Enquanto dormia
Cansado da caminhada
Deixei-me cair na sombra da frondosa árvore
Refúgio para os viajantes nas tardes de calor;
Em mim havia a esperança
De alcançar a flor levada pelo vento
Onde cuidava eu estar o amor.
O vento suave amenizava a fadiga
E o cansaço levou-me ao sono
Que logo roubou a minha visão;
Deitei-me na relva sob a árvore
E observei as borboletas a voarem
Formando o que parecia ser um coração.
Se não tivesse dormido aquela tarde
Teria visto o que aconteceu
Mas nunca saberei, de fato, toda história;
Apenas levo no pensamento
O que não consigo decifrar se foi sonho
Ou realidade o que tenho na memória.
Mal tinha fechado os olhos
Um casal passou por ali
E em seus olhos havia um ar de curiosidade;
Desejava encontrar alguém
Que pudesse ser como um filho
E seu nome levasse para a posteridade.
Entre eles houve um breve diálogo
Se me acordava e convidava
Para ser o filho adotivo desejado;
Seria alguém para conversar
Ensinar lições preciosas
E, no coração deles, seria amado.
No fundo mesmo o que queriam
Era alguém que pudesse herdar o que tinham
Sua fortuna deixaria nesta vida;
Eu nem nos melhores sonhos poderia imaginar
Que o casal que me olhava
Pudesse mudar minha situação sofrida.
Enquanto dormia o sono dos anjos
A riqueza bateu a minha porta
Mas não quis tirar-me do descanso;
Então o casal olhou para o dormente
E continuaram a sua trajetória
Deixando-me sob o tempo suave e manso.
O sol agora já começava a declinar-se
Suavemente no horizonte
Colorindo de cores vibrantes o céu no verão;
E eu dormindo o sono dos justos
Sonhando com um amor que se foi
Deixando em frangalhos o meu pobre coração.
Então surge na estrada
A moça mais linda que poderia existir
De beleza tão ímpar como a primavera;
Ela para diante do jovem a dormir
Por um instante mágico o contempla
Sem saber que ele o amor a tanto tempo espera.
Ela pensa em roubar-lhe um beijo
E se dobra diante de seu rosto
Mas, como poderia, de tão belo sono acordar-lhe;
Parou por um instante
Refletiu sobre a sua vida
E espantou um mosquito que tentava perturbar-lhe.
Não era justo interromper
Tão magnífico sono como aquele
O certo era ir embora e enfrentar o calor;
Ela se foi e eu não percebi
Que aquela donzela tinha o que procurava
O mais puro e verdadeiro amor.
Enquanto dormia o sono de descanso
O amor bateu a minha porta
E não quis interromper a minha sonolência;
Virei-me para o lado confortavelmente
E viajava em meus sonhos
Sem saber que perdia muito na minha inocência.
Foi então que apareceu o malfeitor
Vinha fugindo de algum lugar
E não tinha nada de bom em seu coração;
Ao me ver ali dormindo
Pensou em roubar-me o que tivesse de valor
Ir embora com meus recursos e deixar-me na mão.
Arrancou a sua faca
Caso eu tivesse alguma reação
E nos bolsos tentou ver o que havia;
Revirei-me na relva e o assustei
Olhando para os lados se retirou
E eu dormindo nem sabia o que comigo acontecia.
Enquanto dormia o sono da liberdade
A morte passou tão perto de mim
Que poderia ter profundamente me assustado;
Mas estava tão entregue ao sono
Que não percebi nada disso
E, por muito tempo, permaneci ali deitado.
O sol já havia se escondido
Quando acordei para a vida
E percebi que precisava continuar;
Depois de sacudir a poeira
Não sabia eu nada do que aconteceu
E, na estrada a luz das estrelas, pus-me a caminhar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 4962 reads
Add comment
other contents of Odairjsilva
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Pasión | Delírio | 7 | 245 | 08/27/2025 - 18:46 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Um fio estendido no vento | 7 | 486 | 08/26/2025 - 18:29 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Minha alma se curva | 7 | 419 | 08/25/2025 - 15:14 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Recusa | 7 | 430 | 08/24/2025 - 13:59 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Um dia eu quis você | 7 | 462 | 08/23/2025 - 14:03 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Sob a pele | 7 | 524 | 08/22/2025 - 18:46 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Sobre as desigualdades | 7 | 814 | 08/21/2025 - 19:13 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Inescapável | 7 | 440 | 08/20/2025 - 18:49 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Apenas a sua atenção | 7 | 489 | 08/19/2025 - 19:39 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Condenação | 7 | 411 | 08/18/2025 - 19:00 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | O coração de uma mulher | 7 | 595 | 08/17/2025 - 14:37 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | As incertezas que me torturam | 7 | 566 | 08/15/2025 - 23:11 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Sempre perdido | 7 | 746 | 08/14/2025 - 19:43 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Se sinto, então escrevo | 7 | 1.165 | 08/13/2025 - 21:51 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Toda vez que te vejo | 7 | 855 | 08/12/2025 - 22:19 | Portuguese | |
Poesia/Amor | O que eu não sei escrever | 7 | 593 | 08/11/2025 - 23:41 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | As canções que não escrevi para você | 7 | 964 | 08/10/2025 - 14:38 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | As sombras na caverna | 7 | 1.069 | 08/09/2025 - 13:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Quando aqui chegaram | 7 | 1.135 | 08/08/2025 - 23:29 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | O desejo que consome | 7 | 940 | 08/07/2025 - 19:42 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Esculpido | 7 | 867 | 08/06/2025 - 23:06 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | E o tempo passou | 7 | 1.544 | 08/06/2025 - 02:22 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Não posso negar | 7 | 829 | 08/05/2025 - 18:33 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Grimórios | 7 | 946 | 08/04/2025 - 19:04 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Prisões invisíveis | 7 | 1.340 | 08/03/2025 - 12:45 | Portuguese |
Comentarios
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com