CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
No meu espírito chove sempre,
No meu espírito chove sempre,
E justamente como eu quero,
Chuva triste, anónima a chuva,
Anónimo eu, será que existo nela
Ou ela entre mim e eu. Há um fosso
Cavado e eu parado, curvado
Assomo o poço, aceno, sou eu
Por debaixo no rosto da lua feia
No escuso fundo, meu futuro
Uma nau, pavio apagado, navio
Sem pavilhão sem passado, porto
De abrigo sob estandarte inimigo.
No meu espírito sempre choveu,
Chuva forte corpo enlameado, nu
Por fora e por dentro sem vida,
Inda um riso forçado na boca,
Contragosto em forma dúbia,
Indefinido, a ele fiquei preso,
E à dúvida de eu ser eu mesmo,
Quando me mordo ou m’belisco.
Serei deste ou dum mundo outro,
Onde eu entrei sem ser ouvido,
Ou visto a sair, voltei sem partir,
Pois serei quem sempre fui,
Desconhecido justo com’quero,
Brisa ou vento, nuvem sobre
A floresta, por debaixo quem
Me lembra acabará m’esquecendo,
Assim como um caminho rural
Mal calcado, se quer esquecido,
Por não pertencer a ninguém,
Nem vivalma mais por’í seguir,
Quem sabe, por medo …
Jorge Santos (23 Novembro 2023)
https://namastibetpoems.blogspot.com/
Submited by
Ministério da Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 3188 leituras
Joel
Add comment
other contents of Joel
| Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post |
Língua | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Ministério da Poesia/Geral | Difícil é sair de mim, eu mesmo... | 557 | 9.103 | 03/30/2019 - 13:19 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | O poema d'hoje não é diferente ... | 357 | 10.223 | 03/30/2019 - 13:17 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Todos os nomes que te dou, são meus ... | 284 | 8.860 | 03/30/2019 - 13:15 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Pax pristina | 176 | 7.264 | 03/30/2019 - 12:17 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Caminho, por não ter fé ... | 369 | 13.718 | 03/30/2019 - 12:16 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | O azedume no vinagre ou rumo a Centauro-A | 209 | 26.493 | 03/30/2019 - 12:14 | Português | |
| Poesia/Geral | o sabor da terra | 296 | 16.597 | 03/30/2019 - 12:12 | Português | |
| Poesia/Geral | Inté'que poema se chame de Eu ... | 243 | 10.020 | 03/30/2019 - 12:11 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Igual a toda'gente... | 287 | 8.336 | 03/30/2019 - 12:10 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | À excelência ! | 160 | 10.239 | 03/30/2019 - 12:08 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Contraditório, só eu sou... | 181 | 10.918 | 03/30/2019 - 12:07 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Cuido que não sei, | 172 | 41.204 | 03/30/2019 - 12:05 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | “Semper aeternum” | 211 | 30.824 | 03/30/2019 - 12:04 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Sei porque vejo, | 222 | 7.826 | 03/30/2019 - 12:04 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | O poço do Oráculo… | 30 | 3.343 | 12/02/2018 - 19:39 | Português | |
| Ministério da Poesia/Intervenção | (Os Míseros não Têm Mando) | 17 | 32.422 | 12/02/2018 - 19:34 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Canto ao dia, pra que à noite não… | 19 | 1.305 | 12/02/2018 - 19:13 | Português | |
| Poesia/Geral | (Meu reino é um prado morto) | 24 | 10.540 | 12/02/2018 - 19:04 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Canção Cansei | 24 | 5.172 | 12/02/2018 - 19:02 | Português | |
| Poesia/Geral | Tenho um conto pra contar | 16 | 4.005 | 12/02/2018 - 19:00 | Português | |
| Ministério da Poesia/Aforismo | não sei quem sou | 21 | 10.786 | 12/02/2018 - 18:58 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Prazer da busca… | 17 | 3.103 | 12/02/2018 - 18:56 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Com a mesa encostada aos lábios… | 12 | 3.284 | 12/02/2018 - 18:47 | Português | |
| Ministério da Poesia/Geral | Porque Poema és Tu | 22 | 5.722 | 12/02/2018 - 18:47 | Português | |
| Poesia/Geral | Nêsperas do meu encanto… | 16 | 5.156 | 12/02/2018 - 18:45 | Português |
Comentários
No meu espírito chove
No meu espírito chove sempre,
E justamente como eu quero,
Chuva triste, anónima a chuva,
Anónimo eu, será que existo nela
Ou ela entre mim e eu. Há um fosso
Cavado e eu parado, curvado
Assomo o poço, aceno, sou eu
Por debaixo no rosto da lua feia
No escuso fundo, meu futuro
Uma nau, pavio apagado, navio
Sem pavilhão sem passado, porto
De abrigo sob estandarte inimigo.
No meu espírito sempre choveu,
Chuva forte corpo enlameado, nu
Por fora e por dentro sem vida,
Inda um riso forçado na boca,
Contragosto em forma dúbia,
Indefinido, a ele fiquei preso,
E à dúvida de eu ser eu mesmo,
Quando me mordo ou m’belisco.
Serei deste ou dum mundo outro,
Onde eu entrei sem ser ouvido,
Ou visto a sair, voltei sem partir,
Pois serei quem sempre fui,
Desconhecido justo com’quero,
Brisa ou vento, nuvem sobre
A floresta, por debaixo quem
Me lembra acabará m’esquecendo,
Assim como um caminho rural
Mal calcado, se quer esquecido,
Por não pertencer a ninguém,
Nem vivalma mais por’í seguir,
Quem sabe, por medo …
Jorge Santos (23 Novembro 2023)
https://namastibetpoems.blogspot.com/
No meu espírito chove
No meu espírito chove sempre,
E justamente como eu quero,
Chuva triste, anónima a chuva,
Anónimo eu, será que existo nela
Ou ela entre mim e eu. Há um fosso
Cavado e eu parado, curvado
Assomo o poço, aceno, sou eu
Por debaixo no rosto da lua feia
No escuso fundo, meu futuro
Uma nau, pavio apagado, navio
Sem pavilhão sem passado, porto
De abrigo sob estandarte inimigo.
No meu espírito sempre choveu,
Chuva forte corpo enlameado, nu
Por fora e por dentro sem vida,
Inda um riso forçado na boca,
Contragosto em forma dúbia,
Indefinido, a ele fiquei preso,
E à dúvida de eu ser eu mesmo,
Quando me mordo ou m’belisco.
Serei deste ou dum mundo outro,
Onde eu entrei sem ser ouvido,
Ou visto a sair, voltei sem partir,
Pois serei quem sempre fui,
Desconhecido justo com’quero,
Brisa ou vento, nuvem sobre
A floresta, por debaixo quem
Me lembra acabará m’esquecendo,
Assim como um caminho rural
Mal calcado, se quer esquecido,
Por não pertencer a ninguém,
Nem vivalma mais por’í seguir,
Quem sabe, por medo …
Jorge Santos (23 Novembro 2023)
https://namastibetpoems.blogspot.com/