Tédio

Sem esperar que algo de novo aconteça
Caminha despretensiosamente
Se olhar para o abismo vai ver
Bem no profundo de sua alma
Que ele chama pelo seu nome
Até Eco pode confirmar isso ao gritar
Nas montanhas onde o vento é silencioso
Onde o sol não toca a terra
E as borboletas desviam das armadilhas
Que as aves deixaram plantadas na escuridão.

Existe uma dor profunda no coração
Uma angústia na alma que deseja ardentemente
Fugir das armadilhas invisíveis da paixão
Que aprisionam as mentes mais indefesas
Que arrancam os pensamentos com suas armas
E deixam o sangue escorrer pelos poros
Na escuridão é que se vê a ilusão
Quando os olhos começam a se acostumar
Gritam para que não acendam as luzes.

No lugar mais profundo da alma
O silêncio nunca será uma boa companhia
O tédio gosta mesmo de morar com os solitários
Porque pode estender suas garras afiadas
Mesmo que ninguém queira vê-lo por ai
Não adianta tentar esconder dos seus olhos
É apenas uma perca de tempo idiota
Porque o tempo vai e volta com suas artimanhas
E no outro dia o tédio voltou a fazer companhia.

Abra os seus olhos e tente contemplar
Na escuridão do deserto corre a serpente
Na floresta o lobo está a espreita
E você acaba sendo vítima dos larápios da cidade
Dos contadores de histórias miraculosas
Que enganam até a própria morte com suas ladainhas
E por mais que você deseje outra vida
Não haverá nenhum minuto de paz para onde vais
Porque o infinito não pode segurar em suas mãos.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Siga-nos @poetacacerense

Submited by

Martes, Mayo 9, 2023 - 22:32

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 1 día 15 horas
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 20863

Comentarios

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Desilusión O que parecia amor 7 246 12/26/2025 - 13:33 Portuguese
Poesia/Desilusión Pensar em você não é escolha 7 46 12/25/2025 - 14:11 Portuguese
Poesia/Pasión A chave dos desejos 7 42 12/25/2025 - 14:06 Portuguese
Poesia/Amor O que o coração está sentindo 7 349 12/23/2025 - 14:47 Portuguese
Poesia/Amor Ser escravo do amor 7 79 12/23/2025 - 14:38 Portuguese
Poesia/Meditación Verdades fabricadas 7 427 12/23/2025 - 14:30 Portuguese
Poesia/Meditación O fardo de entender as coisas 7 368 12/21/2025 - 13:40 Portuguese
Poesia/Amor Há no teu olhar 7 68 12/21/2025 - 13:36 Portuguese
Poesia/Intervención Casas em ruínas no centro de Cáceres 7 172 12/21/2025 - 13:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos Vivos no hoje que não existe 7 189 12/18/2025 - 12:42 Portuguese
Poesia/Amor As delícias do seu amor 7 140 12/18/2025 - 12:38 Portuguese
Poesia/Meditación Ver é um ato de vontade 7 257 12/18/2025 - 12:34 Portuguese
Poesia/Desilusión Digo que é o vento 10 301 12/18/2025 - 12:30 Portuguese
Poesia/Dedicada Ode ao Marco do Jauru 7 327 11/01/2025 - 12:33 Portuguese
Poesia/Desilusión Libertação 7 372 11/01/2025 - 12:32 Portuguese
Poesia/Meditación Os inúteis 7 521 11/01/2025 - 12:30 Portuguese
Poesia/Meditación Caminhar entre pedras 7 373 10/30/2025 - 21:50 Portuguese
Poesia/Pensamientos O fardo da vida adulta 7 344 10/30/2025 - 21:49 Portuguese
Poesia/Meditación O incômodo da poesia 7 306 10/30/2025 - 21:47 Portuguese
Poesia/Pensamientos Nos bancos escolares 7 467 10/29/2025 - 21:55 Portuguese
Poesia/Meditación Até o limite do silêncio 8 249 10/29/2025 - 21:54 Portuguese
Poesia/Desilusión No vazio 7 304 10/29/2025 - 21:53 Portuguese
Poesia/Meditación O conhecimento 28 442 10/29/2025 - 21:52 Portuguese
Poesia/Pasión Toque ardente 7 294 10/28/2025 - 21:04 Portuguese
Poesia/Meditación Não faço barulho 7 365 10/28/2025 - 21:02 Portuguese