Brisa em Bizâncio, Fernando José Karl
Somos leitores de poesia. Buscamos sempre e sempre o poema.
Por vezes o encontramos. Por vezes a encontramos.
Fernando Karl é um desses predestinados poetas: nasceu rápido para a literatura e dela não se afasta. Seus livros são fontes de renovação.
Não filosofa, poetisa. Gostaria de me fazer entender melhor: em Dançando com o leão, encontramos: “O leão estanca
o vento avança
quem viu viu
quem se distraiu
sonhou outra coisa:
casas à beira-mar
mar dançando como leão”
Não há pontuação. Não há ponto final. Afinal, Karl dividiu a Brisa em diversos livros. E
o Dançando com o leão está n’O livro da música. Poderia estar n’O livro do amor, ou n’O livro da eternidade e da ressurreição.
Todos os livros se confundem – mas não nos confundem – em nos trazer a essência e a vivacidade, em títulos que nos remetem a outros mundos (ou aos mesmos de onde pertencemos). N’A eternidade dos cavalos, temos: “Se o olhar visse os cavalos:
estar agora sob as crina:
estar acordado quando vê-los.”
Mas também poderíamos dizer sobre O livro da infância, onde n’O pavão molhado de rio, “Capturo o raio perfumado / escuto o pavão molhado de rio / reclamar que o rio é seco.” Porque nossa infância é assim, desprovida de compromissos, ou quando – e então – nos damos conta de que não seremos assim, já que no Recipiente e pedra, “As palavras recipiente e pedra, / imersas no escuro poço do calabouço.”, nos trazem duas palavras de contenção: o que nos contém e em que somos contidos.
O futuro perpassa o discurso poético de Fernando José Karl. Assim como a Brisa em Bizâncio nos traz a verificação da transcendência. Por isso ele é poeta, e se basta.
Submited by
Críticas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 4109 reads
other contents of PedroDuBois
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | A SENSAÇÃO DO NOME | 1 | 847 | 08/04/2009 - 04:10 | Portuguese | |
Poesia/General | EQUAÇÕES | 5 | 1.202 | 07/26/2009 - 20:54 | Portuguese | |
Poesia/General | LUÍSA | 4 | 694 | 07/16/2009 - 12:51 | Portuguese | |
Poesia/General | APRENDENDO A VOLTAR | 10 | 1.090 | 07/15/2009 - 01:55 | Portuguese | |
Poesia/General | O LIXO REVOLVIDO | 6 | 1.133 | 07/13/2009 - 20:16 | Portuguese | |
Poesia/General | RETORNO I | 2 | 895 | 07/12/2009 - 01:46 | Portuguese | |
Poesia/General | VIDAS | 6 | 868 | 07/11/2009 - 20:40 | Portuguese | |
Poesia/General | SOLIDÃO | 8 | 768 | 07/09/2009 - 22:27 | Portuguese | |
Poesia/General | A LUZ DESPOSSUÍDA | 4 | 872 | 07/06/2009 - 18:39 | Portuguese | |
Poesia/General | DESENHOS | 6 | 1.135 | 07/06/2009 - 18:37 | Portuguese | |
Poesia/General | PEDIR | 8 | 1.253 | 07/04/2009 - 01:32 | Portuguese | |
Poesia/General | CONFISSÃO | 4 | 797 | 06/30/2009 - 21:59 | Portuguese | |
Poesia/General | PRESO | 2 | 803 | 06/28/2009 - 05:39 | Portuguese | |
Poesia/General | MAR ABERTO | 7 | 1.011 | 06/25/2009 - 22:22 | Portuguese | |
Poesia/General | OS DIAS INDIFERENTES | 5 | 1.160 | 06/13/2009 - 03:11 | Portuguese | |
Poesia/General | Tânia | 2 | 1.027 | 06/13/2009 - 03:08 | Portuguese | |
Poesia/General | FICAR | 2 | 888 | 06/08/2009 - 04:47 | Portuguese | |
Poesia/General | XLIX - Como Objetos Inseparáveis | 1 | 1.307 | 06/08/2009 - 04:32 | Portuguese | |
Poesia/General | PALAVRAS | 4 | 1.029 | 06/08/2009 - 04:24 | Portuguese | |
Poesia/General | JÚLIA E MARINA | 1 | 1.012 | 06/08/2009 - 04:16 | Portuguese | |
Poesia/General | COTIDIANOS | 1 | 1.275 | 05/31/2009 - 21:42 | Portuguese | |
Poesia/General | O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS | 2 | 1.271 | 05/30/2009 - 01:18 | Portuguese | |
Poesia/General | CIRCUNLÓQUIOS | 1 | 1.209 | 05/27/2009 - 18:46 | Portuguese | |
Poesia/General | (DES)TEMPO | 3 | 953 | 05/27/2009 - 00:40 | Portuguese | |
Poesia/General | A CASA EM PROCURAS | 1 | 1.299 | 05/25/2009 - 02:10 | Portuguese |
Add comment