quarta-feira um breve poema

que interessa a eficiência escultural de um poema

ou a beleza magnificiente do desalinhamento das distâncias.

das distâncias comuns de dois lábios. que interessa entrares

aqui e de seguida saires como se eu nunca existisse na tua representação

sismica do tempo. de repente, já dentro da cornológia deste branco.

asseguro-te que reproduzo o meu nome em vicodim, asseguro-te 

que o tempo é a contorção de exemplos que morrem.

e sempre que morrerm. nascem outros não-exemplos simples.

um exercicio de uma frase que seguiu para casa do silêncio

porque o que interessa é a intensidade. um poema explode do seu

ponto-conjectura até a reminiscência da sua propria humanização.

e se te disse-se que aproprio um infínito temático a minha língua

ou que o meu corpo endurece sobe a terapia do corpo poéctico.

e se tedisse-se que o meu futuro é um hoje partido em mil ontens

e que amanhã advinharei o passado. e sobre a sua posse de eterno

chorarei lágrimas por haver sido o autor pérpectuo de uma juventude 

distante, uma que passava sempre a tanja de qualquer apreciação.

uma que desambiguou a razão do seu eixo maduro. e permitiu a voz

ouvir-se a si mesmo. escuta. o silêncio não é nada mais nada menos

que a parte longe do verdadeiro artista. e a sua representação extrema

poderá torna-lo numa verdade de pedra ou num tempo partido por emulação

do exterior. e se te disse-se que fechei os olhos e advinhei o teu amanhã.

L.B