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Embora de Mim
Se porventura quiser ir agora
deixe à memória, imagens de candura
viagens de brandura qu’em outrora
fazia a aurora incender minha cura
em suas juras de amor que desarvora
e chora, por não ter sido mais pura
e ri de minh’amargura que aflora
por ora, enquanto prendo-me em agrura
que dura tanto!.. Um pranto que deplora...
E decora-me a face com brochura
e fura cada linha dela, embora
o que apavora é uma imagem dura
que apura minha ferida e colabora
a entrar outra senhora - que me acura -
qual minha augura almeja e comemora
e quebranta pra fora da cesura
a armadura que dentro você mora
A tora sem seiva da nora impura
da mãe-cultura que me imbui e colora
de linda vida que agora é alvura
que lhe censura em mim; desincorpora
e então cá fora, traz minha brandura
que a essa altura, lhe esquece por ora
e adora tê-la longe e lhe conjura:
À aviltada clausura;
à seiva que dessora;
a minha andadura
que me faz ir embora
tal qual a desventura
que me impeliu outrora!...
-----------------------
Osvaldo Fernandes
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Comentários
Re: Embora de Mim
LINDO POEMA,GOSTEI!
DESEJOS MEUS, DE UM MARAVILHOSO 2010!
Marne
Re: Embora de Mim
Parabéns pelo belo poema.
Gostei.
Um abraço,
REF
Re: Embora de Mim
Nyrleon,
Triste, um profundo lamento de algo que não mais existe e desejamos que vá se embora.
Gostei.