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Recôndito
Acorde!
Já que você dorme neste escondido e perdido
Hotel para poetas, buscando luz fraca
Abaixo deste antigo castiçal falecido.
Tem lido e tem escrito formas elegíacas.
Sem medo de respirar este ar de solidão,
De estar sozinho, por ter em seu coração
A poesia da manhã nesta sôfrega aptidão
De lutar e cultivar elegias em sua plantação.
Na manhã de inverno observa as pessoas...
Cada uma com sua vida vazia
Caminhando num tabuleiro de xadrez beira rua.
Observa-as, mas a velha catedral te vigia.
Neste seu templo você encontrou duas portas,
Uma é a passagem para a vida normal,
A outra é estranha, de dentro não tem tranca.
Entrou na segunda, e agora nada é igual.
Casou-se com a poesia numa cerimônia
Onde a personalidade desta estranha esposa
Prende-te num mundo sem anistia.
Mas ela te concede uma inspiração poderosa.
Acorde!
Vamos!
Não, não vou.
Prefiro os recônditos interioranos
Às viagens espaciais.
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Ministério da Poesia :
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