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Apogeu da inquietude
A mil…
Assim sem mais...
Correr pelas ruas louco como um nu e ser todo…
Vontade, grito, berro e incarno da virgindade no eco do útero e ser…
A razão das verdades pretéritas quando o puro ou o sei lá me eclodia autêntico pelas ruas abaixo.
Isento do crime de ser equação incerta e ser nada e ser tudo…
Ou um mais ou menos indiferente aos raciocínios alheios que confeccionam moraizinhas de merda e juízos perfeitos no meu dorso cru e marginal.
Pelas ruas abaixo, pelas ruas acima, a babar adolescentes pelo ferro do ventre devasso, descrente e bacante, a sorver sangue, sémen, suco e absinto pelo ópio das vielas putas e decadentes, onde sou o poente dos invernos nas manhãs imperialistas.
Quero o contrário, o pobre, o venéreo, o veneno das palavras inoculado no mundo a consagrar descobertas, desprazeres, os maus a ganharem e a lei enforcada num pintelho de Cristo, feito á imagem e semelhança do demónio que nos desprende a expressão dos verbos proibidos e dos infernos inventados pela palavra de Deus…
Deus…
Essa finta cruel que não mora em barracas, em bairros de lata ou nas favelas do mundo…
Essa ideia que inspira a pecar, que se diz em pecado, que morfina nas ruas corpos letárgicos e prostituições messalinas nas bocas com fome…
A mil…assim sem mais, desejo a morte da ideia para nascerem ideias no mundo sem Deus…
Correr pelas ruas louco como um nu e ser todo…
Vontade, grito, berro e incarno da virgindade no eco do útero e ser…
Depois só o homem com seus nadas, com todas a palavras salvas á reclusão do passado seria novel interrogação e poema grávido de amor!
De que encantados mundos…
Ou jardins do ser mistério,
floresces teus braços soltos…
Em amplexo pelos hemisférios…
A mil…assim sem mais…
Correr pelas ruas louco como um nu e ser todo…
Humanidade.
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Poesia :
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Comentários
Re: Apogeu da inquietude
Mais um excelente poema teu que encontro no WAF!
:-)
Re: Apogeu da inquietude
Alguem escreveu comentando um outro texto teu, que "sabes descrever como ninguém as vicissitudes humanas", eu acrescentaria ainda, que sabes colocar como ninguém o dedo nas feridas humanas.
Há Deus a mais no mundo e Humanidade a menos.
Abraço
Nuno