduarte

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