A Mão que a Seu Amigo Hesita em Dar-se (Walter Benjamin)
Perguntaste se eu amo o meu amigo?
como rompendo um demorado açude
na tua voz quis hausto que transmude
todo o cristal dos ímpetos consigo
Neste meu choro enevoado abrigo
pôs-me a palavra o peito em alaúde
que uma doce pergunta tua ajude
no sim furtivo que eu levei comigo
Mas a meu lábio lento em confessar-se
um mestre inda melhor o cunharia
A mão que a seu amigo hesita em dar-se
ele a tomou o que mais firme a guia
para que ao coração secreto amando
ao mundo todo em rimas o vá dando.
Walter Benjamin, poeta e filósofo alemão (1892-1940), in "Sonetos"
Tradução de Vasco Graça Moura.
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Jueves, Junio 21, 2012 - 00:45
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