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Isolado
Um monte de palavras que não se encaixam
Nem dão sentido ao que se sente, nem ao que sinto
Nem dizem com eficácia a falta dela
Um monte de textos, de leituras, de questionamentos...
Tudo o quanto mais vier, tanto mais deixa de ser interessante
Conto os passos como o ancião conta os anos que lhe faltam;
Já não estou alerta, nem faço careta de “não gostei”
Já não estou pronto a experimentar, a negar e a esquecer
Tenho o que não me tem
Ainda que enforcado e descartado, não me tenho
Estou jogado ao lado de fora das ideias produtivas
E estas balbuciam ao meu lado são as inverdades do mundo exterior
Transformam-se as legendas em realidade e o que se ouve é novo e não importa
Rastilhos de enigmas a culminar no barril dos conceitos prontos:
Um prefácio à releitura das obviedades de quem é soberano em sua inconstância
Um monte de palavras e nada vinga;
Vejo-a, ouço-a e admiro-a sem nada ver, ouvir nem admirar
Na esquina do esquecimento dobrei e segui pela via da indiferença
-Um desenho, quem sabe?!
Desfaz-se outra tentativa de tentar sem conseguir
Recorro às cores possíveis de se enxergar e pareio com o branco do impensado
E fico a pensar sobre as dimensões, profundidade e perspectiva porém, nada sai de mim para o nada
Transportes inalcançáveis e prerrogativas sensibilíssimas em nada mudam a falta de exatidão
As ideias, ao contrário de mim, persistem
Lamentando por mim e querendo que eu seja diferente de como sou,
Agridem.
As marcas por debaixo das marcas,
os novos sorrisos,
as mesmas lágrimas a reutilizar as desculpas de sempre para se chorar
São iguais e também não mudam
Por eu não querer, por eu não agir e por fazer o mesmo repetidas vezes
Um monte de palavras, de cadernos e anotações nunca anotadas
E em vez de laborar um texto com a singeleza que a descreve, descrevo-me
O ensaiado desfecho,
o aceno,
a partida.
Sou a parte que foi e não encontro,
senão na parte que agora é um começo a ser começado
e terminado.
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Comentários
Labirintos
isoldado
no labirinto das palavras
do qual pode ser difícil
encontrar o trilho certo
- fácil é perdermo-nos
difícil reencontrarmo-nos.
e a vida é sempre um
uniVerso de emoções díspares.
Um abraç0o!
Abilio