Crianças

Observamos. Perguntamos. Manipulamos. Procuramos encaixar a complexidade do Universo na imperfeição das nossas mentes, numa atitude venerável, mas simultaneamente vergonhosa. Não queremos compreender. Queremos submeter. E fazemo-lo sem uma réstia de elegância. No fundo, é o conforto o que procuramos. A satisfação dos nossos caprichos egoístas.

Como é estranho esse animal a que chamam Homem! Essa criatura que destrói, mata, aniquila. Esse ser que odeia. E que, de uma maneira incompreensível, também ama. Na confusão de emoções que nos tornam frágeis, procuramos de olhos fechados uma verdade distorcida. E procuramo-nos a nós próprios. O que talvez nunca encontraremos é a coragem para abrir os olhos. Para olhar…

Mas, afinal, somos apenas crianças…