Inocência Roubada

No silêncio da noite roubaram-me
A inocência de minha alma.
Com promessas de amor e felicidade
Palavras induziram-me a entregar
O corpo para a prostituição.

O vazio da dispensa lá de casa
E o choro de meus irmãozinhos
Mistura-se com o vazio da minha alma
Na busca de prazer
Para acalmar a minha ilusão.

Na esperança de encontrar alimento
Entrego meu corpo.
Não sei se o que sinto é prazer
Ou repulsa
Sinto-me no fundo do poço.

A vida é ingrata aqui nesta cidade
Não oferece alternativa de vida.
O pouco que meus pais ganham
Não dá pra comprar o pão
E as dividas está até o pescoço.

Disseram-me que as crianças
Têm direito a brincadeira
Mas me negam a oportunidade de brincar.

Desfizeram minha inocência e minha felicidade
Nos braços imundos de homens
Que me obrigam a amar.

Obs: Este poema retrata a angústia de uma adolescente que, aos 12 anos, representa as inúmeras que vagam pelas ruas dessa cidade.

Odair José
Poeta e Escritor Cacerense

Submited by

Jueves, Julio 9, 2009 - 18:31

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 16 horas 48 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 19456

Comentarios

Imagen de KeilaPatricia

Re: Inocência Roubada

Essa é uma cruel realidade...

:-?

Imagen de Poetaminas

Re: Inocência Roubada

Esta é uma das piores coisas que um pai pode permitir. Deixar que a filha se prostitua criança ainda para conseguir alimento.
Como é possível que com os bolsa família e bolsa escola, seja necessário macular a inocência de uma criança, apodrecendo seu ´corpo precocemente à cata de subsistência? Os pais ganham pouco, mas existem ajudas que o governo dá às famílias pobres, instituiçãos ajudam famílias com crianças. Será que eles ganham pouco ou não querem trabalhar e colocam a filha para resolver suas privações. Nada pode ser mais triste do que fazer uma criança passar por isto. É revoltante!! bjs

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Desilusión É o coração quem paga 7 274 06/19/2025 - 18:27 Portuguese
Poesia/Desilusión Sem o teu sorriso 7 326 06/18/2025 - 23:44 Portuguese
Poesia/Meditación Quando me lembro de mim 7 335 06/18/2025 - 16:45 Portuguese
Poesia/Meditación Quando me isolo 7 480 06/17/2025 - 18:24 Portuguese
Poesia/Pensamientos O sentido corrompido 7 705 06/16/2025 - 18:55 Portuguese
Poesia/Alegria Cada livro na estante 7 510 06/15/2025 - 14:46 Portuguese
Poesia/Pensamientos Um tipo de silêncio 7 1.048 06/14/2025 - 14:55 Portuguese
Poesia/Desilusión A ausência revela 7 511 06/13/2025 - 19:49 Portuguese
Poesia/Intervención Antes do começo 7 856 06/12/2025 - 18:41 Portuguese
Poesia/Intervención O silêncio nas engrenagens 7 526 06/11/2025 - 19:04 Portuguese
Poesia/Dedicada É preciso andar devagar em Cáceres 7 644 06/10/2025 - 22:30 Portuguese
Poesia/Meditación Por mil anos 7 536 06/10/2025 - 18:40 Portuguese
Poesia/Intervención De olhos bem fechados 7 485 06/09/2025 - 19:52 Portuguese
Poesia/Desilusión Tão sozinho 7 490 06/08/2025 - 14:58 Portuguese
Poesia/Amor O amor não responde perguntas 7 601 06/07/2025 - 21:44 Portuguese
Poesia/Desilusión Não sei dizer adeus 7 638 06/06/2025 - 23:39 Portuguese
Poesia/Meditación Nem tudo é loucura 7 5.136 06/06/2025 - 02:41 Portuguese
Poesia/Pasión Suavemente 7 571 06/05/2025 - 22:40 Portuguese
Poesia/Amor Quando a noite me leva até você 7 492 06/04/2025 - 18:50 Portuguese
Poesia/Pasión Esse amor silencioso que sinto 9 781 06/04/2025 - 18:49 Portuguese
Poesia/Desilusión Estar perdido 7 686 06/02/2025 - 22:25 Portuguese
Poesia/Desilusión Decadência 7 589 06/01/2025 - 14:01 Portuguese
Poesia/Pensamientos O eco dos esquecidos 7 1.142 05/30/2025 - 21:52 Portuguese
Poesia/Amor Quem ama de novo 7 686 05/29/2025 - 23:13 Portuguese
Poesia/Meditación Nem todo labirinto 7 700 05/29/2025 - 19:07 Portuguese