Grito do povo

O cortejo saiu à rua
a monarquia desfilava
com seu ar pomposo,
entre veludos, sedas e coroas.
O povo com seu ar cansado
e pouco aconchegado, de pés descalços
os viam desfilar.
As mãos cheias de tudo...
outras cheias de nada.
No fim do desfile,
a democracia de bandeira hasteada
onde se antevia liberdade,
o desfile monarca terminou,
eis o lugar da democracia
que desfilava e proclamava
igualdade entre iguais.
O povo trajava novas vestes de ilusão.
As mesas extensas com manjares abastados,
outras cheias de coisa alguma.
Entre sorrisos forçados,
fitas cortadas e palmas ensaiadas.
Eis as diferenças...
As mãos cheia de tudo...
outras cheias de nada.

Submited by

Miércoles, Noviembre 19, 2008 - 20:06

Poesia :

Sin votos aún

AnaCoelho

Imagen de AnaCoelho
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 10 años 17 semanas
Integró: 11/14/2008
Posts:
Points: 1789

Comentarios

Imagen de Henrique

Re: Grito do povo

As mesas extensas com manjares abastados,
outras cheias de coisa alguma...

Um poema com arte, razão e sentimento!!!

:-)

Imagen de ÔNIX

Re: Grito do povo

Ola Ana, é um prazer vê-la por aqui.

Lindo este seu poema. Parabéns

Eis as diferenças...
As mãos cheia de tudo...
outras cheias de nada.

Entre o tudo e o nada há sempre um todo maior

Dolores

Imagen de MariaSousa

Re: Grito do povo

Um poema de todos os reinos e de todas as eras.

Gostei.

Bjs

Imagen de zizo

Re: Grito do povo

O grito do povo é uma arma que pode ser decisiva quando usada com o devido objectivo.
Interessante AnaCoelho!!

Beijo

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of AnaCoelho

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Meditación Densidade do olhar 2 2.469 03/15/2018 - 09:38 Portuguese
Poesia/Amor Contigo aprendi a sonhar 2 2.484 03/15/2018 - 09:37 Portuguese
Poesia/Meditación Onde as nuvens pousam 1 2.194 11/07/2015 - 11:14 Portuguese
Poesia/Meditación Lágrimas quentes 0 2.043 12/22/2012 - 20:02 Portuguese
Poesia/Amor Juntos galgaremos as margens 0 2.585 12/20/2012 - 02:10 Portuguese
Poesia/Aforismo Há uma pauta aberta 0 1.860 10/08/2012 - 06:36 Portuguese
Poesia/Intervención Fazer das letras os gestos 0 2.866 07/21/2012 - 21:14 Portuguese
Poesia/Meditación Os vales da realidade 3 2.268 07/09/2012 - 08:10 Portuguese
Poesia/Meditación Um oásis que flutua 0 1.864 06/25/2012 - 16:33 Portuguese
Poesia/Dedicada Não há lábios nem lágrimas 0 2.109 06/24/2012 - 12:16 Portuguese
Poesia/Meditación Num grito estagnado 1 2.235 06/21/2012 - 18:21 Portuguese
Poesia/Amistad Amigo...preenchimento do verbo amar 1 2.435 06/20/2012 - 20:54 Portuguese
Poesia/Meditación Cadências cálidas 1 2.002 06/14/2012 - 10:10 Portuguese
Poesia/Meditación Esquina da palavra 1 3.051 06/13/2012 - 08:40 Portuguese
Poesia/Intervención Pura ilusão cega 3 2.185 04/15/2012 - 17:35 Portuguese
Poesia/Meditación Esquina de cada utopia 1 2.320 01/06/2012 - 17:32 Portuguese
Poesia/Meditación Os braços sonham ser asas 0 2.691 12/31/2011 - 01:49 Portuguese
Poesia/Meditación Mar de nada 1 2.294 12/11/2011 - 19:44 Portuguese
Poesia/Meditación Traição do destino 0 2.590 12/04/2011 - 22:41 Portuguese
Poesia/Meditación Caminho aberto 0 2.216 11/30/2011 - 22:23 Portuguese
Poesia/Meditación Desígnios da vida 0 2.250 11/29/2011 - 21:06 Portuguese
Poesia/Amor Amor entre poetas 2 3.452 10/20/2011 - 13:08 Portuguese
Poesia/Dedicada Agora Setembro Renasce 0 4.289 09/23/2011 - 05:35 Portuguese
Poesia/Meditación Os argumentos de um poema 0 3.127 09/22/2011 - 03:49 Portuguese
Poesia/Meditación EXCERTOS DA ALMA 1 2.955 09/19/2011 - 15:25 Portuguese