Temo o amanhã

Temer o amanha

E se amanha eu não puder ver?
Imagino-me a acordar cego de repente
Sentir a luz e não poder contempla-la á vontade
Pintar todas as minhas memórias de negro
Recordar as cores do mundo com saudade

Esquecer-me do brilho do sol e das estrelas
Da beleza da lua ao se banhar na pele do mar
O verde da natureza que preenche todos os recantos
O segredo do arco-íris que sempre quis desvendar

E se amanha não souber falar?
Querer gritar ao mundo as mágoas que possuo
Bradar ao vento as alegrias que lutei para conquistar
Sussurrar no tempo as verdades que só a mim competem
Murmurar nas ondas a razão do meu pensar

Seria um nada encarcerado num mundo de opiniões
As minhas ideias padeceriam sem honra nem glória
Se já me sinto preso por não saber expor tudo o que invento
Sucumbiria tão rápido quanto o desfalecimento da minha memória

E se amanha não puder ouvir?
………….

Então não quero que o dia de hoje acabe