Covas abertas quando se falta o ar

Ninguém pode sair às ruas
Agora elas devem estar desertas
Um vazio enorme na sociedade
Um vírus invisível que mata aos milhares
E não deixa ninguém respirar.

Falta o ar dos pulmões
O oxigênio dos hospitais
A vida dos pacientes
Das famílias que se vão solitárias
Dos profissionais da saúde que estão exaustos.

O mundo já não será o mesmo
Nunca mais será
Ninguém está seguro
E alguns ainda brincam com tudo isso
E não respeitam a dor alheia
E fazem aglomerações
Parecem não ter nada nos corações.

Triste a nossa realidade
Tal como uma figueira que balança com o vento
O mundo é sacudido
E só os fortes podem sobreviver
Em meio a esse funeral.

Milhares de covas abertas
Uma juntinha da outra
Enquanto nos leitos
Cada um se vai sozinho
Sem ao menos poder se despedir
Daqueles que mais amam.

A dor é tamanha
A solidão estranha
Quando se falta o próprio ar
Para aqueles que só querem respirar
A vida que se vai silenciosa.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Sábado, Marzo 27, 2021 - 20:16

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 15 horas 30 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 20272

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor Quando amar é um crime 7 2.241 04/29/2025 - 20:19 Portuguese
Poesia/Meditación O outro lado da História 7 1.497 04/28/2025 - 20:57 Portuguese
Poesia/Pensamientos A memória do meu futuro 7 1.591 04/27/2025 - 14:40 Portuguese
Poesia/Amor Alguns encontros 7 1.201 04/27/2025 - 03:36 Portuguese
Poesia/Desilusión Te amar me pesa 7 1.369 04/26/2025 - 02:32 Portuguese
Poesia/Intervención A geração ansiosa 7 807 04/24/2025 - 22:31 Portuguese
Poesia/Meditación O Homem que Ninguém Libertou - Parte III - (O Que Veio Depois) 7 2.377 04/23/2025 - 20:16 Portuguese
Poesia/Meditación O Homem que Ninguém Libertou - Parte II - (A Ruptura) 7 1.310 04/22/2025 - 21:17 Portuguese
Poesia/Meditación O Homem que Ninguém Libertou - Parte I - (A Rotina) 7 672 04/21/2025 - 17:35 Portuguese
Poesia/Pensamientos Os caminhos da razão 7 1.471 04/20/2025 - 23:11 Portuguese
Poesia/Amor Próximo do infinito 7 673 04/20/2025 - 14:25 Portuguese
Poesia/Intervención Indubitável 7 961 04/19/2025 - 18:29 Portuguese
Poesia/Alegria Saber viver 7 1.121 04/19/2025 - 13:55 Portuguese
Poesia/Meditación Entre circuitos e silêncios 7 1.060 04/18/2025 - 13:36 Portuguese
Poesia/Meditación Vestígios em ruínas 7 473 04/17/2025 - 14:36 Portuguese
Poesia/Pensamientos Escultor de silêncios 7 1.525 04/16/2025 - 22:20 Portuguese
Poesia/Tristeza Tarde silenciosa 7 424 04/15/2025 - 21:08 Portuguese
Poesia/Desilusión A lembrança dela 7 275 04/14/2025 - 23:19 Portuguese
Poesia/Alegria Nas ruas de terra batida 7 1.296 04/13/2025 - 18:48 Portuguese
Poesia/Pasión Desejo no olhar 7 543 04/13/2025 - 13:37 Portuguese
Poesia/Amor Deixar de te amar? 7 1.281 04/13/2025 - 03:07 Portuguese
Poesia/Amor Janelas do ser 7 504 04/12/2025 - 02:22 Portuguese
Poesia/Pensamientos O vento pode ser ameaçador 7 1.346 04/09/2025 - 01:14 Portuguese
Poesia/Desilusión Podia ser uma canção de amor 7 2.212 04/08/2025 - 20:43 Portuguese
Poesia/Pasión Admiração 7 412 04/07/2025 - 21:38 Portuguese