Absurdos cotidianos

Conta as horas e ignora os minutos
Não faça mais do que deves fazer
Tudo é cinza e sem vida por aí
Onde almas estão emaranhadas no limbo existencial
Com pés acorrentados em sete nós
Com o sol entorpecido de absurdos cotidianos
Onde se fala uma língua estranha sem nexo
E brincam-se com as frestas feitas pelo destino
E quando tudo parece ser tão nebuloso
Conta-se as horas e ignoram os minutos.

Palavras escritas fluem pelas veias
São metáforas de um tempo obscuro e assustador
Trazem profecias avassaladora sobre a humanidade
Sobre o caos instalado no planeta terra
Um vírus mortal que percorre todas as almas
Injetado nas correntes sanguíneas
Provocam desejos absurdos de destruição
E ninguém se importa mais com as árvores caindo
Nem mesmo com as projeções do fim do mundo
Se cada um quer apenas estar em seu próprio mundo.

Este é o desmascaramento da cidade
Onde estão as vítimas de um sistema violento e opressor
Onde acontece o entorpecimento esfumaçado do ópio
De um ódio renovado pelo desejo de dominação
E de controle absoluto das massas alienadas
Parece-me que uma límpida paranoia flutua no ar
Uma loucura absurda percorre cada becos e vielas
Como se o mundo fosse mesmo um grande manicômio
Onde todas as coisas são ramificações de seus tentáculos
Sem ter a oportunidade de se livrarem desse destino.

Alguém disse um dia em voz alta sobre os monstros
Sobre os fantasmas vagando pelos becos desérticos
Enquanto alguns críticos fizeram deboche de tal absurdo
Dizendo que os olhos que veem tal coisa são de cegos
Que não existe sinceridade nos pensamentos
E que o mundo é um lugar seguro de se existir
O problema em tudo isso é que ninguém tem razão de verdade
Porque não se pode saber ao certo quem estão mentindo
Se todos afirmam uma verdade inconcebível
Como saber o que realmente acontece com os fantasmas?

Houve um tempo que ficou perdido no horizonte
Em que as pessoas acreditavam nos deuses
O grande fato que incomoda a sociedade é o fim deles
O saber que afasta as crendices da racionalidade
O buraco que dá no fundo do abismo
Houve um tempo em que existia palavras testamentárias
Elas estavam na boca de um solitário
E quando ele as proferia abria-se as portas
O que se ouvia era que existem achados e perdidos
E que o intenso é vívido se viver acreditando.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Domingo, Octubre 13, 2024 - 14:36

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 10 horas 45 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 19420

Comentarios

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Meditación Quando me isolo 7 261 06/17/2025 - 18:24 Portuguese
Poesia/Pensamientos O sentido corrompido 7 451 06/16/2025 - 18:55 Portuguese
Poesia/Alegria Cada livro na estante 7 428 06/15/2025 - 14:46 Portuguese
Poesia/Pensamientos Um tipo de silêncio 7 865 06/14/2025 - 14:55 Portuguese
Poesia/Desilusión A ausência revela 7 465 06/13/2025 - 19:49 Portuguese
Poesia/Intervención Antes do começo 7 510 06/12/2025 - 18:41 Portuguese
Poesia/Intervención O silêncio nas engrenagens 7 507 06/11/2025 - 19:04 Portuguese
Poesia/Dedicada É preciso andar devagar em Cáceres 7 596 06/10/2025 - 22:30 Portuguese
Poesia/Meditación Por mil anos 7 513 06/10/2025 - 18:40 Portuguese
Poesia/Intervención De olhos bem fechados 7 480 06/09/2025 - 19:52 Portuguese
Poesia/Desilusión Tão sozinho 7 473 06/08/2025 - 14:58 Portuguese
Poesia/Amor O amor não responde perguntas 7 583 06/07/2025 - 21:44 Portuguese
Poesia/Desilusión Não sei dizer adeus 7 632 06/06/2025 - 23:39 Portuguese
Poesia/Meditación Nem tudo é loucura 7 3.982 06/06/2025 - 02:41 Portuguese
Poesia/Pasión Suavemente 7 553 06/05/2025 - 22:40 Portuguese
Poesia/Amor Quando a noite me leva até você 7 489 06/04/2025 - 18:50 Portuguese
Poesia/Pasión Esse amor silencioso que sinto 9 780 06/04/2025 - 18:49 Portuguese
Poesia/Desilusión Estar perdido 7 638 06/02/2025 - 22:25 Portuguese
Poesia/Desilusión Decadência 7 585 06/01/2025 - 14:01 Portuguese
Poesia/Pensamientos O eco dos esquecidos 7 1.088 05/30/2025 - 21:52 Portuguese
Poesia/Amor Quem ama de novo 7 678 05/29/2025 - 23:13 Portuguese
Poesia/Meditación Nem todo labirinto 7 693 05/29/2025 - 19:07 Portuguese
Poesia/Meditación Invisível 7 600 05/28/2025 - 18:25 Portuguese
Poesia/Meditación Prefiro fugir da zona de conforto 7 563 05/27/2025 - 19:21 Portuguese
Poesia/Amor Tão profundo como os mistérios do mar 7 794 05/27/2025 - 00:54 Portuguese