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Exaustão
Nesta prisão material que adoece,
à cadeira laranja em que me assento,
como água em rocha esculpe um monumento
também microorganismos se intumescem:
Começam se ajuntando como um traço
e esguia, uma protuberância cresce,
vista através dos óculos parece
outra doença a carcomer meu braço!
Coça-me a pele! Droga! Agora é tarde!
Proliferando pela minha matéria
uma sociedade de bactéria
mais do tormento cuida do que me arde!...
Estico o braço para cima. O dedo
esguelha a luz: do leve sombreamento
o tamanho do inchaço, ver, eu tento,
e o que avisto, contudo, incita um medo:
a sensação febril na pele irrita
e a máxima prisão se queima em tédio!
Levanto, vou cuidar de algum remédio
mas nenhum há que expulse o parasita!
Rolo na cama! E em volta algumas tralhas
De luto a sepultar mais um, parecem.
Minha matéria tumular aquece
E o cobertor sobre ela é uma mortalha!
Translúcido e já cinza o céu, ao norte,
na manhã que se ascende, já observa;
e observam, também, presos nas ervas
os orvalhos puríssimos, a Morte:
última estrela a se esconder no breu
que há na luz: este clarão do dia.
– Quisera, Deus, que eu fosse uma energia,
mas esta bactéria é mais do que eu!
---
Osvaldo Fernandes
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