CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Sobre Céus, Sóis e Noites
Era por uma destas noites prematuras em que o sol ainda ecoa, e a ventania se encontra adormecida. Havia, o Rei Hélio, se deitado há alguns minutos e eu já sentia-lhe a falta. Se a noite é mesmo uma criança, queria eu não ter crescido medroso, em relação à escuridão (ou a tudo mais).
Coragem é o que não me demasia, mas procurava sentir ao menos sua escassez para que conseguisse vingar, em loucura, sua falta. Segui de encontro ao meu sonho de coração: a loura dos olhos de céus. Pensava em pesadelo e tudo em mim refrigerava. Sentia falta dos meus momentos a sós com o sol; momentos em que o coração, já fantasiado gelo, derretia em luz e cor, extremamente vitais! E se de noite todos os gatos são pardos, gatunamente a mesma me rouba a sombra, e só me faz restar nu, realmente pardo, a ronronar. Animicamente nu foi como encontrei-a.
Toquei-a pelos olhos, primeiramente: mais pareciam flechas chamejantes de cupido cujo desejo é que alvejassem o coração, gélido e hipotenso. Qual não foi minha surpresa ao sentir uma contradição: “era por uma destas noites...”, mas de sol.
Logo desconfiei, ou fingi desconfiar. Já tinha uma noção de céus, de suas amplitudes e luzes lacerantes, mas nunca os havia visto dentro dos olhos; ou até mesmo refletido-os. Não pude contar as estrelas que neles brilhavam, apenas imaginá-los vazios e foi então que a noite não mais me amedrontou.
Tão certo do calor e das ribaltas, fui-me sentindo livre, loucamente solto num céu castanho, procurando desbravar suas nuvens e tempestades. Não muito pouco, mais que voar num céu, o desejo era voar além, por entre os infinitos astros que percorriam cada via-láctea da íris. Meus olhos – meros astronautas inexperientes – refletiam seus olhos como o mar num azul brilhante. Nada mais podia falar; não era medo e eu já me pegava vogando.
Olhei pelas janelas do restaurante e vi a escuridão que a adornava. E enquanto – fora dos olhos da loura – perdia o entusiasmo e retornava ao medo e ao cárcere natural, olhei-a novamente...
E tive uma certeza:
– "É sob este céu que devo viver!"
– "Porque o que é nosso, já é nosso!" – murmurando, respondeu-me um déjà-vu.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2375 leituras
Add comment
other contents of Nyrleon
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Outros | Ensaio Para a Desistência | 0 | 1.174 | 11/19/2010 - 00:08 | Português | |
Prosas/Outros | O Garoto Errante | 0 | 2.000 | 11/19/2010 - 00:03 | Português | |
Prosas/Lembranças | A Rua | 0 | 1.913 | 11/18/2010 - 23:56 | Português | |
Prosas/Outros | Do Silêncio e Do Sumiço | 0 | 1.447 | 11/18/2010 - 23:48 | Português | |
Poesia/Soneto | Se Me Basto | 0 | 1.627 | 11/18/2010 - 16:37 | Português | |
Poesia/Soneto | A Morte da Língua | 0 | 1.608 | 11/18/2010 - 16:21 | Português | |
Poesia/Tristeza | Desejo de Sono | 0 | 1.567 | 11/18/2010 - 16:21 | Português | |
Poesia/Dedicado | Um Faminto | 0 | 1.772 | 11/18/2010 - 16:21 | Português | |
Poesia/Amor | Na Linha | 0 | 1.430 | 11/18/2010 - 16:15 | Português | |
Poesia/Meditação | Morrendo | 0 | 1.912 | 11/18/2010 - 02:28 | Português | |
Poesia/Soneto | A Passagem | 2 | 1.610 | 09/05/2010 - 22:09 | Português | |
Poesia/Geral | Do Lúdico | 1 | 1.634 | 08/24/2010 - 03:39 | Português | |
Poesia/Geral | Há Sempre o Gosto | 2 | 1.224 | 08/24/2010 - 03:36 | Português | |
Prosas/Outros | As Mãos do Mundo | 1 | 1.619 | 08/24/2010 - 02:32 | Português | |
Poesia/Soneto | Que Então Possa Dizer | 2 | 1.585 | 06/25/2010 - 17:58 | Português | |
Poesia/Soneto | Amores de Verão | 2 | 1.354 | 06/17/2010 - 02:16 | Português | |
Poesia/Soneto | Dar a Luz | 2 | 1.456 | 06/16/2010 - 14:31 | Português | |
Poesia/Geral | Mistério de Ser | 1 | 1.116 | 05/10/2010 - 16:01 | Português | |
Poesia/Soneto | O Mito | 1 | 1.020 | 04/22/2010 - 23:39 | Português | |
Poesia/Soneto | A Fantasista | 2 | 784 | 04/22/2010 - 23:26 | Português | |
Poesia/Geral | Onipotente | 1 | 1.120 | 04/12/2010 - 15:53 | Português | |
Poesia/Soneto | Preguiça | 1 | 1.352 | 04/12/2010 - 15:19 | Português | |
Poesia/Meditação | O Livro | 1 | 1.054 | 03/30/2010 - 17:49 | Português | |
Poesia/Geral | Ao Nugget | 1 | 1.219 | 03/29/2010 - 17:36 | Português | |
Poesia/Amor | Nuvem e Torrente | 2 | 866 | 03/27/2010 - 18:10 | Português |
Comentários
Noite Criança
Um belo conto...Se a noite é mesmo uma criança, queria eu não ter crescido medroso...