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ESCUMA SOMBRIA

I
Vou morrer como as vagas no mar,
Em meu doido desejo de amar
Vou morrendo na escuma sombria.
Eram os olhos do firmamento,
Provisões de um macilento,
Acordado na noite fria.

II
Era o devaneio acordado,
Bela face, cabelos do el dorado,
Alva qual manto de Era.
Formas nas noites matando,
Olhos do olhar ocultando,
Como doce mortal Minerva.

III
Mas foi o vil pesadelo,
O tormento do marinheiro.
Vagas de escuma sombria,
Ardentias do leviatã,
O tormento de meu afã,
Acordado na noite fria.

IV
Sei que morro sem teus beijos,
Sem usar de meus ensejos.
Mas em vida não verei,
Os teus lábios entregando,
Outro ‘inda te beijando,
Só de olhar eu morrerei.

V
Mesmo entregue a dura pena,
Que n’alba se faz plena,
Mesmo roto abandonado,
Nos átrios do pavilhão,
Tenho em meu coração
O amor pra ti guardado.

VI
Sou a sombra de teu mundo,
Louco, eterno moribundo
Que no olhar se enveredou.
Que nos sonhos enganado,
Foi chorar acordado
Por aquela que não me amou.

VII
Ah, mas que luz ela reflete,
Astros que a bruma impede,
Prateando a noite fria.
E quem na vida ela rejeita,
Nem na campa se ajeita
Afogando na escuma sombria.

VIII
Sou eu quem a morte espera
Pela voz da doce donzela.
A palavra embuçada,
É espada tão cortante,
Que pra morrer num instante,
Me basta ficar-te calada.

IX
Sonhos da alma carente,
Sombras na noite luzente,
Mistérios que o peito seduz.
Áurea alma angelical,
Te venero sem o mau
Que me vestem na face o capuz.

X
Sei que por ti chorarei,
Sei que por ti morrerei,
Mas abandono a batalha.
Com a honra qu’inda me resta,
No pavilhão, pela fresta,
Te vejo na fria farfalha.

XI
Envolta no austro cantante,
Lua na noite brilhante,
Tu’alma de amores luzia.
Sorriso que o pátio enfeitava,
Vaga que beija a praia
Na luz da noite e do dia.

XII
Em teus braços, se eu pudera,
Nesta valsa, quem me dera,
Cortejar-te na noite fria.
Mas a lua no vale debruça,
A luz que brilhava se embuça,
Quando longe tão bela partia.

XIII
Vou morrer como as vagas no mar,
Em meu doido desejo de amar.
Nunca mais os olhos teus,
Nunca mais as noites chorando,
Vai minh’alma ‘inda te amando,
Amor eterno ao lado de Deus.

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segunda-feira, dezembro 14, 2009 - 16:36

Poesia :

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Betofelix

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Título: Membro
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Comentários

imagem de MarneDulinski

Re: ESCUMA SOMBRIA

LINDO POEMA, LINDOS VERSOS, LINDAS ESTROFES!
Vou morrer como as vagas no mar,
Em meu doido desejo de amar.
Nunca mais os olhos teus,
Nunca mais as noites chorando,
Vai minh’alma ‘inda te amando,
Amor eterno ao lado de Deus.

MEUS PARABÉNS,
MarneDulinski

imagem de Fatima-Rodrigues

Re: ESCUMA SOMBRIA

Adorei esses seus versos, lindos!

imagem de analyra

Re: ESCUMA SOMBRIA

Clássica métrica, homérica...
Cética eu a te ler,
falas de teu bem-querer,
quase eu pude morrer,
perdida em devaneio pagão,
sangrando o coração
com os versos dessa sacra canção.

Achei lindo de morrer!!!

Favoritos!!!!

imagem de Anita

Re: ESCUMA SOMBRIA

O mar às vezes não devolve àqueles que nele se põem a navegar. Palavras ditas como antigamente, daquele amor sofrido, sonhado e idealizado.

Anita

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