18/12/2010

18/12/2010

Chamei alguém para conversar.Após um olhar entrelaçado de desespero, ao ver tamanha agonia,

Lhe falei da vida.

As palavras iam saindo, mas faltava entusiasmo, faltava iniciativa.

O desânimo a possuiu.

- Diga-me bela pessoa, palavras que expressam o sentido do que é a vida.

- Emoção, prazer, amor, abraços, sorrisos, lágrimas...NÓS! - assim exclamei.

E então, com um olhar confuso de admiração, ela se foi. Mas antes, me convidou para entrar.

Eu a disse não!

Quatro paredes, mormaço eufórico de calor, o ventilador soprava, enfeitando o lugar.

Todos dançavam e riam, cantavam e gritavam loucamente.

Aqui fora, tão pouco estive assistindo o balançar lento do vento, à chegar em meu corpo.

Tão sutil em meus pensamentos, tão futil aos olhares dispersos.

Eu sorria, eu via de tão perto, o azul brando do céu. Assim me indagariam;

Hey, você está bem?

Pedi educadamente para que me trouxessem o violão empoeirado, ah, triste afinação. Todavia, não o trouxeram para mim, a melodia se foi mais uma vez.

A desesperança de me ver ali sozinho escrevendo enquanto todos se embebedavam.

Por um breve momento, senti pena de mim mesmo, me veio então a intensa obrigação de me socializar, com o ambiente, a musica e pessoas, que ali, me queriam tão perto.

Caderno de volta à mochila, canetas e futuras ideias, trancadas. Simplesmente não foi preciso me tirarem de lá.

Entrei e aproveitei de certa forma, cada instante, levando meu corpo de um lado à outro, sem medos:

Para a dança eterna da vida!

Thiago Augusto Salvador