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FILOSOFIA DE UM BÊBADO
semeando devaneios. Em algum momento
desacelero meu sonho e vou sem rumo, mais devagar.
E como as inúteis borboletas navegando o vento,
tento apressar minha fantasia, sempre a divagar.
Então escolho o meu mais vazio pensamento
e como um bêbado muito experiente no desvio,
eu vou caindo e levantando cem por cento,
mas somente nas lições do meu passado eu confio.
Saibam que o passado é mestre do futuro ausente...
Hoje eu estou sujo e rasgado, mas tenho muito zelo.
Não sou o que dizem de mim, toda essa gente
que impede “os de bem” de ouvirem o meu apelo.
Os lábios desta gente tentam santificar seus discursos,
porém são belas palavras em língua serpentina.
Eles se dizem meus amigos, mas são amigos-ursos,
pois de tudo que dizem, nada, nada mesmo me ensina.
Na verdade, o certo é cada um cuidar da própria vida,
porque enquanto as estrelas clareiam minha rua,
eu bebo e me hospedo nesta marquise da avenida
e contemplo feliz as formigas aladas dançando para a lua.
https://poesiaeprosaparavoce.blogspot.com/
J. Thamiel
Guarulhos, 17.12.19
09:59h
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