ARTIGO: QUAL AGRICULTURA FAMILIAR?

É inacreditável o número de Programas e Projetos de Políticas Públicas que surgiram nos últimos anos para a Agricultura Familiar. E é, também, inacreditável como esses Programas e Projetos quase nunca atingem esse segmento. Todos nós, Técnicos de Ciências Agrárias e Extensionistas Rurais, sabemos o que é Agricultura Familiar. O que não sabemos, porém, é como o Poder Público sabendo da dívida social e moral que tem com essa classe, conduz essas Políticas de forma tão desastrosa e irresponsável, preocupando-se, de forma tão intensa, com a Política Partidária (a Política do interesse próprio, propriamente dito), onde vale mais quem tem mais votos, e não a competência. Os Agricultores Familiares, anônimos a essa conseqüência, na maioria das vezes são pessoas dóceis, honestas, humildes e ingênuas que não sabem de verdade o motivo de nunca alcançarem o que é de direito seu. São utilizados como “cobaias” e meros fornecedores de votos para Parlamentares, na maioria das vezes, mentirosos, enganadores e egoístas. Assim é que os cargos de Chefia de Órgãos Públicos, estratégicos para esse segmento, são indicados, na maioria das vezes, por Secretários de Estado incompetentes, que juntamente com Presidentes e Diretores dos referidos Órgãos, vivem na sombra de Parlamentares “sugadores de votos”, preocupando-se em eleger parentes e correligionários seus. Diante de tais fatos pergunta-se: “Qual a Agricultura Familiar que eles citam e falam nos palanques?”. Técnicos que se dedicam por uma vida por esse segmento, Técnicos competentes, exemplares, honestos, são trocados por funcionários corruptos (uma “chaga cancerosa”, dentro dessas Empresas Públicas) e que são, ainda, protegidos por Presidentes, Diretores e Funcionários Graduados das ditas Empresas. É uma lastimável vergonha! Precisamos nos mobilizar: os Sindicatos de Trabalhadores Rurais; Movimentos Sociais; ONG’s; Associações de Produtores Rurais; Sociedade Civil Organizada e Profissionais comprometidos com esse segmento (porque tem os que se juntam a esses “ditos-cujos” e participam de toda sujeira praticada pelos mesmos, a maioria desses porque não têm competência para assumir outros empregos); devemos, com urgência, preparar abaixo-assinados, fazer reuniões, cobrar do Governo o que foi prometido em palanques e nas plenárias populares, e que não está sendo cumprido como devia, só na base da troca de favor, da “maracutaia”, do interesse próprio e da manipulação falsa para auferir cada vez mais votos. Esses Gestores dos ditos órgãos, juntos com Parlamentares sem compromisso, se alimentam: comem, bebem, urinam e defecam votos e mais votos. Pergunta-se, então: “Qual a Agricultura Familiar que eles tanto comentam?” Agora que saiu a “Lei de ATER”, dizem que tudo vai ser resolvido. O MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário já ditou as normas para as Entidades se cadastrarem; mais e as contratações? Como serão realizadas? As vagas não serão preenchidas à base de concursos, são cargos temporários, aí volta o problema. Quem vai indicar os profissionais? Resposta: São “Eles novamente”. Solicita-se o Currículum Vitae, depois tem a entrevista; para aqueles que conseguem pelo menos enviar o Currículum Vitae, porque já tem Entidades, em alguns municípios, exigindo que o profissional se desloque para ir preencher uma ficha ás vezes a 1.000km de distância, para dificultar o acesso a essas vagas. “É Carta Marcada”, é o famoso “QI”, e por incrível que pareça, “Esse Povo” escolhe os piores; menos capacitados, mais desonestos e “Mafiosos”, para facilitar o “Trabalho Deles”, é claro. E quando chegar as eleições fazer a política do seu candidato. Aí se pergunta mais uma vez: “Qual a Agricultura Familiar que eles tanto falam?”, “Onde ela encontra-se”?, “Alguém me responde, por favor!!!?”...