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A velha arte

Acabou?
Não, não acabou.
Tudo retorna porque tudo é um eterno retorno,
Como pássaros,
Como o ar,
Como esta juventude,
Como coisas sem sentido.
Livre como a imaginação.
Ele é assim:
Belo estilo que não consigo seguir,
Lindas rimas sem métrica.
Mas não tem ninguém aqui,
Dance comigo!
Seu corpo é o ar suspenso,
Tão leve e terno.
O fingimento é o perfeito amigo, o mais perfeito amante.
Pessoas se acham loucas por fugir da rotina.
Os cigarros estão nas bocas de pessoas certas,
O fumo está no cigarro.
Mágoas querendo dar um tempo.
Aurora de meus cílios que se perde,
Mas sei que está em algum lugar,
Porque tenho vontade de chorar.
Ainda sei que deve estar escondido em algum lugar.
A flor nasce apesar de não sentir amor,
O som retine sem hora para parar,
O sangue corre há séculos,
Sem visão, nem leves matizes.
Penetra-me pela carne a fúria alimentada pelo ódio.
Só sei que existe,
Não sei o significado da dor,
Mesmo sentindo-a
Tendendo a cair para um lado,
Equilibrado.
Contemplo minha imaginação sem realidade e sem mentira.
A luz está no sol e os olhos não estão em nós.
O mar está no deserto,
O deserto está no mar.
A raiva recebe força do ódio.
A guerra acontece do mesmo jeito que as lágrimas,
A falsificação da realidade,
O esmaecido ganha belas cores.
A existência é uma eterna leitura,
É o diário do mundo,
Pois o quadro é confidente do mundo.
O quadro também não está acabado,
O mundo não acabou.
Será feito para imaginarmos o resto?
A cada século ganha uma cor.
O quadro se completa lentamente...
Não é impressionismo,
Nem cubismo.
Sem uma imagem de amor...
Ele está incompleto, sem nitidez,
Tento tocá-lo e examiná-lo
A cada viagem.
O quadro está lá.
Rezo sem saber rezar,
Suplico sem motivos de súplicas.
Vivo no ermo da loucura,
Taciturno,
E tão covarde,
Tão pobre,
Meu ser é impuro
Nunca chego perto...
Meus passos são largos
E o quadro está lá, no fim do corredor.
Num corredor que se chama tempo.
Não quero ver máscaras nos rostos,
Não quero ver olhos nas esquinas,
Não quero ouvir gritos na janela,
Não quero abrir a porta,
Por sentir pena de mim!
Por sentir dor,
Então esqueci nesses dias minhas paixões
E os dias se esqueceram de mim,
A lembrança me traiu e também se esqueceu de mim.
Nasci sem querer e ainda não consegui morrer,
Por isso sinto um vem e vai da lua
E do sol.
Mesmo assim, não vejo o poente,
Nem o sol nascente,
Vivo com medo da morte
Querendo morrer
E não ser amado
Com medo de amar,
Exausto e parado no passado.
Não acordo
Com medo de dormir.
Sombrio e sem expressão
Naquela imagem tétrica,
Serei realmente eu?
Não estou só, pois me vejo no espelho.
Sinto rostos hediondos.
Não vejo o que acontece lá fora,
Não tenho janelas.
Minha vida me congela
Lutei contra o tempo
E agora estou parado no tempo, tempo, tempo, tem...

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quarta-feira, dezembro 16, 2009 - 22:07

Ministério da Poesia :

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FranciscoEspurio

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